Avesso
Águas claras, santas
Águas que são d'encanto
Lavai-me o coração de mágoas
Porque sou avesso ao pranto.
O avesso do planeta
Hoje somos estimulados a sentir ódio para nos lembrarmos do amor,
Somos estimulados a sentir raiva para nos lembrarmos da compaixão
Somos estimulados a presenciar a guerra para desejarmos a paz
Buscamos a todo momento incentivos para sobreviver
Para resgatar das profundezas sentimentos puros, muitas vezes esquecidos por nós.
Levamos milhões de anos para aprendermos o que
foi de graça nos concedido
Mas preferimos a escolha do caminho inverso
Preferimos o avesso do planeta,
O avesso do planeta.
O avesso também pode ser um portal para percebermos
nossas imperfeições, nossos atos insanos, nossas falhas
Porém, um caminho para reconstruirmos nossa plenitude, nossa unanimidade, nossa integridade... nossa vida.
Eu não estou nada bem...
Sei lá, tem dias de avesso, tem dias de ventos, tem dias de conflitos, tem dias de fechar os olhos e dormir e tem dias de não conseguir pregar os olhos. Tem dias que gostaria que o tempo parasse, outros que passassem depressa, e, na maioria deles, apenas que fosse um bom dia. Só isso.
PRINCESA DO AVESSO
Querido Príncipe Encantado,
Faz tempo que me disseram que você viria. Minha teimosia e mania de contrariar, me fizeram desacreditar.
A ideia de esperá-lo nunca me coube bem.
E nessa “não-espera”, fui esbarrando com sapos, e fazendo deles, príncipes.
Nunca um cavalo branco, tampouco espadas e escudos. Sem campos floridos e pássaros. Entre uma troca de olhar no bar da esquina e um esbarrão numa avenida qualquer, fui traçando com perfeição minha bagunça emocional!
Aquela linha tênue entre o querer e o fazer, que não funciona tão bem fora da “caixa”.
Pois bem, Seu Príncipe, a diversão perdeu a graça, a espera fez-se presente, e hoje escrevo para avisá-lo que venha logo.
Não se esqueça de que acordo de mau-humor, só funciono depois do meio-dia, não durmo a noite, trabalho muito, e amo esse trabalho com a mesma intensidade que reclamo dele. Sim, sou um conjunto de paradoxos e ambiguidades.
Leio Fernando Pessoa, discuto Platão, parafraseio Nietzsche e me “sacudo” ao som de Quadradinho de 8.
Gosto de pessoas, de discussões de mesa de bar, da mesma forma que preciso ficar sozinha, na única companhia do meu computador.
Mas você vai entender, já que é o Príncipe Encantado...
Também não esquece que não gosto de flores, que as troco por cactos... Que uma cerveja no boteco da esquina pode ser melhor recebido que um jantar naquele restaurante caro.
E que eu vou achar que você morreu de uma bala perdida cada vez que não responder alguma mensagem, e que provavelmente vou esquecer-me de datas importantes e comemorativas. Você terá de me lembrar antes, e você o fará, afinal, você é “aquele cara”.
Sou mimada, faço bico e bato pé. Levo uma discussão até o fim e admiro aqueles que me convencem...
Se gritar, vou chorar e possivelmente irei embora. Na falta do que dizer, um abraço é suficiente. Nada melhor que um sorriso pra me dobrar...
Mas, você já sabe de tudo isso, afinal, você não é só mais um...
Então, venha!
Um beijo,
aquela!
O ódio não é o sucessor da paz e da indiferença. O ódio é o raioX do amor, o seu avesso. (...)Se ódio é efeito colateral do amor, pensemos: as pessoas têm amor a quê? Ideologias, partidos, orgulhos?
Precisamos virar do avesso nosso corpo para que a alma possa sair do alvéolo e encontrar o caminho da luz.
Sabe aquele momento da sua vida que você só consegue ver tudo do avesso como se fosse uma camiseta que você não consegue desdobrar? Então, só não abaixa a cabeça, porque nada fica do avesso para sempre.
Sou eu
Sou eu cansado
Vagando no eterno.
Expondo o interno.
O avesso.
A paixão.
Tira de mim
O que já está fora
O que extravasa,
Esta brasa.
A paixão.
Tira de mim
Esta dor
Estreita.
Que extravasa.
O avesso.
Esta brasa.
A paixão.
Não sou beato, me criei na rua
Aprendi a me virar, viro avesso
e não mudo só pra te agradar
Te dou linha e depois esqueço
Almany Sol
Inverso do avesso
E um verso.
Todo meu amor nasce bem dentro do meu estômago
Ali se brota feito uma flor,
Ou borboletas me causam incômodo.
O frio na barriga me faz geleira
Até quando estou em Marte,
Na Lua me falta o ar, amor,
Mas falta mais quando tu me parte.
Nasci do avesso!
Gosto do ser, e o ter, eu dispenso!
Não procuro um final feliz, eu adoro um começo!
Gosto de apertos de mão, mas, sou mais os beijos!
Não espero nada de ninguém, vou atrás do que mereço!
Gosto de homem certinho, mas, prefiro os travessos!
Não me acho perfeita, mas me amo, e me conheço!
Gosto de viver a vida e a na morte, eu nem penso!
Não tenho medo de nada, mas meus inimigos, eu respeito!
Gosto de ser eu mesma, e o que você pensa, eu nem vejo!
Vivo intensamente e se morrer, é apenas meu recomeço!
Quoi de neuf?
Rien, je pense!
Só mesmo aquela vontade louca
de sair por aí.
Sem avesso
nem direito.
Sem nenhuns pensamentos
de voltar.
(...) Tenho saudade de quando ela me desdobrava do avesso. Seu olhar me golpeava por todos os lados. Ela me nocauteava com sua face teatral e oculta de sacana.
Sem fim, saudade...
Sinto saudade de quando você me desdobrava do avesso. Seu olhar me golpeava por todos os lados e você me nocauteava com sua face teatral e oculta de sacana.
Essa saudade me dá vontade de sentir de novo o gosto e o cheiro que deixa em mim. Do devaneio que deixa em minha cabeça.
(...)
Sinto falta do gosto seco na boca que era saciado por essa paixão tão molhada de suor.
(...)
Sinto falta de quando no primeiro choque de nossos olhos, entramos um no outro.
(...)
Sinto falta do gosto seco de quando as palavras fugiam da sua boca...
(...)
Sinto falta da distância de quando eu não tinha aonde ir e algo me impulsionava a percorrer o caminho até você.
(...)
Minha alma fica tão tonta quando meu pensamento se põe a vagar em você, que agora tento ficar o mais sóbrio possível para não sentir a embriaguez do seu perfume.
(...)
Estou cheio de urgência de quando seus olhos pairavam sobre mim.
Do pedido emergente que não para de suplicar ao meu coração que você seja quem meus olhos e coração conheceram ao primeiro impacto de nós dois. Sinto falta do seu desejo iminente que sempre dava voltas e parava em mim.
(...)
Sinto falta até de quando você estava tão aqui, que só por você estar tão aqui, eu não te amava quase nada.
Talvez por vivermos em um mundo ao avesso dos nossos pensamentos, no qual nos deparamos com diferentes comportamentos, é que percebemos que os obstáculos sempre existirão. O tempo pode passar, mas não descarta o que nele foi feito. As pessoas se esquecem dos valores e entardecem suas atitudes mais sensatas, e depois tudo que fizeram ou deixaram de fazer vem à tona, tomando o restinho do tempo que havia sobrado para evitar o pior. Então a vida passa ter mais valor, um valor machucado junto a um latejar de arrependimentos que poderiam ser cicatrizados se essas mesmas pessoas tivessem enfrentado e não escondido daqueles obstáculos que se depararam no passado.
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