Yhasmin Vieira
Eu queria saber voar para fora de você
Eu queria ser a borboleta que faz o furacão
Mas não está nele.
Eu queria saber a verdade sobre o mundo
Eu queria ser mais do que algo
Mas não gostaria de ser uma analise da humanidade.
Poderia fixar pensamentos,
Exigir histórias e brincar com canções
E ainda não seria o que realmente quero.
Eu queria saber da analise falsa e enganosa
Eu queria ser a flor cheia de espinhos
Mas nunca serei nada mais.
Eu queria saber ser várias pessoas
Eu queria ser eu somente
Mas querem que eu imite esta arte de ser quem não sou.
Digo então,
Não estou, nem sou
Só me deixe ser o que eu compreendo.
Quando vejo
A brisa batendo nas árvores
E com delicadeza
Tocando as folhas
Lembro do dia
Em que meu pensamento
Foi junto dela
Bisbilhotar você
E querer
Beijar-lhe a face, delicadamente
E as estrelas mostram um brilho intenso
E meus olhos lagrimejaram sob sua imagem
Fiel e ilustre imagem
Arrastarei com o tempo
Mas desde que ele pare
Só pra eu poder olhar-te
Mais um instante
Ah, delírio seria para o meu pulsante
Saborear seus risos
Penso em você
Mesmo quando não tenho a intenção
Mesmo quando não penso
Você me acompanha
Até quando durmo
Quando sigo preocupada
Em meu caminho solitário
Você me faz companhia
Digo te amo
Mesmo quando não tenho a intenção
Mas um instante
Em que meu pensamento
Desloca-se para seu ser, para
Beijar-lhe a face, delicadamente
E meus olhos lagrimejaram sob sua imagem
Lembro do dia
Em que meus olhos correram sobre sua face
Ah, delírio para o meu pulsante
Você me acompanhou desde aquele feliz momento
Mesmo quando não tinha a intenção
Fiel e ilustre imagem
Do meu amor mais verdadeiro.
Da fragilidade
Fez-se algo mais forte
Que separa a dor;
Traz luz e aconchego.
Da fragilidade
Brota força
Que faz da tempestade
Um clarão, na imensa escuridão
De seus prantos, faço risos
Para que as desgraças não lhe atinjam
Coloco em equilíbrio o mundo
Por mais complexo que seja.
Só para não lhe ver pisoteado
Faço de pedra, o vidro
Laço a maldade, sem medo
Não haverá sombra que impeça
Que o meu sentimento amoroso
Acompanhe e seja-lhe fiel.
De suas lágrimas
Quero risos
Quando triste está
Quero que o sol brilhe
Intensamente em você.
Se o nervoso tocar-lhe
Serei palhaça.
E leve... bem leve
Pintarei sua mágoa
E apagarei suas lágrimas
E se uma brisa tocar-lhe a face, saiba
É meu amor que foi buscar-lhe.
O que adianta, escrever algo
Quando na verdade, a minha maior vontade
era de estar ao seu lado?
O que adianta, escrever algo
Quando na verdade, o meu maior tormento
É você e estar sem você?
O que adinata, escrever algo
Que esclareça a minha essência no assunto
Quando na verdade, me machucou
Mais de forma que não se aprofundou,
Foi somente momentâneo.
O que adianta, eu tentar
Reverter seus pensamentos, ou
Mudar o que foi o seu passado?
Você sempre será o seu passado,
Mais ainda há espaço para que você...
Seja o seu presente e faça o seu futuro.
Talvez, eu não mudaria seu passado
Não se ofenda mas,
Eu mudaria o seu olhar sobre algumas coisas.
A minha maior vontade, era de estar ao seu aldo.
O meu maior tormento é a sua essência
E a sua ausência.
Seu passado te fez
E eu te amo assim!
Às vezes é tarde
Às vezes é cedo
E eu não sei
Como o tempo passa.
Por entre as nuvens
Eu tento salvar o que resta
Desta solidão,
Assistindo o fim do que sou.
Não sou e nem estou
Aqui, para salvar o mundo
Só assisto o tempo
E o tempo me assisti.
Não sei se está tarde
Não sei se está cedo
Não sei se você ouve a minha voz
Mas sei que já ouviu.
Não se despeça,
Mas me peça,
Que eu te ame
E você me ame, sem limites
Com esta brisa que me cerca agora
Finalizo meus olhos, em pensamentos
Fundo-me com sentimentos e desapareço
Entre o ar deste mundo.
Não sei se estou no céu,
Ou se somente me deram algo divino;
Se, é o inferno,
Ou apenas azar momentâneo.
Contei os dias e as horas
Atravessei o tempo e o espaço
Separei e melhorei o que era.
E com esta brisa que me cerca agora
Fundo-me com o vazio do ar
E logo, desapareço.
Tudo começou num verão, onde sonhos já não mais existiam e a vida desestruturou-se. A fundação se abalou! Perdeu seus passos e sentidos. De janeiro a janeiro amou, até que um vento balançou seu mundo e coração deixando seu jardim como após tempestade. Começou novamente, Levantou-se. Olhou e estudou. Aplicou-se. Menina simples de tamanha beleza, andava como que se brincasse entre os passos e sorrisos dos mínimos detalhes que a rodeava entre brilhos e sombras, chuvas e lágrimas, seu mundo florescia, mas se ia.
Dia e noite meditava sem direção. Tocou seu coração algo indescritível. Silenciou! E quando voltava seus olhos aos céus...suas mãos...seu amor...sua mente...sua alma...as estrelas que feneceram, não ouvia palavras que a consolava...Logo, silenciou suas palavras. Entre idas e vindas escrevia poesias na tentativa de se achar.
Leve e pesado
Graça, desejo
Levado pelo passado
Tornou-se o presente
Num futuro vazio
Eclodiu silenciosamente
Na mente
O juízo cessou
Junto pedaços
Tentando achar
E quando olho
Me perdi
Por lutar comigo
As palavras que não ouvia, no canto de seu ser, oprimia. Reprimiu-se.
Nas incertezas das palavras
Perdi
Razão e coração
Tropecei os olhos em você
E me deparei
Na incerteza dos sentidos
E já não sei
Quem sou, ou
Onde estou.
Minha maior consequência
Quando tropecei
Os olhos em você.
Seus olhos voltaram para um vazio, com medo de florescer o jardim, como primavera e inundar-se do melhor perfume. Seu perfumista, cadê? Será que olhou para tão delicada flor? Dizia consigo - “Não Brinque comigo! Não me balance! Tudo mudou. Esse é meu coração.” – torrentes de águas cercaram-na e cada vez avolumava em sua mente e seus pensamentos.
Veio um vento
Não aguentei
Preciso de unguento
Para meu juízo curar
Meu coração...
Vento, volte e devolva
Leve o que me trouxe
Não aguento
Você veio e balançou
O que não deveria
O meu coração.
E as horas de um vazio que não passam, no compasso de seus passos que voam silenciosamente sem acordar a multidão que sem saber dorme. Livrou-se do que no interior idealizou e substituiu pelo que realizou. O concreto gritou, cantou, dançou, se fantasiou e agora? Os aviões passam e a levam como nas estrelas. Simples, inteligente, sensata e atrás de nuvens. Suas flores murcharam, seus olhos fecharam na serena noite onde sonhou e delirou e deliciou e acordou e foi tudo novamente.
Meus olhos procuram
O som de seu sorriso
Que passeia nos lábios
Doces...
Encontro de nossos passos
Com laços de amor
Sublime sentido
Tido no olhar.
De janeiro a janeiro amou.
Estrela cadente
E se...
Seus olhos me vissem?
E por tamanha distância
Não pudessem me falar
A qual tormenta não se faz
E que o muito
Nem em seu pensamento estou?
Ver me livre de desejar...
Sentir você em mim.
Estrelas cadentes são passageiras
Seus olhares também.
Cavalgada para loucos (o que é o mundo)
Nós somos a saudade que fica e aperta o peito; somos os passos desordenados em rumo ao futuro; somos um ser e não ser; somos um dia vazio a chover, ou apenas a fumaça que se vai pelo céu. Sempre somos, pedaços! Pedaços de uma mágica perdida, de um passo descompassado, de uma mentira mal contada. Na vida estamos sujeitos a maré: coisas vão e vem na intensidade que futuro sentir o passado, tocá-lo.
Queremos buscar o infinito. Na verdade só queremos algo para fugir da realidade por poucas razões, as quais nem vemos lógica. Herança de contos e fábulas. Temos o prazer de matar esperanças e trazer o fim, quando estamos a sufocar no que seria de fato glorioso e brilhante! Herança de convívio com o mundo injusto, podre e pobre. Mundo que se corrompe a cada dia mais. Não há como entender esse coração. Imaginar o quão estranho as coisas são e lembrar que nada é verdade (ou real). Deu voz à ciência mas, e as promessas? Não sabemos, ou melhor, estão perdidas em algum lugar inexistente, vazio, sem oxigenar. Não existem mais promessas.
Esquecer é a melhor coisa a dizer. Esquecer o tempo que escorre. As horas nadam contra os segundos e o barco que te espera para levar além do horizonte, simplesmente não está. As flores não nascem para você. Uma tempestade nos invade e se derrama. Suspiramos, gritamos e a amplitude do silêncio nos invade com sons impossíveis. Desde que nascemos estamos em plena cavalgada, apressados para um novo mundo, passamos pesadelos e calmarias, amamos, choramos, sorrimos.
Avistamos novas terras, todos os dias. Ao nascer do sol não cansamos de rememorar a harmonia compreendida e logo, queremos descrevê-la. Sou o passado em pleno presente, buscando o caminho já iluminado. São tantos vazios livres a voar dentro de minha mente, esperando uma razão, encontrá-los e de fato nem sei se existem. Sem razão, nem querer; na solidão de um som; no vago de algumas palavras; no nada e no tudo, isto é o que nos mostram e não percebemos. Sem perdão, nem querer; no suplicar de um olhar; no simples cansaço de um ser; no desespero do esperar. Sem ânimo, nem querer; no início de uma estrela; no fim de uma estrada, somos a borboleta que a natureza coloriu as asas, voando e indo ao longe iluminar.
Mergulho meus pensamentos a fim, de que um dia, possa sentir o que não mais sinto: voando ao inesperado e inexistente; impossível e persistente. Reclamamos de nossas vidas, por uma dor ou outra, mas não sabemos, realmente o que é dor, ou ter motivos para reclamar da vida. Sentamos então, desiludidos, quando teríamos de estar em êxtase pela vida que ganhamos. No ser humano, é compreendido muito amor, porém, mais egoísmo e raiva. Às vezes olhamos a humanidade, por uma porta sem sentimentos, sem amor que lhe preste cuidados.
De fato: existe mundo? Ele me faz, ou eu o faço? Inveja, raiva, egoísmo e muitas coisas que não cabem em meu discurso e são as principais bases deste mundo mundano, não fazem meu mundo, mas por vezes parecem integrar o mundo que está fora deste. Há realidade aí? Não sei se há realidade aqui! O mundo e seus avessos, o mundo e suas razões, mentiras e insensibilidades. Seria melhor esquecê-lo para não enlouquecermos? Ou vivê-lo para não enlouquecermos? O mundo é formado de várias escolhas e você as faz desde quando começou a fazer parte deste lugar de loucos. Você é o início através dos olhos da humanidade e o fim, através dos seus olhos. Cada um tem um mundo e nós os fazemos.