Bagunça
Arrume a bagunça do quarto.
Ponha fotos na gaveta
Feche as portas
Não viva na bagunça
de outros tempos
Vento... por quê não me levas daqui?
Eu caminho pelas ruas sem rumo.
Tu, bagunça e emaranha meus cabelos na envolvidão da tua dança.
Me sinto só, mas quando vem ao meu encontro, me abriga, acalenta o meu coração.
Ah, porque me bombardeias com um turbilhão de pensamentos toda vez que me debruço no parapeito de minha janela, quando o silêncio da madrugada insiste em me manter acordada?
BAGUNÇA
Houve fina garoa sobre a poça
Que até então já aquietada
Sossegara brincando após
O primeiro chuvisco na praça
E assim enchendo-se novamente de chuva
Dessa vez na calmaria da rua
Transbordou vagarosa pelo declive
Ensopando as falhas entre as pedras
Cantante e desperta como toda água
Mansa, esguia, boa, límpida e fria
E lá embaixo depois de alguma andança
Espalhando-se feito enxurrada
Na lama do paralelo ao pé da calçada
De novo em descanso deu de cara com a lua
Espelhando-se em si de felicidade
Toda melada em risadas descontraída
Entra o vento apressado afeito criança
Nessa profusão de imagens fazendo bagunça
Rodopia e sacode lambendo a paisagem
Tremulando áspero entre ondas
As surpresas amigas que entredizem
- A que ponto chegamos, querida!
Não organize minha bagunça
Não jogue fora os meus versos
Não revire minhas pinturas
Não quero escutar palavras rasas
Desejo ficar perto do que é certo
O que foi dito superficialmente
Só instiga e alimenta o ego.
Eu só quero paz
Quero tempo para me reorganizar
Cansei dessa bagunça que vem de você
Cansei de tentar ser a solução do problema que você não quer resolver
Fica com as suas palavras
Que eu fico comigo
minha cidade e tranquila de noite e de dia mais
niquem e acostumado com bagunça se ocorre um incidente todos se apavoram mais logo tudo desaparece e tudo se acalma
As vezes precisamos de uma pequena ajuda do tempo, para que ele organize um pouco da bagunça que se instalou nas minhas alegrias, deixando-me por longo período adotar momentos de tristeza, não é fácil se livrar dela quando ainda sinto-me oprimido por ela.
Chamo bagunça de linda, porque há beleza no caos. É linda porque se reergue das cinzas, é linda porque transforma o chão batido em grama verde. É bagunça porque ninguém ainda conseguiu arrumar, é bagunça porque chora de noite, mas ri pela manhã. Uma bagunça a dançar é uma bagunça em constante movimento, que não nega a existência da dor, mas nega que ela ocupe um lugar de influência. Não se conforma em estar bagunçada, se movimenta até que seja arrumada. Mas “Linda Bagunça” não será bagunça para sempre, afinal, o primeiro capítulo só faz sentido se você chegar até o final da história. Hoje transtornada, amanhã transformada. Por isso, dance “Linda Bagunça”, se movimente, até que sejas arrumada.
Filho Sim Um Filho!
Correndo Pela Sala Fazendo Bagunça, Com Esse Sorriso Lindo, Mais Lindo dó Quê Um Pôr Do Sol Na Beira Da Praia, Sim Um Filho Quê Veio Ao Mundo Para Me Chamar De Pai!!!❤️ Te Amo Meu Filho"
BAGUNÇA
Despercebido, encabulado
tudo no alto, embaralhado
não me acho, nada vejo
um transtorno não desejo
é o caos, confusão,
desordem ou desorganização
eu me calo, organizo
junto tudo nada ligo
a ausência me comove
com o tempo me aprove
É na minha bagunça que eu me acho,
Ou nas minhas paranóias existenciais.
Às vezes penso, que o caos me defini, noutras...
só acho que eu não me encaixo!
Quando eu me espalho, custo a me ajuntar de novo. Não sou comedida na hora da entrega.
Tenho a mania de me entregar por inteiro.
Então, se vais entrar: não repare na minha bagunça, ela diz muitas coisas sobre mim!!!
Admiro pessoas que, mesmo com tanta bagunça que outras causaram, ainda insistem em ser boas. Pessoas que respeitam sua intensidade e reconhecem que viver é se entregar, e que fugir por medo de sentir pode até poupá-las de alguns machucados, mas as poupa também da vida, de vivê-la como tem que ser vivida.
Olho a bagunça do meu quarto.
Me afogo.
Sem respirar,
com água nos meus pulmões,
choro.
Um choro xoxo, sem paixão ou vivacidade.
Raiva.
Uma raiva apática. Como pode?
Pelo menos era pra eu ficar um pouco energizada.
Não é mesmo?
Nem isso.
Apatia.
Entreguismo.
A insatisfação se somatizou,
pois não dei lugar a ela,
não dei lugar,
não dei lugar.
A lágrima escorre, um pouco mais caliente.
O que é ser feliz?
Será que eu me distanciei mesmo tanto de mim?
Aversão.
A tudo e a mim.
É difícil viver com esse sentimento.
A solidão tão profunda definiu minha normalidade,
e não gerava tristeza,
até que gerou.
Ignorância.
Essa palavra é talvez a que carrega mais sofrimento,
pois,
ela é tão grande,
em mim,
e no mundo,
que eu só sei que nada sei;
mas desejava tanto saber.
Respira.
É o que me resta.
Espelhos e projeções que eu engajo sem ver.
Será que eu me conheço assim tão pouco?
Felicidade -
uma lenda não-urbana;
pois a cidade é bruta,
e nos massacra,
ou talvez,
me massacra,
talvez os outros estejam bem.
Respira,
esse ar poluidinho,
pois é o que tem pra hoje.
Melhor ar sujo do que nenhum ar.
Ou água nos pulmões.
Né?
Amor de tia é:
É mais pateta,
É mais bagunça,
É mais brincalhona,
É mais doce com pimenta,
Amor de tia é incalculável,
É indomável!
É Amor Tiaterno* quando
Não nasce de você, mas vc sabe
Que é seu!