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Moro na transversal do tempo, na esquina do mundo,
Olhando a intergaláctica possibilidade de delirar...
Sonhando com direitos, delírios e delicias em atuar
No comedido espaço de respirar...
Moro no coração dos libertários que sonham em revolucionar...
Na ponte entre o ser e o ter que atuar
Lutando até o dia do motim daqueles que olham sem coragem de gritar,
Só ouvindo os cães ladrarem e olhando a caravana passar...
Moro no lugar onde muro e quintal não tem fronteiras...
Onde telhado não há e o céu é o limite,
Onde o grito atinge o infinito;
Onde as pessoas vivem para amar...
Moro onde sou caçador de mim em busca de
ser o pensamento de existir para mudar...
Moro onde se sente sem se ver;
Onde se é o São Jorge do seu próprio Dragão,
Onde há liberdade da prisão do seu próprio jardim...
Onde ser incendiário das paixões não é ser o bombeiro das possibilidades...
Moro na praia ou no campo, no alto ou no baixo, na curva ou na reta...
Moro onde se jogam flores para quem não venceu, tentou e chorou...
Chorou, não pela frustração de ter perdido a disputa,
mas pela felicidade de ter participado dela...
Moro onde somos mais que humanos,
onde ser simples é ser chique;
Onde ser/estar não é uma tese filosófica,
mas sim uma prática do ser no tempo e no espaço
entre a construção e a desconstrução entre o tudo e o nada.
Moro onde não mora ninguém e todos têm um só sonho:
o de brilhar enquanto luz, sabendo que movimento é vida,
onde o círculo e as espirais são a própria essência da vida e do holismo...
Moro onde se descartam as retas,
sem tolas preocupações com começo, meio ou fim,
ad infinitum...