Avesso
Maldita Sorte
Eu que sou midas ao avesso
De poderes a contra gosto
Sendo rei imposto
Melancólico e obsesso
Em tudo que expresso
Tocando ou quero
Se comigo não sou sincero
Por ser Louco, confesso
Estar desesperado
E preso em solidão eterna
Ser ter o que me espera
Nem algo almejado
Estando sempre acordado
Com nenhuma felicidade a vera
Tem sempre alguém dominando o impossível, olhando o avesso das estrelas despidas pelos raios solares para desenhar o que existe desde o começo dos tempo
Enquanto dormia...
Um anjin
Que bem me queira
Me ensinou que noite
É o avesso do dia
Que toda rosa
Tem espinho e magia
Que, se pra alguns
Lua é corpo celeste
Pra outros, é queijo...
Ou astro de inspirar poesia!
Os Avessos
Às vezes nos sentimos pelo avesso, seguindo na contra mão da vida. É como se os nossos pés afundassem em areia movediça e fôssemos perdendo o equilíbrio a cada passada.
Outras vezes não nos conhecemos, parece que retiraram de dentro da nossa alma os registros do que já vivemos e, assim, parecemos estranhos a nós mesmos.
Muitas vezes o viver nos parece algo tão prazeroso, mas logo depois sentimos um vazio intenso dentro da alma como se tivessem nos tirado do prumo da felicidade.
Entretanto, outras vezes sentimos dentro da alma uma força tão forte, tal qual uma tempestade que varre com força os detritos acumulados das dúvidas em nossa alma que são conduzidos como que por uma enchente, que não deixa nada no lugar.
Esta força é Deus que precisa de vez em quando sacudir-nos com as suas energias de misericórdia para acender as luzes que o pessimismo apagou e nos deixou tateando na escuridão.
"O mundo está de ponta cabeça, completamente do avesso.
Será o começo do fim ou o fim para um novo recomeço?"
O que me importa se hoje foi só
desassossego?...
Se foi avesso
Se foi dor...
Eu ainda insisto em
dançar pra vida
Porque sei que tudo na vida passa
E se eu não manter- me
em perfeito equilíbrio
A vida não terá sentido...
Nada de bom fluirá!
memórias
aquele moleque travesso, avesso a cercas, à revelia dos pais, sem um vintém "varava" a estação de são miguel, e no balanço do trem, ganhava novos mundos, novos cheiros e aromas de mogi até o brás.
sabedor q 'manoel feio' fazia jus ao nome, e senhor absoluto das lagoas de 'ururai' até 'aracaré', aos treze já com responsabilidade de homem operário, em busca de salário, às cinco já estava de pé.
deixara para trás as peladas no campinho e o pega-pega, e na gaveta da memória o seu estilingue, suas bolinhas de god e o pião, distanciando-se temporariamente do cheiro cáustico e do apito da nitro, calçando um vulcabras apertado p pisar em outros chãos.
sonolento e sem poder dar no pé, aquele ainda menino, sem despertar do cochilo, sabia estar em ermelino ao sentir o cheiro de enxofre da matarazzo, dona de outra chaminé.
de 'eng. goulart', 'eng. trindade' e 'penha', a única memória afetiva e q pode fazer parte dessa resenha, é ter visto de longe e ao logo da linha o que seria o bucólico parque ecológico e o inalcançável clube esportivo da penha.
da 'carlos de campos', ja livre da busca pelo feijão e arroz, soube tempos depois que o governador de são paulo, patrono da estação, a fez quartel general na revolução de trinta e dois.
já na quarta e quinta paradas, área mais industrializada, aliás, até o brás, o cheiro o remetia à usinagem; a uma montanha de cavaco do ferro descascado, imagem que o menino não esquece jamais.
tudo mudava no tatuapé e no belém, quando o cheiro da fábrica de bolachas, e o aroma da café seleto, produtos às vezes arredios à mesa daqueles passageiros, tomava o trem por inteiro.
aos operários apenas cheiros que vão e que vêm, e aquele moleque, agora com mais idade, relembra Solano Trindade, e em noites insone ainda ouve no ranger das ferragens do trem: "tem gente com fome / tem gente com fome / tem gente com fome".
15/04/2017
Choro ao avesso ― para dentro de mim ― só aqueles que veem o meu interior, a minha alma, conseguem ver minhas lágrimas
Atropelo meu orgulho
Me viro de ponta
Pelo avesso
Qualquer coisa faço
Pra ter tua atenção
Pra que me veja
Tudo em vão
Já nem disfarça
São respostas sem nexo
Pois é
Precisa de ferramentas
Peças
E eu de saltar fora
Jogar a rede
Chega de mendigar migalhas !
COMPOSIÇÃO!
Sou reflexo dos sentimentos que recheiam meu avesso e cobre meu corpo de luminosidade, quando meus poros externizam toda positividade da essência a pele brilha iluminada, meu olhar lampeja luz da descendência, nobre consciência, escudo para resistência.