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O Valor do Tempo
Carlos cresceu ouvindo que riqueza era sinônimo de contas bancárias gordas, relógios caros e viagens para destinos exóticos. Por anos, ele perseguiu essa definição com afinco: horas extras, madrugadas em claro, fins de semana sacrificados. Quando finalmente alcançou o tão sonhado "sucesso", algo parecia faltar.
Num sábado ensolarado, sentado à beira de sua piscina, ele viu João, seu vizinho, passar com uma bicicleta velha e um sorriso largo no rosto. Curioso, Carlos o chamou para conversar.
— João, você nunca quis ter mais? Uma casa maior, um carro melhor? — perguntou, enquanto segurava o copo de um uísque caro.
João riu, tranquilo, e respondeu:
— Ter mais? Tenho tudo que preciso. Sou rico do meu jeito.
Carlos franziu a testa. Como alguém que morava numa casa modesta, sem luxo algum, poderia se considerar rico?
— E como você define riqueza? — desafiou.
João olhou para o céu e, depois, para Carlos, com serenidade.
— Ser rico, meu amigo, é ser dono do meu tempo. Posso pedalar pela manhã, tomar um café com calma, ouvir os pássaros, ver minha família crescer. O tempo é a moeda mais preciosa, e eu gasto a minha com o que realmente importa.
Naquele instante, algo em Carlos mudou. Ele, que tinha tanto dinheiro e tão pouco tempo, percebeu o quão caro havia sido o preço de sua "riqueza".
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