Yago Conforte.
É como estar no final do dia e aguentar o caos, euforia.
Um rio de nós se vai todo dia; o fim de nós dois.
O fim da noite depois.
Aqui sob um mundo turvo
Visão de um muro escuro
Prestes a cair
Coluna prestes depois
de um pós moderno
De um inverno tão deserto
Estão às cenas a seguir.
As lembranças de um Agosto em Paris, teu rosto me diz que não vai mais voltar.
A saudade de um eterno aprendiz, pelos muros do país; visão do teu luar.
o ato reflexo é só um agente
um símbolo possesso manipula a mente
o apartheid sem um fim a todo dia, uma mentira na verdade repetida.
Eu sou um grão de poeira na areia da vida
Enquanto eu não me encontrar eu serei a ferida
E o grito me salta o ar nas pontes caídas
Não me obrigue a saltar pra vencer essa ilha
De riscos, enganos e danos da juventude
Os planos agora são outros; de atitude
O passado já era passado há muito tempo
Num blue jeans recortado/rasgado ao meio.
Não desperdice o seu tempo com o ópio da mídia
Só se pensa direito sem medo da vida
Pra ficar a poeira no canto da sala
É melhor se calar do medo não sai nada.
Canções que dizem porque...
Canções, cifrões, por quê?
A vida é nossa janela, pintando, descobrindo a aquarela.
solidão, vasta e grande solidão
tu és enfim o meu ar, dentro do porão
ambientas tudo que há em mim
mesmo se dentro houver um muro de Berlim.
Talvez seja você
Talvez você venha aqui...
Para escapar desta chama, é preciso sobrevoar, é preciso encontrar nosso caminho...
Yago Conforte nasceu no Triângulo Mineiro e escreve desde à adolescência, com muitas referências da literatura inglesa, rock progressivo dos anos 70, tem como base fundamental para sua escrita, a Inglaterra.
Direis a ti que há um dualismo dentro de mim.
Fareis aqui; dentro do peito um pedaço de ti...
E nós não somos nada, nada além do que se faz com os nós...
Sonhos Secretos nos gestos que eu te fiz
São contos e versos, inversos dentro de mim...
Por gestos/decretos, infernos: James Dean.
Há um tempo de outono que bate na porta
Há um quadro profundo em frente a memória
E tudo que a vida um dia ensinou
Desfaz com às falas que falam de amor
Um rumo incerto na cicatriz da vida
Teu é rumo é perto da minha saída
Os mares e às águas deságuam lá fora
Deságua a vida, o peito, e a hora
De tanto sonhar nós perdemos a vida
De tanto falar de um medo que abriga
O porto seguro não anda pra trás
Ele é tão inerte que faz tua paz
Mas são versos e rimas no teu som; teu corpo ilumina a pele e o tom
A nota mais alta que eu ouvi, nos salta e dilata teu corpo em mim
Tua pele fria, o vinho e a luz
A minha rotina ouvindo teu blues
Que sempre me toca ao lembrar
Das lembranças de outrora; outono e mar
Neblinas que são turvas nas curvas de Santos
Se dissipam, se dissolvem por tantos enganos
Dissolver o que há de melhor, do meu pranto
Eu ando tão só, pôr do sol, por tanto expoente
Por baixo dos panos
(Pôr do sol num dia tão quente
Às vezes são anos)
Mas até quando teremos que lutar?
Quantas pessoas precisarão sangrar?
E quantos tiros podem nos calar?
Quantas canções precisaremos criar?
Em cada esquina há uma pessoa
Talvez o inferno que te sobrevoa
Talvez nós sejamos como Fernando Pessoa
Com vários eu's e várias pessoas
Não vá esquecer da razão
Alça de mira, miragem ou não
Num telescópio o ópio-visão
Para transformar a vida em prisão.