Vitor Medeiros
Ontem, eu adormeci
Relembrando momentos que contigo vivi
Eu nunca me esqueci
E não será a última vez que escrevo sobre ti.
Vigília
Estou há horas nisso
Sempre a mudar de lado,
De manhã tenho compromisso
Chego outra vez atrasado.
O tempo passa a correr
E eu só penso no avolecer.
Amanhã não aguento
O estado sonolento
Ao escrever isso distraí-me
E dei por mim,
A noite já tinha chegado ao fim.
Todos os dias é sempre a mesma cerimónia...
E se desaparecesses, insónia?
(Re)encontro
Minha flor que eu cheirei,
E mal toquei.
Minha flor que eu reguei
E não te vi quando voltei,
Talvez porque já era tarde quando te procurei.
Flor só há uma por isso a cuida,
Porque quando ela se for embora,
Quando te perderes na hora
Não haverá ninguém que te acuda.
E nisto tudo só sugirá um sentimento,
O arrependimento
E se ao menos pudesse mudar algo daqui pra a frente...
Mais uma vez a vida ensinou-me,
Mas não ensaiou-me;
Quem sabe?
Eu não sei,
Mas vou averiguar
Se me calhasse
Fazia para resultar
Mas eu não sei
Até pode acontecer nunca saber,
Só queria um pouco enxergar,
Pelo o escrever
Não pelo o amar.
E se eu não souber?
Apenas devaneio
Não pelo o que escrevi
Mas por aquilo que leio.
Algo é tão inútil,
Algo que vivo de forma subtil.
Com tanta subtileza,
Eu tenho a certeza,
Que este algo é a vida,
Ou talvez algo que se pareça.
Ócio
Já estou predestinado,
Com alguma sapiência acumulada,
No meio da sabedoria
Nunca me sai nada.
Se calhar viajo muito
Concretizo pouco,
Com tanto intuito
Continuo cego e mouco.
O tempo já me rasteirou
Mais de mim acordou,
Foi só tempo perdido
Que já se finalizou.
Amanhã é mais um dia
Nova oportunidade
É desta que me Safo
Não Caio na mediocridade.
As nuvens andam,
O sol parece que não.
Tudo isto gira...
Sem eu ter uma razão.
Brilha forte, o sol,
E este me ilumina,
Questiono-me porquê.
Se calhar é cedo,
A vida é uma menina.
O tempo passa a voar,
E eu vou ficando atrasado.
As nuvens começam a descarregar,
Para que eu fique constipado.
Pareço uma nuvem que satura,
E dos poemas faço a precipitação.
Contudo, sou apenas um Homem que atura
Sem ter uma razão.
Enfim...
Gostava de viver!
Mas sobreviver é única opção.
Gostava de viver da razão,
Sobreviver é com o coração.
O desconhecido.
É na sociedade que este mal se aparenta,
Que consequentemente inquieta-se
Que consequentemente ñ se apresenta.
Escrever é ñ ser desconhecido,
Mesmo sendo autor anónimo
Só se omite um ser adormecido,
Em ti privas o antônimo.
Há quem escreva, há quem pinte.
É um mundo que pouco se sente.
Moda é um extinto,
A vocação é subjacente.
Existe tanto mais para olhar, existe uma biodiversidade maior que os nossos olhos. Insistimos em olhar para o negativo. Às vezes, o problema não está no mundo, mas sim no que enxergamos.