Avesso
Não gosto de páginas frontais
Prefiro os versos
Pulo, inverto,
Salto do avesso,
Viro, reviro
Me viro inverso
Declamo. É o começo!
Perco-me e o meu externo
é uma máscara sem rumo.
O meu externo é meu avesso.
O meu avesso ainda não entendo.
E o que eu entendo,
Não sei dizer.
____Lene Dantas.
E quando eu menos percebi o meu destino fez com que de repente a minha vida virasse ao avesso;
E de verdade eu gostei! Pois o avesso me caiu como uma luva;
( Avesso)
Narcélio Brito
Por fora sou calmo, quieto....
Por dentro tempestuoso,
Solo vulcânico de sentimentos .
A erupção quase sempre vem em forma de versos,
Essas lavas expõem o meu lado avesso.
AVESSO
Depois do horizonte
tem outro horizonte,
tem uma fonte,
tem outros verbos,
então o sol se põe
e repousa preguiçosamente...
Esperando Ícaro
e a sinfonia da tarde
arde nas penas
dos que são passarinhos
outros versos,
displicentes, dolentes, incandescentes...
a tarde desfalece,
alguns poucos raios,
um aceno, um ensaio de luz
e de cores quentes...
depois das tardes,
tem outras auroras
no outro lado do planeta,
que é o avesso do crepúsculo...
outros Ícaros outras sinfonias...
Criar novos verbos,
alimentar novos crédulos...
inventar novos deuses...
" Atrair alguém com boa aparência... praticando o avesso! O avesso daquilo que ela está acostumada ouvir e receber! Pondo uma diferença que a faça se perguntar e te fazer interessante.
Henrique R. de Oliveira.
Esvazie-me – preencha-me, conheça o verso e o avesso, rima após rima, sabe que deixo! E depois, ao acordar sozinha, vá viver se estou na esquina.
Inverso do avesso
E um verso.
Todo meu amor nasce bem dentro do meu estômago
Ali se brota feito uma flor,
Ou borboletas me causam incômodo.
O frio na barriga me faz geleira
Até quando estou em Marte,
Na Lua me falta o ar, amor,
Mas falta mais quando tu me parte.
Nasci do avesso!
Gosto do ser, e o ter, eu dispenso!
Não procuro um final feliz, eu adoro um começo!
Gosto de apertos de mão, mas, sou mais os beijos!
Não espero nada de ninguém, vou atrás do que mereço!
Gosto de homem certinho, mas, prefiro os travessos!
Não me acho perfeita, mas me amo, e me conheço!
Gosto de viver a vida e a na morte, eu nem penso!
Não tenho medo de nada, mas meus inimigos, eu respeito!
Gosto de ser eu mesma, e o que você pensa, eu nem vejo!
Vivo intensamente e se morrer, é apenas meu recomeço!
Quoi de neuf?
Rien, je pense!
Só mesmo aquela vontade louca
de sair por aí.
Sem avesso
nem direito.
Sem nenhuns pensamentos
de voltar.
Avesso
Nada mais ficou no lugar
Depois daquela madrugada fria
Que antecedeu tua chegada
E precedeu tua partida
Já amanhecia
E eu sentia o fluir inexorável das horas
Que teimavam em passar
Pro deleite do meu desespero
Que inebriado de desejos
Poderia não saber mais do teu olhar
Indiferente tu fostes
Diante do entoar encabulado das minhas vontades
Te querendo a qualquer preço
Em minhas contradições inerentes
Ao que minha pele sente
O exacerbo eloqüente
Do meu avesso original
Que até então estava guardado
Na porta da minha casa
Então me deixa aqui
Por mais alguns momentos
Para eu poder imaginar
Como teria sido
Se eu tivesse te tido
Naquele instante...
E você não vem
E a noite chegou
Estrelas no céu
Sussurram talvez amanhã
E sem ter noção
Avesso a razão
Meu coração segue as estrelas
por quantas vezes desviei-me do caminho, do certo, me virei do avesso, pelos tropeços causados pela depressão. Falta de dopamina ou excesso de fraqueza corpórea e mental, não sei qual a melhor explicação. Talvez esta inocente fragilidade seja minha maior força. Descrevo como se hoje fosse o amanhã do ontem, pulando linhas, esquecendo exclamações, afinal nada de muito interessante sucederia se eu salta-se um dia ou dois. A rotina ofegante, apaga a hostilidade de minha bondade e franqueza, a sinceridade apunhalada pelas falanges da vida, sucumbidas pela falsa tentativa de lutar, domada pelo que eu fui, mas quase esquecida por quem eu viria a me tornar. Que minha vontade seja a minha fé, que minha fé se torne o meu amor, que meu amor seja a minha esperança. Pois sei que os dias não estarão perdidos se a minha vontade de me tornar alguem melhor, for maior que a minha saudade de ser alguem.
És um pranto do avesso
És um anjo em verso
Em presença e peso
Atrevo-me atravesso
Pra perto do peito teu
Teu sagrado e tua besteira
Teu cuidado e tua maneira
De descordar da dor
De descobrir abrigo
Entre tanto amor
Entretanto a dúvida
A música que casou
Um certo surto que não veio
Há uma alma em mim,
Há uma calma que não condiz...
Com a nossa pressa!
Com resto que nos resta
Lamentavelmente eu sou assim...
Um tanto disperso
Às vezes desapareço
Pois depois recomeço
Mas antes me esqueço
Nossa sina é se ensinar...
A sina nossa é...
Nossa sina é se ensinar...
A sina nossa...
No inverso
Ao avesso
Observo o invisível
Indizível
Inimaginavelmente
Consequentemente
Inconsequente mente
Tropeça em passos torpes
Cidadão selvagem
Cidade turva
Chuva ácida
Flores murchas
A complexidade do simples
A simplicidade do exato
Becos humanos, ratos urbanos
Se escoem por ralos
Pudera eu ser outrem
Sendo eu pra ser o Todo
Em meio a tanta sujeira
Desvio-me do esgoto
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