Xandy Britto
Insistem que eu fique com os pés no chão...
Mas que culpa eu tenho de ficar e olhar para as estrelas?
Estou anoitecendo aqui hoje, fora de casa. Não preciso de nada, eu sei. Mas esquece o teu colo, digo, a minha casa, por favor.
Deus, eu, minha mãe, família, amigos de verdade, arte, profissão, dinheiro. O problema está quando a gente inverte esses valores. Aí, sim, encontramos o perigo.
Dizem que sorte não existe... mas acho que ela existe sim. Isso me faz ter mais vontade de viver, então existe.
Inferno é quando nos deparamos com tudo o que temos e precisamos, mas sempre pensando no que ficou para trás ou no que ainda está por vir.
Existem pessoas que não acreditam no amor, nem na vida e perderam a poesia durante sua trajetória. Ficaram tristes, sozinhos e esqueceram que a vida teria outro gosto se lembrassem que o banho de chuva é o melhor remédio.
O olhar é corpo sem roupa, boca que emudece, abraço que fraqueja, o pássaro, o que não se pode explicar.
Cansado do agora, que já não é mais e foi embora... ainda bem que indo posso tocar a linha do horizonte e me embriagar de esperança.
Olhei o céu... e compreendi, sem querer, seu tamanho, pois nesse instante eu me enxerguei e me comparei ao mundo.
Sim, estou só, carente de ti, perdido nos versos, em silêncio. E não te escuto porque tua voz é interna e não voa aos meus braços.
Quando sentimos saudade
E choramos sem lágrimas
E olhamos para o céu
Recebendo das estrelas
Facadas... gostosas
E tristes...
Devemos procurá-la
Pois não há mais amor
No mundo em que vivemos
Somos ele.
Liberdade não deveria existir no dicionário. Pois se a liberdade for definida,
deixa de ser liberdade.
Nossas almas são pedaços de lágrimas e restinho de amores...tudo misturado na poeira das estrelas e cercado pelas canções dos anjos!
Amar é descobrir-se insuportável
Ao ter alguém que te suporta
E suportar o outro com todas as frescuras!
Ainda bem que amo porque te suporto
Pois a cura do amor é não supor
Na verdade, aportar em si e no outro
E de fome
a poesia morre...
E da morte, renascemos.
Seremos corpos em decomposição
ou beijo
que nasce durante o verso?