Willas Gavrosnk
Teu abraço
Senti o pavor de teu abraço
Triste como a uma tarde serena
Aquela que se põe sem o assobio do bem te vi
Como o sol que esvai-se aos poucos
Colorindo os céus, milhões de cores.
Abetumado dizia: adeus !
E soou..soou..soou...
Soou ao meu ouvido e perdurou.
A mais triste melancolia.
As lágrimas escoaram dos olhos
Os lábios já não sentem mais sede
E o pulsar do coração fraquejar
A lembrança de fiéis paredes.
E a solidão não se conforma
A saudade me arrebata
Nem ainda fui, nem cheguei àquela cidade
Mas, se já a pensar frui ardores
Quanto mais doerá se partir de verdade?
O tempo me regressa, me ivade
Me confusca, me demonstra autopiedade
Pois vida mais sozinha que esta, se existe
Seria eu o poeta mais falso da cidade ?
Solitário
Como andarei linda trilha
Com os pés ainda descalsos,
E no andar como saberei fim de partida
Se meu andar ainda é em falso.
Não sei...
Não se sabe!
Alguém ainda não me disse,
Talvez me ausentaram de alguma verdade.
Me escondo em alguns sorrisos
E disfarço tal felicidade
E se já provei de tão rica doçura
Já não saberei se foi mentira ou verdade.
Nao sei...
Quem sabe ainda me ache!
Vivo a trovar desamores e
Canto ao sonhar com beldades.
E canto mais ainda porque o riso encanta
E bebo em bocas, passsagem
Mas vivo na futilidade fugaz
De paixões que se vão sem saudades.
Me abraço com outros abraços
Me embebido no corpo teu
E depois de vil compasso
Já perdi o que nunca foi meu.
E a chuva cai, o tempo voa
A saudade se esvai, teu rosto e postura
Me fazendo entender, que foste você
Mais uma torpe aventura.
E a vida se vai,
como eu nela também vou...
Passando um pelo outro
Sem saber quem foi que passou
E esse vazio se reflete em risos
A solidão se mostra bondade
Quando é que meu riso sorrira
Quando a solidão se mostrará liberdade?
Não sei...
Não sei...
Ando descalsos
Ainda em caminhos falsos.
Willas Gavronsk