Vinícius veloso
Para uma menina, uma flor (continuação)
Teu amor é um idílio
Que nenhuma exegese
Explicaria qualquer tese
Que não fosse um delírio
- Que não fosse te querer.
Te querendo por querer
Só assim eu sei viver
Por sofrimento e desejo
À espera do teu beijo
Que não posso controlar
Controlar o meu impulso
A freqüência do meu pulso
Que alimenta o coração,
A angústia do amanhã
Ao regar a tua flor,
Minha flor de Amsterdã
Flor de Amsterdã
Que seja indiana ou holandesa,
Que seja tímida, discreta
Cheia de graça e beleza.
Uma flor de Amsterdã
Perfume da aurora
Que ilumina a minha manhã
Colorindo o horizonte rubro e amarelo
Enfeitiçando esse teu pobre amante singelo
Oh flor de Amsterdã,
Ilumina não só minhas manhãs...
Quero sentir tua fragrância
A cada sopro de ar
Ser preso em flagrante
Por apenas querer te amar.
Oh flor de Amsterdã,
Vem me iluminar.
Eu queria ser Vinícius
Com a inspiração do haver,
Poemas, sonetos e baladas
E sem nunca perder o tom
Falando sobre idílios e exegeses,
Fazendo samba, falando de amor
Com toda a antologia poética
Pela luz dos olhos teus
Me entrego ao amor total
E de te amar assim, muito e amiúde
Vivo a conjugação da ausente.
Ah, se todas fossem iguais a você...
Te busco sempre e tanto,
Para viver sob os teus auspícios,
E, de repente, não mais que de repente,
Eu queria ser Vinícius