Avó
Carta ao Meu saudoso avô, falecido em seu centenário.
Seu Antonio,
Seria muito simples dizer na data de hoje “Feliz aniversário ou Parabéns por mais esta data” o Sr. Não acha?
Afinal não são poucas as vezes que o Sr. Tem ouvido isso, são 94 anos que esta data nos orgulha.
Abençoado aquele 15 de janeiro do ano de 1913, que trazia ao mundo uma estrela a ser admirada e amada e respeitada. Hoje comemoramos mais, bem mais, que um aniversário. Hoje nós aprendemos que viver sem amarguras, sem rancores nos leva a longevidade e o Sr. nos mostra a cada dia que isto é possível, que perdoar aos outros é perdoar nossos sentimentos e com isto a nós mesmos.
Sua vida nos prova que guardar rancores e amarguras significa envelhecer mais que as rugas causadas pelo castigo do tempo, aliás, aprendi com o Sr. que o tempo deve nos deixar saudade, pois só sentimos saudades das boas coisas da vida.
Então, seu Antônio, ao invés de usar os velhos clichês de Feliz aniversário ou Parabéns; prefiro agradecê-lo por todos os ensinamentos que ainda temos recebido através de sua experiência e sabedoria.
Gostaria de agradecer a DEUS pela oportunidade que me deu de tê-lo como avô, ao tempo por me dar tempo para que eu pudesse entender aos seus ensinamentos.
Embora eu esteja ausente gostaria de pedir que todos os presentes o aplaudissem e o fizessem com orgulho, como se tivesse aplaudindo uma ópera de Verdi.
Deixo um grande e carinhoso beijo, e não tenho como deixar de me render ao velho clichê.
FELIZ ANIVERSÁRIO SEU ANTÔNIO
Marcos Antonio vieira da costa
Manaus, 15 de janeiro de 2007
Querido avô "bigodes",
Estejas onde estiveres, quero falar contigo uma vez mais, quero dizer-te que o motivo desta carta são as saudades e a angústia de não te ter dito, pelo menos uma vez como te amo.
Não estava muito perto quando a tua passagem por este mundo terminou. Vi-te a ultima vez com vida e de olhos bem abertos à minha frente quando me despedi de ti em Maio de 2016. "O Natal e o Ano Novo estão ai à porta, não tarda nada estou contigo outra vez", era assim que eu pensava quando me despedia de ti, valorizando o tempo que levaria ate nos voltarmos a ver. Sorria enquanto meu coração chorava com medo de ser a ultima vez que te via. Nunca estamos preparados para dizer adeus de verdade, não é avô?
Perdoa-me, avô "bigodes", por pensar de mais nas teclas do meu telefone, pela inexperiência de escrever e pelo peso de o fazer apenas depois de ter partido.
Lembro-me dos teus mimos, das longas horas que brincaste comigo sentada no teu colo. Lembro-me do jogo das palmas das mãos, sempre suaves e macias e tão carinhosas, após "um, dois, três" cantado a uma só voz e implacável sintonia, era de longe o meu favorito. Lembro-me dos risos, de todas as vezes que pedi que o repetisses e de como tu o fazias. Lembro-me dos passeios pelo monte, dos abraços e das palavras que me aconchegavam.
Avô, ensinaste-me tudo o que sei hoje ou pelo menos o que importa! Ensinaste-me a ser menina, a ter a noção de que a vida me vai fazer cair muitas vezes , mostraste-me o lado bom de ser criança. Foi maravilhoso ter-te como avô, partilhar contigo alguns momentos, algumas birras. Fizeste-me todas as vontades e nunca pediste nada em troca porque sabias que no fim do dia eu te iria agradecer. É por tudo o que me ensinaste que és importante para mim.
Sei também que não disse as palavras no momento certo, por isso, aproveito esta carta para as dizer: amo-te, avô "bigodes"!
Um abraço cheio de amor da tua neta
MEMÓRIA
Minha avó fazia café bem doce. Talvez, por uma necessidade de se procriar além dos filhos legítimos. Biscoitos na gordura, pão de queijo no forno, bolo de chocolate em cima da geladeira. O cenário aparentemente bucólico escondia guerra das mais matutas em orvalhos e outras fragrâncias. Cheirava a cozinha um cheiro forte do que se come. No quintal, cheiravam as flores um cheiro que se vislumbra. Alimentar dos produtos da casa vigorava a minha carne. Alimentar do beija-flor que tomava o néctar de hibiscos em diversos matizes alimentava a minha alma. O cachorro latia freneticamente. Eu não sabia que o bichinho também comia: a alegria das folhinhas em domingo. Ao pé da jabuticabeira, meu Drummond chorava todos os lirismos nascidos da terra caudalosa, terra de muitas veredas e rupturas. Minha mãe afagava meus cabelos, o pai e os tios viam futebol, a pequena irmã devorava porções de desenhos animados.
Não fosse eu poeta, esta prosa seria pólvora. Não fosse eu poeta, partículas cintilantes de minha vida perderiam na guerra dos tempos que não se curam: saudade.
Na Terna Brandura do Cárcere
O Último Avo de um Amor Extinto
Em qual formato desconexo,
Depositamos desta vez,
Encharcadas expectativas ?
Quão afastados de nós mesmos
Pudemos chegar, sem ferimentos
Graves ou pesares terminais ?
Vislumbres precisamente balizados,
Experimentos da farta engrenagem,
Tudo estaria certo, exceto por nossa
Irrecuperável disposição à auto sabotagem.
Falências agendadas
Com antecedência,
Decompostos em
Nossa compostura célebre.
Resta-nos septos pútridos,
Hábitos promíscuos
E a terna brandura do cárcere.
Arrepios raivosos percorrem
Cada processo das vértebras,
Pálpebras aplaudem frenéticas,
Cãibras confirmam o torpor faminto.
Élcio José Martins
FAMÍLIA
Família tem contorno de ilha,
De avó, de mãe e de filha.
Tem o pão e o amor que compartilha,
Tem lição e instrução de cartilha.
A família é o esteio,
É o início, o fim e o meio.
É a avó com o coração cheio,
É o avô com as brincadeiras de recreio.
Família é a razão da vida,
Calma, suave ou atrevida.
É só perdão mesmo em bola dividida,
Só desiste dos seus, quando termina a partida.
É a rosa mesmo que o espinho doa,
É o calor mesmo ao tempo e na garoa.
Mesmo longe segue na proa,
Tem família severa e aquela que ri à toa.
Família é segurança,
É o ritmo da dança.
É a fé e a esperança,
É o sorriso e a alegria da criança.
Família é porto seguro,
É a liberdade cercada de muro.
É o verde fruto maduro,
É o amor latente, eu juro.
Família é o remédio e a cura,
É o ornamento de ternura.
É o médico que afasta o tédio.
É o lar, não importa o tamanho do prédio.
Família é a busca no aperto,
Na discórdia, no erro ou no acerto.
É a melodia do concerto,
É o símbolo que não precisa de conserto.
É a calmaria nas temidas tempestades,
É o amor no ceio das maldades.
É o entender das tenras falsidades,
É o afagar dos sonhos, dinamitando as vaidades.
Fujo, corro e escondo,
Pra mim, sou um estrondo.
Mas quando nada sai redondo,
É na família que acabo me recompondo.
Família é o astro que brilha,
É a lar recheado da mobília.
É a alegria dos pássaros cantarolando,
É raiz, é vida, É DEUS que está provando.
Élcio José Martins
Se é ligado em porcarias que lhe prendem a um celular, sua avó não é. Converse, abrindo a boca - não um aplicativo - com ela.
Crônica: Lembranças de minha avó Mulatinha.
São poucas, mas são boas as lembranças de minha infância. Essas lembranças me transportam para uma deliciosa viagem ao um tempo que não volta.
Lembro e muito da minha avó, ela tinha um cheiro peculiar um cheiro próprio, único e marcante que não se confunde com outro cheiro, um cheiro bom. E volta e meia eu sinto esse cheirinho gostoso, mas sem ter ela por perto. Tenho saudades do seu meigo olhar, e que apesar da avançada idade ainda sentia prazer em brincar.
Chamava-se Mulatinha: vó Mulatinha! Até esqueci que seu nome era Maria. Acostumei... Minha última lembrança são de seus cabelos branquinhos como flocos de algodão e que brilhavam como raios de luar. Não sei a magia das avós, mas sempre são queridas. Deve ser porque não querem ser mais mães, não querem educar e nem repreender; querem apenas ser amiga dos netos.
Não esqueço de minha avó: era carinhosa e sempre com um sorriso maroto como se tivesse compartilhando travessuras. As avós podem se dar a esse luxo. Dizem que elas deseducam os netos; tudo bobagem! Elas nos abraçam de amor. Um amor que hoje, já adulto, sinto saudades. Muitas vezes precisamos desse aconchego sem fronteiras e sem limites.
Lembro-me quando perdi minha mãe aos quatros anos, lá foi eu e meu irmão Nem, de mala e cuia para casa de minha vó, apesar de quase cega foi ela quem cuidou de mim e de meu irmão, por um bom tempo, depois meu irmão foi morar com meu tio Martin e eu ainda fiquei morando com ela. Que maravilha! Porém, tinha um defeito, vivia dormindo pelos cantos kkkkk. Numa destas 'dormidas', meu irmão e eu pegamos as tripas de uma galinha enrolamos no pescoço de nossa avó. Ficou um lindo colar. Mas aquilo quase a matou de susto, ficamos arrependidos, afinal não é moleza acordar com um colar de tripas no pescoço. Foi a primeira vez que ela ficou brava e falou serio.
Porém, no dia seguinte ao chegar da escola, minha patinete estava toda vestida com minha camisa e meu short, em cima da única cama da casa onde dormia nós três! E ela sorrindo, como se quisesse se desculpar pelo desentendimento do dia anterior.
Beijos, minha vó mulatinha, quem sabe um dia a gente se encontra num lugar bem mais bonito, onde você deve estar brilhando. Então poderemos brincar sem medo e sem contar mais o tempo; pedirei ajuda aos anjos para que me guiem por essa imensidão, e perguntarei, em cada canto, se eles não viram uma 'Estrela chamada MULATINHA' sapeca, com uma cabecinha branca e brilhando como raios de luar.
Saudades, vó.
Théo.
"Todas as semanas, praticamente, tenho sonhos com minha falecida avó. Sempre vejo o rosto e o comportamento de Dona Rosinha sereno, alegre e me abraçando. Não fala nada. Está num silêncio.
Élcio José Martins
SIMPLESMENTE MULHER
Mãe, tia, avó,
Dama, esposa, bisavó.
Amásia, amante, trisavó,
Filha, neta, bisneta e outra que vier,
Seu nome, simplesmente, MULHER.
Oito de março,
Dia de festa, de beijo e abraço.
Hoje é seu dia, o ontem também foi,
O amanhã também será.
Não há dia, não há data que a ela não caberá.
É origem, é meio, é final,
É tempero, pitadas de sal.
É razão, é paixão e emoção,
Sexto sentido, escuta com o coração.
Destemidas e decididas,
Já foram perseguidas.
Ganharam o primeiro round,
Ninguém a conhece mais do que Drummond.
Abriram novos caminhos,
Eram sucos tornaram vinhos.
Buscaram a maioridade,
Ganharam a igualdade.
As mulheres são cheias de graça,
Tanto na terra quanto no céu.
Salve Maria, Santa e fiel,
Manto sagrado coberta do véu.
Deus iniciou a construção,
Criou primeiro, Eva e Adão.
Deu às mulheres o poder da criação,
Deu ao mundo uma nova geração.
Às fêmeas, Deus fez a diferença,
Crescei e multiplicai essa é a sentença.
És tu o cimento e a cal da esperança,
Da construção do ser e da sua semelhança.
Cada um tem uma especial,
A mãe, a esposa, outras tal.
Quem não ama a mulher,
Não reconhece a mãe sequer.
Mulher, doce encantamento,
Brilho no olhar, contentamento.
Aliança no dedo, comprometimento,
Véu e grinalda o grande acontecimento.
As estradas são longas e estreitas,
Na condução da vida são perfeitas.
Nas curvas da virtude, caminham sem suspeitas,
Perfumadas e sempre belas, escondem as receitas.
Sobre o salto equilibram com elegância,
Na luta nunca fogem da militância.
Cuidam dá casa com grande maestria,
Doam charme, inquietude e simpatia.
Dos filhos cuidam de dia,
À noite fazem do amor, eterna melodia.
No trabalho já buscam ousadia,
Ainda sofrem preconceitos, uma grande covardia.
Virtuosas e vencedoras,
Por Deus são protetoras.
Amam pelo destino de amar,
Estão na terra para o GADU representar.
O mundo gira a seus pés,
Não há desânimo mesmo ao revés.
Não há lar sem seu olhar,
Nem tristeza que a faz parar.
É segura e sonhadora,
Justa, honesta e trabalhadora.
Nas indústrias, nas letras ou nas lavouras,
Veio uma, vieram duas e muitas seguidoras.
Protegem a quem amam,
Suor e lágrimas são fluidos que acalmam.
Não há dor e nem noites sem dormir,
Que a façam desacreditar e desistir.
No céu como na terra,
A luz do sol a lua descerra.
Mãe Maria junto aos anjos descansa,
Esposa Regina a luz, a energia, a paz e a esperança.
Gratidão não é palavrão,
Não é raio e nem trovão.
Obrigado mulheres da minha vida em comunhão,
Fostes vós o sentido, o caminhar e a razão.
Parabéns!...
Élcio José Martins
E assim já dizia minha avó “NÓS CONHECEMOS O SENHOR DO BOM PRINCÍPIO, PORÉM NÃO CONHECEMOS O SENHOR DO BOM FIM...” e é isso...o mundo dá voltas ...como será nosso fim... ah, esse pertence a Deus.
Pode se dizer que lembranças são aquilo que recordamos sobre a nossa avó contando lendas antigas na varanda a luz da lua.
Dona – fia
Eu conheci hoje a avó de um amigo, mulher e pessoa incrível,
mora em uma pequena fazenda, quase nunca vai à cidade,
seu lugar é no campo sendo acordada pelos pássaros.
É Inconfundível com seus óculos grandes já amarelados pelo tempo,
famosos óculos de fundo de garrafa, creio que ela os adquirira antes mesmo
desse nome ter sido atribuído a eles.
Com sua coluna já um pouco torta pelo peso da vida, mulher baixinha, sim!
Em estatura, e imensa em coração.
Conhecê-la foi como se Deus tivesse me permitido ver e tocar no rascunho da humildade, da bondade e da hospitalidade, beleza nobre e peculiar.
Carrega consigo o olhar de um poeta.
É uma verdadeira poetisa, corrijo! Mas seu rascunho é a vida.
E porque é chamada de “Dona – fia”? Bem, porque fora uma moça a vida toda.
SER AVÓ
Ser avó é muito mais que descobrir que o tempo passou para as mulheres.
É mais que ser feliz com a isenção das dores do parto.
É descobrir um novo amor quando pensamos já tê-lo conhecido na sua plenitude.
É um cuidado extremo e uma dependência que só alimenta a alma.
É viajar quilômetros para se estar junto por algumas horas.
Como diria a Rachel de Queiroz, ser avó é uma arte.
Avó não estraga, avó educa da forma mais serena e sábia que só a elas o tempo foi capaz de ensinar.╰ღ╮╰ღ╮
A velha casa do meu avô
(Devaneios de um jovem)
Ah, meus tempos de criança, dos momentos que vivi e hoje me recordo na casa grande do meu avô. Me lembro que à noite ficava na varanda da casa, no primeiro andar, me pendurava na grade pra ver a rua e o mais lindo era ver os navios ao longe, com suas lindas luzes amareladas e brilhantes no mar. Entre as imediações da praia do Janga e Olinda, lá eu via eles passarem, como uma simples coisa me deixava tão feliz e ainda me deixa, ah como aquilo era bom, e me maravilho porque isso ainda vive dentro de mim, bons tempos passei naquela casa, naquela rua D sete. Lembro também das vezes em que meu avô me pedia para tirar seus belos cabelos brancos, um a um, para parecer mais jovem, ó céus, como isso tudo era gostoso. E a minha vó, com o seu amor, como era mimosa e amorosa minha vó, sinto tantas saudades dela, nela eu acreditava que tudo era um mundo sereno de paz e tranquilidade. Bom sentir esses devaneios de pura intencidade da melhor época da vida de um ser humano. Como eu era feliz na velha casa do meu avô.
Não Corro Vaquejada Mas Meu Avô Já Correu, Mas o Sangue Corre Na Vaia Quando Derruba Boi No Chão e Quando Esculto o Locutor Dizendo VALEU BOI !!
Casa azul
Passei pelo portão da minha avó
Cruzei uma rua sem asfaltamento
Me dirigi à convidativa casa azul
Bati na porta por algum momento
Um homem de meia-idade abriu
Cumprimentei ele e segui o rumo
As escadas eu subi sem fraquejar
Havia lá uma garota com aprumo
O quão real pode ser um sonho?
Desejo muito então que se repita
Para tentar recordar o nome dela
Seria este um relato enfadonho?
A magia conhece quem acredita
E eu estou persuadido pela bela.
Toda vez que eu faço polenta me lembro da minha avó materna.
Ela pegava a panela onde havia sido feita e despejava um pouco de leite e depois que o angú desgrudava da panela, ela comia.
Minha avó lavava todas as roupas. Lavava toda a louça. Era forte e trabalhadeira.
Era vaidosa e nunca ficava sem esmalte ou tintura nos cabelos.
Sempre fazia um vestido novo que tinha bolsos na parte da frente.
O que a minha avó mais costumava falar era algum ditado antigo ou coisa que ela mesma inventava: " Quem chega por derradeiro bebe água suja." "Igual esse daí o diabo caga aos montes" e por aí afora.
Minha avó ensinou muitas lições preciosas. Mas esta é a melhor de todas:
A simplicidade é um item de luxo.
Élcio José Martins
SIMPLESMENTE MULHER
Mãe, tia, avó,
Dama, esposa, bisavó.
Amásia, amante, trisavó,
Filha, neta, bisneta e outra que vier,
Seu nome, simplesmente, MULHER.
Oito de março,
Dia de festa, de beijo e abraço.
Hoje é seu dia, o ontem também foi,
O amanhã também será.
Não há dia, não há data que a ela não caberá.
É origem, é meio, é final,
É tempero, pitadas de sal.
É razão, é paixão e emoção,
Sexto sentido, escuta com o coração.
Destemidas e decididas,
Já foram perseguidas.
Ganharam o primeiro round,
Ninguém a conhece mais do que Drummond.
Abriram novos caminhos,
Eram sucos tornaram vinhos.
Buscaram a maioridade,
Ganharam a igualdade.
As mulheres são cheias de graça,
Tanto na terra quanto no céu.
Salve Maria, Santa e fiel,
Manto sagrado coberta do véu.
Deus iniciou a construção,
Criou primeiro, Eva e Adão.
Deu às mulheres o poder da criação,
Deu ao mundo uma nova geração.
Às fêmeas, Deus fez a diferença,
Crescei e multiplicai essa é a sentença.
És tu o cimento e a cal da esperança,
Da construção do ser e da sua semelhança.
Cada um tem uma especial,
A mãe, a esposa, outras tal.
Quem não ama a mulher,
Não reconhece a mãe sequer.
Mulher, doce encantamento,
Brilho no olhar, contentamento.
Aliança no dedo, comprometimento,
Véu e grinalda o grande acontecimento.
As estradas são longas e estreitas,
Na condução da vida são perfeitas.
Nas curvas da virtude, caminham sem suspeitas,
Perfumadas e sempre belas, escondem as receitas.
Sobre o salto equilibram com elegância,
Na luta nunca fogem da militância.
Cuidam dá casa com grande maestria,
Doam charme, inquietude e simpatia.
Dos filhos cuidam de dia,
À noite fazem do amor, eterna melodia.
No trabalho já buscam ousadia,
Ainda sofrem preconceitos, uma grande covardia.
Virtuosas e vencedoras,
Por Deus são protetoras.
Amam pelo destino de amar,
Estão na terra para o GADU representar.
O mundo gira a seus pés,
Não há desânimo mesmo ao revés.
Não há lar sem seu olhar,
Nem tristeza que a faz parar.
É segura e sonhadora,
Justa, honesta e trabalhadora.
Nas indústrias, nas letras ou nas lavouras,
Veio uma, vieram duas e muitas seguidoras.
Protegem a quem amam,
Suor e lágrimas são fluidos que acalmam.
Não há dor e nem noites sem dormir,
Que a façam desacreditar e desistir.
No céu como na terra,
A luz do sol a lua descerra.
Mãe Maria junto aos anjos descansa,
Esposa Regina a luz, a energia, a paz e a esperança.
Gratidão não é palavrão,
Não é raio e nem trovão.
Obrigado mulheres da minha vida em comunhão,
Fostes vós o sentido, o caminhar e a razão.
Parabéns!...
Élcio José Martins
Hoje minha avó morreu
A verdade é que foi tudo tão rápido e automático que não pensei nela
Só conseguia pensar no meu pai.
Sei que é loucura mas não consigo imagina-la morta
Pra mim ela sempre vai estar na frente da casa sentada na cadeira de macarrão proseando com os vizinhos.
Já meu pai não,
Ele está aqui e vejo os anos pesando sobre seus ombros.
Eu vi ele chegar hoje andando devagar, eu vi a dor nos olhos dele
E eu vi lágrimas que não via há muito tempo
Talvez nunca tenha visto como aquelas.
E me doeu tanto
Doeu na alma ver (incapaz de reverter) alguém que amo tanto exalando aquela dor tão real, tão intensa.
Pai tudo o que eu queria era arrancar isso de você, mas seria egoísmo demais não deixar você viver o seu luto.
O tempo tudo cura, você só precisa saber que ela está nesse momento, sentada na cadeira de macarrão, com a caixa de fumo do lado, fazendo pacientemente o próprio cigarro. Ela vai pedir um café pra depois do cigarro e vai rir de tudo isso. Daquelas gargalhadas doidas que se seguiam de um beliscão que era a forma dela dizer Te amo.
Ela está melhor que nós.
Eu te amo demais.
Eu queria que você nunca esquecesse disso.
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