Biografia de Wassily Kandinsky

Wassily Kandinsky

Quem foi Wassily Kandinsky?

Wassily Kandinsky (1866 – 1944) foi um pintor russo que marcou a história das artes visuais, sendo apontado como um dos artistas mais influentes do século XX.

Precursor do abstracionismo, foi um dos professores da Bauhaus, a renomada escola de arte alemã que ficou conhecida pelo seu trabalho vanguardista. 

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Origens e juventude do artista

Nascido no dia 16 de dezembro de 1866, em Moscou, Wassily Kandinsky deixou a Rússia durante a infância. Ele foi morar com uma tia na Ucrânia e cresceu na cidade de Odessa. 

Mais tarde, regressou ao seu país para concluir os estudos. Por lá, se formou em Direito e passou a trabalhar como professor universitário.

Aos 30 anos, viu uma exposição de Monet que mudou o percurso da sua vida. Apaixonado pela pintura, ele decidiu abandonar a sua profissão e se dedicar plenamente à arte. Pouco depois, começou a frequentar a Academia de Belas Artes de Munique, na Alemanha. 

A pintura inovadora de Kandinsky

Suas primeiras telas mostravam uma nítida influência impressionista, exibindo figuras humanas e objetos naturais. Inspirado pelas obras de Monet, começou a experimentar um estilo que fundia cor e forma, buscando expressar sentimentos mais do que representar um objeto. 

Sua pintura começou a apresentar contornos imprecisos, rostos sem definição e formas cada vez mais vagas, algo que desafiava a tradição artística da época. Surgiu, então, o abstracionismo (ou seja, a arte não figurativa) no mundo ocidental. 

Em 1910, Kandinsky criou uma obra sem título que ficou conhecida como Primeira Aquarela Abstrata. Além de ser um ponto de virada na sua carreira, trouxe grandes transformações para a História da Arte. 

Primeira Aquarela Abstrata

A partir daí, suas criações abstratas foram desenvolvendo um conjunto de características inconfundíveis: dinamismo, uso de cores vivas, contrastes, linhas e formas geométricas. Para pintar, ele também se inspirava na música, associando cores a sons. 

Kandinsky foi professor na escola alemã Bauhaus. Durante esse período, sua produção artística se tornou ainda mais prolífica e vanguardista. Ele também se relacionava com outros grandes criadores e, em 1924, formou o grupo Os Quatro Azuis, que incluía Paul Klee. 

Algumas obras do artista visual russo se tornaram muito famosas, como Composição VII (1913), Composição VIII (1923), Amarelo-Vermelho-Azul (1925) e Composição X (1939). 

Composição X

Ao lado de Malevich e Piet Mondrian, Wassily Kandinsky formou o chamado "trio sagrado da abstração" que revolucionou a criação artística do seu tempo, trilhando caminhos para as gerações seguintes. 

Vida privada e morte 

A vida privada do artista foi atravessada por alguns amores e incontáveis viagens. Na juventude, casou com Anna Chimyakina, sua prima. Anos mais tarde, ele se divorciou e se uniu a Gabriele Münter, uma antiga aluna. 

Depois de viajar pela Europa com as suas exposições e se fixar na Alemanha, Kandinsky precisou fugir no começo da Primeira Guerra Mundial. De volta à Rússia, se separou da companheira e conheceu Nina Andreievskaya. 

Após um novo matrimônio, o casal teve um filho, Vsevolod, que morreu nos primeiros anos da infância. No contexto da Revolução Russa, o pintor chegou a trabalhar para o governo de Lenin, mas sua arte não se adequava às criações engajadas do regime político. 

Assim, ele decidiu se mudar para a França, onde passou o período final da sua vida. Foi na região de Neuilly-sur-Seine que o artista faleceu, em 13 de dezembro de 1944, na sequência de um acidente vascular cerebral. 

Não há nenhum dever na arte porque a arte é livre.

Acervo: 13 frases e pensamentos de Wassily Kandinsky.

Frases e Pensamentos de Wassily Kandinsky

Toda forma, toda cor, significa um sentimento: não existe nada no mundo que não diga nada.

A cor é uma energia que influencia diretamente a alma.

O artista deve treinar não apenas seus olhos, mas principalmente sua alma.

Esse ponto de contato interior, apesar de toda a sua importância, não é, entretanto, mais do que um ponto. Após o longo período de materialismo de que ela está apenas despertando, nossa alma acha-se repleta de germes de desespero e de incredulidade, prestes a soçobrar no nada. A esmagadora opressão das doutrinas materialistas, que fizeram da vida do universo uma vã e detestável brincadeira, ainda não se dissipou. A alma que volta a si permanece sob a impressão desse pesadelo. Uma luz vacilante brilha tenuemente, como um minúsculo ponto perdido no enorme círculo da escuridão. Essa luz fraca é apenas um pressentimento que a alma não tem coragem de sustentar; ela se pergunta se a luz não será o sonho, e a escuridão a realidade. Essa dúvida e os sofrimentos opressivos que ela deve à filosofia materialista distinguem nossa alma da alma dos primitivos. Por mais levemente que se a toque, nossa alma soa como um vaso precioso, que se encontrou rachado na terra. É por isso que a atração que nos leva ao primitivo, tal como o sentimos hoje, só pode ser, sob sua forma atual e factícia, de curta duração.
Salta os olhos que essas duas analogias da arte nova com certas formas de épocas passadas são diametralmente opostas. A primeira exterior, será sem futuro. A segunda é interior e encerra o germe do futuro. Após o período de tentação materialista a que aparentemente sucumbiu, mas que repele como uma tentação ruim, a alma emerge, purificada pela luta e pela dor. Os sentimentos elementares, como o medo, a tristeza, a alegria, que teriam podido, durante o período da tentação, servir de conteúdo para a arte, atrairão pouco o artista. Ele se esforçara por despertar sentimentos mais matizados, ainda sem nome. O próprio artista vive uma existência completa, relativamente requintada, e a obra, nascida de seu cérebro, provocara no espectador capaz de experimentá-las, emoções mais delicadas, que nossa linguagem é incapaz de exprimir.

Não há nenhum dever na arte porque a arte é livre.