Wesley Giovanny
Flor de mandacaru 🌵
Há quem pense que seja só espinho, que não tem cheiro nem sabor;
Que é arbusto seco que nasce sozinho;
que não dá flores e não muda de cor;
Não precisa de cuidados nem de carinho;
germina até nos telhados da casas, semente levada pelo vento ou passarinho.
Por essa condução, um certo dia,
um passarinho pousou em minha mão
Deixando uma semente;
o vento bateu e caiu no chão;
dias após, germina uma flor,
A flor mais linda do sertão.
Cresceu rapidamente.
Brotou os primeiros espinhos;
chegando a furar-me.
Não por ser rígida, era apenas o jeito em que eu conduzia às minhas mão.
Ao compreendê-la, pude trocá-la;
os seus espinhos se tornaram macios;
feito plumas de algodão.
Aparentava ser seca por fora, mas, a sua fibra era tão suculenta que quando apertei, escorreu água em minhas mãos.
Água captada por suas raízes, fixadas no lençol freático chamado coração.
(Linda flor, simbolismo do sertão).
O vento que batia em seu caule e passava entre os espinhos formavam um lindo som para os meus ouvidos, dando-me a certeza de que ninguém nasceu pra viver sozinho, no sertão da solidão.
Ela me mostrou que até os mais duros espinhos possuem vida e que em todo o ser existe amor;
basta apenas encontrá-lo e rega-lo;
E, logo verás o nascer de uma flor.
O que seria do sertão, sem essa flor que nasce em solo tão árido e colore o mato seco?
Simbolismo do sertão, linda flor que nasce quando vem chegando a chuva;
Dando esperanças ao sertanejo;
Uma obra prima tão linda quanto a sua existência, é assim que a vejo.
As folhas em branco
Preenchem o vazio persistente
Em habitar o meu ser;
Vazio deixado por você;
Quase impossível preencher;
Uma falta que sufoca;
Na esperança da sua volta;
Rabisco folhas, contando histórias;
Vívidas com você.
No fascínio do teu ser;
Meu eu se perde em teus encantos;
Revejo teu rosto em cada canto;
Meu coração despedaçado, cai em pranto;
Revivendo memórias contracenadas com você.
Escrever sobre nós dois, é a forma diferente de te ter: sem nada exigir, sem nada de te ter, basta apenas uma folha, em segundos, sem perceber, ao meu lado está você.
Eu gosto de você;
sobre um olhar diferente.
Quando a vi, encontrei pureza de
tamanha limpidez, de pronto;
Tive a certeza: foi a natureza que te fez!
Uma menina que transpira amor.
leve, delicada, feito o tocar do
vento numa flor.
Olhar que reluz vida;
Uma voz doce, feito o néctar que alimenta o beija-flor.
És flor desconhecida. Flor que brota amor. Privilégio tê-la em um jardim;
Quem dera brotasses em meu canteiro.
Teria eu; plenitude sem fim.
uma flor pra chamar de amor;
E, que brotasse só pra mim...
Saudade
Toda saudade é bonita;
Inexiste saudade feia;
Em nossos corações ela habita,
faz passagem na mente que vagueia;
Acompanhada de um longo suspiro;
São meus castelos de areia.
Eu vou apagar de mim;
todo esse sentimento inverso;
Na incapacidade de ser vivido;
Guardarei comigo, apenas os versos.
Da menina mais pura que já vi;
O doce encanto que exalas;
Pureza criada pela natureza;
Que fez morada em minh’alma.
O sonho que não passará de encanto;
Onde meu eu perdeu-se em teus encantos;
Sonhando o que não podia viver.
No fascínio do teu ser
Por deveras eu confesso,
tu serás eternamente, o meu mais lindo verso.
Desalento
De tristeza minh’alma está completa;
A sentir furadas de espinhos;
Na noite em que me sinto sozinho;
Revendo conversas trocadas com você.
Na impossibilidade de ter, caminhei na contra mão do destino, E agora, eu dissipo meus sentimentos sozinho, escrevendo em folhas;
Pensando em você.
-Wesley Giovanny
Presença imaginada
Não foi um sonho, era presença;
Em delírios senti a tua essência;
Talvez, seja só a minha crença,
Fazendo meus pensamentos de escravo.
Aprisionando-me na inventividade;
portando-me aos devaneios que me conduz;
Inenarrável foi senti-la por um instante;
Mesmo tendo findado ao nascer da luz.
Percorrerei os caminhos da volta;
Desejando-te em meus vagueios constantes;
Atento! Sem perder um só instante.
Me disporei ao silêncio e à renúncia
“Anônimo e abstrato eu voarei “
Em busca do enigma de nós dois.
Na magia da juvenilidade
O meu eu perdia-se em teus encantos;
Via teu rosto em cada canto, era a busca incansável de te ver.
buscava-te a todo instante, se era delírio;
não sei! Era bom demais te ver!
No fascínio daquele instante, as mãos tremulam delatavam a emoção, tornando impossível de conter, a voz faltava, era sufocante, era a magia de te ver.
Oportunidade eu nunca tive
Mas disso nunca duvide
Na minha adolescência
O meu maior sonho era você.
Dentro de mim
No silêncio letal que me persiste;
Há um mar de quietude;
Meus vagares são plenitude;
É a fuga só d’um homem triste;
Por vezes, chego a ser rude;
Quando interrompido ou indagado;
meus pensamentos, não pergunteis;
São abstratos, só em mim existem.
Minh’alma se divide em paz e disputa;
Mas, em meu silêncio, alguém me escuta;
Não se cansa de ouvir, nem de mim desiste.
Em fiel atenção interior;
É onde despejo a minha dor;
Na certeza que não seja propagada.
É paciente, nem se quer reluta ou indaga;
Minhas angústias ou estórias de amor.
Afinal, quem sou eu, quando me escuta;
Na minha fortaleza interior?