Walter Benjamin
Quanto mais esquecido de si mesmo está quem escuta, tanto mais fundo se grava nele a coisa escutada.
As citações, no meu trabalho, são como ladrões à beira da estrada, que irrompem armados e arrebatam o consciente do ocioso viajante.
Nunca ninguém se torna mestre num domínio em que não conheceu a impotência, e, quem aceita esta ideia, saberá também que tal impotência não se encontra nem no começo nem antes do esforço empreendido, mas sim no seu centro.
Uma das principais tarefas da arte sempre foi criar um interesse que ainda não conseguiu satisfazer totalmente.
Uma vivência, algo pelo qual simplismente eu passei, eu atravessei, ou algo que me aconteceu, ela não é nada se ela não puder ser transformada em alguma narrativa compartilhavel e transmissível ao grupo ao qual eu pertenço. É a transmissão, é o compartilhar, que transforma a vivência em experiência.
Um acontecimento vivido é finito, ou pelo menos encerrado na esfera do vivido, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, porque é apenas uma chave para tudo que veio antes e depois.
A verdadeira imagem do passado perpassa, veloz. O passado só se deixa fixar, como imagem que relampeja irreversivelmente, no momento em que é reconhecido.
Nossa imagem da felicidade é totalmente marcada pela época que nos foi atribuída pelo curso da nossa existência.