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Como pessoas boas se tornam pessoas ruins?
Pessoas boas não se tornam ruins de um dia para o outro; elas se transformam lentamente, como o fogo que consome uma vela até restar apenas cera queimada. São os golpes invisíveis da decepção, as feridas abertas pela indiferença, e os ecos das palavras duras que moldam a alma em algo que ela nunca quis ser. Quando a bondade não é cuidada, ela se desgasta no atrito com a maldade alheia, e o coração, antes puro, encontra alívio no ódio, acreditando que essa é sua única defesa. No fim, ninguém nasce demônio; são os outros que ensinam como ser um.
Por que, às vezes, escolher parece mais difícil do que deveria?
Estar diante de escolhas simples, como um sorvete verde ou amarelo, pode parecer trivial, mas é nesse instante que a mente revela suas profundezas mais confusas. A cor, mesmo não alterando o sabor, cria uma ilusão de diferença que nos prende. Não é a escolha em si que nos consome, mas o que ela representa: a busca por algo que, no fundo, não existe. Queremos o azul, o inalcançável, aquilo que não está na mesa. E enquanto nos debatemos entre o verde e o amarelo, o tempo, indiferente às nossas dúvidas, derrete o sorvete, deixando-nos com mãos vazias e a sensação amarga de ter perdido o momento. Talvez, como dizem os psicólogos, isso seja o paradoxo da escolha: quanto mais opções temos, maior o peso de decidir, e no fim, o maior inimigo não é a escolha errada, mas a inércia.