Willian Murback

"digamos que hoje eu parei para arrumar toda aquela bagunça que estava aqui, abri a janela, deixei o ar entrar e consegui reorganizar tudo! Agora sim pode entrar, só não faça bagunças, não é fácil para arrumar sozinho."

queria que eu pudesse rebobinar a vida ou mesmo avança-lá, seria tão mais fácil, só ficar com os momentos em que me agradam, ou os mais fácies de serem vividos, porque essa busca de respostas não é fácil quando não se tem as perguntas.

O problema não é se entregar, nunca foi esse o motivo. Muitas das vezes buscamos achar alguém que nos complete, mas esquecemos de olhar para nós mesmo e perceber que você se auto completa, porque é melhor estar só e completo do que se atirar em amores rasos e que não vale nem a pena dar uns mergulhos.

a cada trago dado você morre um pouco, mas quem não vai morrer um dia? Diariamente morremos um pouco e não percebemos, mas não somente por causa de um cigarro, mas também por feridas que outros lhe causam.

"e hoje já se passa mais um dia, um dia como todos os outros, normais e sem muita coisa diferente, mas sinto em mim que existe sim algo diferente e hoje já se passaram 2 anos que você se foi, sem um prévio aviso, só se foi. Estranho isso, já se passou tanto tempo e eu ainda me lembro de tudo que vivemos, desde o primeiro beijo até o último dia que eu pude te olhar. Não posso dizer que está sendo fácil, pois não está, mas estou tocando em frente, mesmo que não seja fácil, eu estou tentando..."

"e naquele dia quando eu menos esperava você chegou, uma maneira bem singela, aquele sorriso, aquele olhar perturbador que te deixa sem jeito. Como faço para apertar o botão de voltar naquela tarde, onde seus lábios se encontraram aos meus, meu corpo sobre o seu, aquela tarde que não saia da minha cabeça. Hoje acendo o cigarro e o que me vem há cabeça são as lembranças das poucas horas que passamos juntos em um breve romance de inverno."

"o peso que carregamos aos vinte e poucos anos, as vezes é mais do que conseguimos suportar, um despreparo que tivemos, por escolhas que muitas vezes não são nossas, seguindo um mapa que simplesmente entregaram, andando sempre onde está marcado para irmos e na verdade queríamos fazer o caminho inverso, que por medo de frustrarmos as pessoas que amamos não vamos onde deveríamos ir. E lá na frente o mundo te cobra das escolhas que você não fez, e vem aquele velho arrependimento de não ter feito e saber que não dá para voltar atrás das suas escolhas que você esqueceu dentro de uma gaveta."

"o problema é que eu sou uma bomba relógio, hora ou outra eu irei estourar, os estilhaços não só vai me machucar, mas também todos que estiver em minha volta. Vivo um conflito interno de valores, crenças e medo, sim medo, medo das pessoas não entenderem o que passa em minhas emoções e sentimentos, medo da negação ou do próprio rejeito. Acredito eu que todos temos o direito de sermos felizes, então porque eu venho me privando disso há tempos? É foda, venho levando uma vida onde tento ser o mais perfeito possível, para amigos, trabalho, estudo e até família, mas que na verdade eu só queria ser eu mesmo. Aquela velha frase da Clarice Lispector vem me resumindo, sim eu tenho medos bobos e coragens absurdas. Medos do que vão falar de mim ou mesmo pensar, mas quem liga? Na verdade eu ligo e muito, sempre liguei para opinião alheia, colocando sempre as minhas vontades em segundo plano ou até em último. A parte da coragem que fala na frase? Não sei se tenho, devo ter, mas deve estar soterrado dentro de mim. Penso comigo que às vezes ser perfeito cansa, vivendo por vezes uma realidade que não é sua, sonhos que não são seus, passos e etc. mas com isso aprendi que o que eu realmente preciso agora e simplesmente arrumar uma maneira de eu ser quem eu realmente sou."