whyjovi
Minha cabeça mordeu
Algo que não consegue engolir
Não importa o quanto ela mastigue
O que resta é...
A minguante acabou
Nova fase estreou
E na fraqueza que sou
Eis me aqui
Deslizando em uma tela
Tecnologia e aquarela
Somam à imagem bela
Uma falta sem fim
E a ampulheta em meus sonhos
Se distorce com o medo
Por demonstrar que nosso tempo
Nunca foi o mesmo
Os poderes do ser humano
Ironicamente são invisíveis
De tentar o que nunca tentou
De suas vontades perecíveis
O incêndio que queria ser gelado
O seco que queria ser molhado
O desenho que queria ser notado
O amor que queria ser igualado
E neste último julgamento
O mesmo doloroso decreto:
"Vá e aparte,
Ou nunca haverá teu momento."
Uma sentença veio à mim
Algoritmo do meu próprio sistema
Pela minha segurança
Hora de omitir o problema
Não é errôneo optar
Escolher continuar
Mas sempre que um epílogo terminar
Lembranças irão sussurrar.
Linhas paralelas
Rotas entre paraísos
Sob a faísca de metal, a aquarela
Uma sincronia de sorrisos.
As cores? Moldadas
Pela chegada e pela ausência
Pelas respirações desequilibradas
De ambas carências.
A ciência e magia
Circulam sob a pintura
Nem dormindo sonharia
Nem chorando sentiria
Com uma troca de olhares tão pura..