Will Lukazi
Saudade não é questão de pele, bandeira, etnia ou raça, é diferente disso __ é questão de alma, distância, interpretação de espírito ou matemática dos sentidos que calcula tudo em fórmulas nada convencionais e sempre estranhamente exatas.
Para ela aquilo tudo não era loucura. Ela esperaria sim um pouco mais de chão, possibilidades, ajustes e um coração novinho em folha...mas não tinha pressa. Tudo estava só começando.
Chegue mais tarde hoje, meu amor, quero ficar mais tempo com a criatura em que me transformo quando estou sozinho. Quem sabe quando você voltar já saberei responder a todas as perguntas que me fez e que ainda não te dei respostas. Quem sabe eu possa te mostrar certa lógica quando eu te digo que alguém escreveu torto em minhas poucas linhas retas. Quem sabe eu possa explicar por que eu gosto tanto de reticências.
Quem sabe eu possa te falar de coisas que vivem por debaixo da minha pele.
As coisas são assim mesmo__ pode-se até criar lendas ou mitos, mas não há como evitar de se caminhar em vão de vez em quando
Abandonarei um pouco das lições de como ser civilizado e experimentarei as coisas que me vierem por instinto,por um fio,por um brilho ou por um lábio
eu nunca soube prever minha reação nas vezes em que a jugular de meus sonhos foi mortalmente golpeada e ferida. Só uma coisa é certa: estarei vivo e com grandes bíceps na mente... lugar certo para eles
E nada será melhor do que abandonar momentaneamente os movimentos limitados dos olhos e me aventurar pelo pensamento denso, convidativo, onde minha alma finalmente fure a fila e tenha os orgasmos que me eram destinados ao corpo.
Hoje eu sei que, na verdade, estávamos era tristes, sem brilho, nos despedindo tímida e silenciosamente um do outro, mesmo que não tivéssemos plena consciência disso naquele minuto.
E nesses dias em que a inspiração me falha e se acovarda, eu percebo que a única idéia brilhante que tenho é viver.
Às vezes se perde um grande amigo ou simplesmente ele parte na nossa frente e descobrimos que nossa dor não é ferrugem para cessar as engrenagens da vida e por isso todo o seu movimento continua
Quero ver essa chuva de Novembro e sentir de algum modo que tudo vale a pena, até mesmo este meu descontentamento com não sei o quê.
Vontade imensa de viver, mas só depois de me permitir ir além dos sonhos perdidos, dos choros invisíveis e das coisas palpáveis
Não importa por onde ela ande e o quão ela se torna experiente e madura. Nossa vida sempre nos conduzirá a algum momento onde teremos que esfriar a cabeça, manter a calma, respirar fundo, contar até dez e seguir em frente
Meu corpo é constituído por sangue, suor, lágrimas e outras coisas navegáveis e frágeis que formam mais de 70% de minha estrutura humana que uso de disfarce no dia-a-dia.
Nada como uma Segunda-Feira após a outra. São elas que nos possibilitam confirmar ou abalar nossas convicções
Não mato mistérios. Eu os trato, dou atenção e afago até que percebam que foram vencidos e cativados.
E se te digo ‘Te amo’, tudo passa a ser simples e todas as outras coisas se tornam obrigatoriamente possíveis
E de tudo que me arrependo, e eu me arrependo, me lembro de estarem presentes palavras e vocabulários. Dificilmente a gente se arrepende de ter ficado em silêncio
Falar de amor exigiria que aquele rapaz tivesse sido feito de um outro material que não fosse aquele que o revestia
E todo aquele mar de não-amar, de nostalgia e ostracismo que para muitos era loucura ou, no mínimo, doença herdada ou adquirida, para ele simplesmente se resumia numa única palavra: Livre-arbítrio