Viviane Basso
Talvez a questão seja essa, corpo e alma nunca estiveram conectados, talvez sejam independentes. Talvez nossas almas sejam revolucionárias Joanas d’Arc que não se deixam dominar pelas células de nosso corpo. Ao menos de alguns de nós.
Roube da primavera o seu aroma, do verão a sensualidade, do outono a transformação, do inverno o recomeço e reconstrua-se.
Seu chefe não pode te culpar se você tem uma vida e pretende gastá-la fora do perímetro do escritório. Nem todos tem o dom para puxa-saco, caso contrário não existiriam os CEO's.
Como na montanha russa, a adrenalina da subida e o desespero da descida dão sentido ao furioso ciclo da vida.
Esquecer-se dos padrões, do estilo de vida, do certo e do errado, do tempo, das chaves, do esperado, do bom senso. Viver o novo. O diferente. O não aceito.
Nessa corrida desenfreada por ser feliz, não realizamos quantos danos causamos naqueles que cruzam nosso caminho.
Estamos tão cegos por essa expectativa de atingir essa coisa de felicidade, que nos impedimos de vivenciar A felicidade, afinal, essa é a sua vida, e ela está acontecendo nesse momento.
No momento eu só sei de uma coisa. Se o mundo está mesquinho, eu sou responsável por isso, e provavelmente você também.
Deveríamos apenas correr.
Correr de nós mesmos e para nós mesmos.
Das nossas emergências.
De nossos sentimentos.
De nossos avisos de alerta.
Deveríamos correr por dentro de nós mesmos.
Apagando as cicatrizes que outros deixaram.
Destruindo os pequenos muros que se formaram.
Vamos correr das certezas e das possibilidades.
Pois verdadeiro somente é a corrida.
E ainda sim ela não passa de ilusão.
O que faz minha vida valer a pena é, não apenas saber, mas sim percorrer os meus próprios objetivos, ainda que eles me levem a lugar nenhum
A maioria de nós apenas reage ao que nos acontece, permite deliberadamente que o ambiente nos afete, quando o apropriado seria agir, planejar, arquitetar e executar.
Alguns preferem se manter no papel de vítima da ocasião, condenado a todo sofrimento inclusive o inexistente.
Quanto mais nós fantasiamos, mais nos afastamos do objeto de desejo. Quanto mais critérios nós pautamos, mais o objeto se desvanece.
Ao contrário do dito popular, sonhos não se tornam pesadelos. Se transformam em realidade, a qual está sujeita às falhas da intervenção humana. E se não houvesse essas pessoas com falhas, envolvidas, significaria que seu sonho, continua sendo apenas sonho. Ainda.