Azar Amor
Sorte ou azar
Se nada
foi feito
para durar
que a gente
não tenha o azar
de ainda se amar
quando a nossa
vez chegar.
A UM TRISTE (soneto)
O meu destino é talvez a do azar
Jurando as venturas... de maneira
Que com o acaso se possa sonhar.
Vidas de má sorte várias, herdeira!
Outros êxitos talvez já pude gastar
Fui, um aventureiro na tranqueira
Do fado. E infausto agora a chorar
Ou pesado no sortilégio, na beira...
É brado num temor sem tamanho
Num luto da felicidade: permitidos
Mártir na dor, um desígnio estranho
Por isso, lamento aflição e pranto
Sentimentos dos heróis vencidos.
E com a alma cartada no recanto...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
VERSAR MORIBUNDO (soneto)
Tome, solidão, está espada, e.… fira
Meu sofrente coração, tão azarento.
Que importa a mim ter árduo lamento
Se a sorte no destino é persistente ira
Ah! .... emoção lacrimosa e funesta lira
Que ao vazio regi, mirrando o momento
Que esbroa o plural tramite do alento
Polvilhando no peito essa dor tão cuíra
Ó silêncio! Que vem musicar saudade
Troando a minha vida em tempestade
Na aberração do infortúnio fecundo...
Mas a atormentada trava da teimosia
Infeliz. Catuca a inspiração da poesia
Sangrando o meu versar moribundo!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/07/2020, 09’12” – Triângulo Mineiro
Eu erro todos os dias que acordo sem estar do seu lado.
Eu me perco nas horas que fico, que passo, sem teu beijo, longe do teu abraço.
Porque se todos os meus sonhos virassem flores, você seria o meu jardim.
Porque se todos os meus sonhos virassem vaga-lumes você seria minha noite sem fim...
Deixe estar
Tudo aqui em seu lugar, tudo em plena direção. Sempre algo pra falar e sempre algo por ouvir, sempre só vendo pra crer.
Não acredito em superstição,
Não acredito em sorte ou azar.
O que é nosso ninguém toca, deixo na mão de quem pilota esse mundo.
Eu só acredito no amor
E no que o amor me dá Sigo ..
O que for pra ser será, deixo solto só pra ver onde tudo isso vai dar.
O que for pra ser será deixe estar e deixe o resto virar.
Questões ao vento
Eu só acredito no amor
E no que o amor me dá Sigo ..
A matemática me entediava justamente pela exatidão, porque na vida nada é exato, com exceção da morte.
Já abriste os olhos
E pensaste
É só gente aos molhos
E a tua cara-metade ainda não encontraste
Já prestaste atenção
E ouviste bem
Nada te tocou o coração
Nada, nem ninguém
Já respiraste fundo
E sustes-te a respiração
Não há ninguém neste mundo
Que te dê a mão
Já fizeste de tudo
E nunca recebeste nada
Não és um sortudo
Não és uma pessoa amada.
Eu nunca fui de ter a sorte de acertar
Minha sorte é muito boa sempre em errar
E vou de noite em noite
E de gole em gole
Elas me olham sem parar
Eu assumo, gosto muito, dessas novas tentativas de acertar
O Brasil é um paciente febricitante, sua miserável existência é a morte antes da morte, a morte acachapante, a morte total, a morte em vida, a morte na morte, a morte irreversível!
A pior e mais desprezível das mortes, acontece de modo preternatural no Brasil. O brasileiro é, porquanto e desgraçadamente, um ente aziago!
Part4
Mas sabe o que eu acho? Talvez, só talvez, minha avó esteja um pouquinho errada. Não muito, claro, porque ela tem razão na maioria das vezes (o que é irritante, pra falar a verdade), mas talvez o problema não seja o amor em si. Talvez eu esteja procurando no lugar errado. E se o amor que eu tanto busco, aquele que não vai me fazer sentir uma figurante no meu próprio drama, não está nos outros, mas em mim? Sim, eu sei, parece papo de autoajuda de quinta, mas me escuta. Minha avó pode até achar que algumas pessoas estão destinadas ao sofrimento, mas quem disse que eu não posso trapacear esse destino?