Vinicius.C
Eu- distraído.
Eu pisava em incertezas, passei muito tempo procurando meu trevo de quatro folhas.
Tropecei em cada mandamento, fechei as minhas portas, fiz-me estiagem.
Hoje, sou as nuances de um sol versado- sabido.
Hoje, sou tons de música, sou bom de ouvir. “Risos.
Eu sou tarde de domingo, sou a coragem da Alma- eu sou alivio.
Hoje, é possível tocar as minhas consoantes- minhas vogais.
Eu sou a palavra não dita, sou imensidão manuscrita.
Um dia, o momento pareceu estar ali. Foi como uma espécie de caricia, que ensinou meu coração a esperar.
Eu pude encontrar-me entre olhos e devaneios. Hoje, sinto saudades- e tento arrumar a pressa.
Os seus olhos abriram a minha Alma, eu consegui ler a mim- nos seus olhos.
Eu juro que senti vontade de descansar, pois em você- senti que era permitido chegar.
Eu, que era só uma criança anunciando mudanças. E você, mergulhando em nós, por instinto.
Deixei o atrito, aprendi a dosar, sinto e faço carinho.
Enquanto distraído, a vida me tirava pra dançar.
Devagarzinho, você me trouxe de volta e me amou. Mesmo quando eu, não me amava.
Você foi o tempo que eu mais precisei ser amado, você é meu gesto, minha aliada.
Na minha ludicidade romântica- poética, gosto de pensar em águias e corujas, como se fossem nós.
As vezes, pego-me assim, distraído- sorrindo.
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“Eu agradeço a você Jaqueline, que com surpresa, foi convidada a sentir.
Que mesmo amordaçada, conseguiu gritar- e eu pude ouvir.
Obrigado meu amor, por permitir-me a certeza de que a vida é maravilhosa.
Para mim, você é um anjo vestido de gente.”
Éden.
Eu não entendo o cinza, as pessoas, a minha chegada.
Existe uma necessidade vital de recuperação, é chegado o momento de entender, que preciso de abnegação para que sejam abençoadas as tentativas sem êxito.
Eu, de verdade, agradeço o que cada uma me ensina.
Estou sempre a procura de me refazer, e acabo encontrando pedaços doloridos.
Eu gosto de sentir-me protegido, gosto de estar em harmonia- mesmo, que raramente.
Eu não gosto do escuro- tenho medo! Mas, algumas vezes, sinto-me perdido em mata serrada, como se a Alma, não se importasse em apontar minhas fraquezas.
Incrível como fui drama, como estive quieto. Hoje, parece que vivo esperando um olhar, um abraço, uma chance de falar.
Sentia-me tão cansado, cansado até- para entender-me. Hoje, consegui ouvir a mim...
falei das minhas fraquezas, fiz-me queixas. Acho, que finalmente me ouvi.
Eu queria poder abraçar-me, queria saber como é tocar-me, sentir-me.
Olho para mim com mais amor, com olhos de cura- de modo pio, devoto de mim e das minhas certezas.
Estou louco para viver uma outra frequência, um outro bem- vindo, depois de dias tão sisudos.
Eu quero a intimidade, quero relaxar, quero espalhar os meus brinquedos, quero compor instantes.
Eu adoraria meu amor, bordar os nossos encontros- enquanto criamos novos caminhos.
Eu só quero morrer devagarinho- baixinho, como morrem as tardes.
Eu quero saber qual foi o meu recado e transformar-me. Fazer de mim, um jeito novo de lindeza.
Sinto como se passasse a minha vida descalço, sentindo cada seixo. Mas, não reclamo- pois seria o mesmo que amordaçar o vento. Inútil.
Com medo e coragem, passo a limpo alguns rascunhos, faço as pases com Deus, só, para me flagrar feliz.
Eu te amo hoje e para sempre!
“Algumas vezes escrevo por nós. Mesmo, quando falo de mim, essa é uma delas e você sabe.”
Voo.
Sinto-me no céu, literalmente no céu.
Como se inventasse um jeito novo de ver, de sentir o mundo.
Gosto de pensar na minha vida com um novo cenário, com personagens interessados- contracenando comigo.
Eu não quero ser o protagonista deste novo enredo, prefiro o choque, e sua realidade.
A verdade é que, sinto-me um figurante. Nesta, que deveria ser a minha história.
Disseram-me, que lá atrás, fiz as minhas escolhas. Escrevi meu próprio roteiro.
Mas com o tempo, fui sofrendo alterações. Tenho um pouco de medo quando penso- em atribuir também a mim, essas autorias.
Sinceramente, pouco importa de quem são os créditos. Não importa se fui ficção, se idealizei, se sonhei.
Não importa se esperei demais, se desesperei, ou se cheguei a alguma conclusão- mesmo que confusa.
Como já havia dito no post anterior, cheguei por aqui menino, louco por aventura. Encontrei drama, e dosei- fazendo-me comédia.
Se eu pudesse dar nome a minha realidade, eu diria que já estou pra lá da metade.
Sei que o gostoso- é fazer desta história, um avesso de mim, de tudo que um dia eu quis.
Gosto de sentar-me num canto de mim, só para rever o que já foi feito, chamo minhas lembranças e me finalizo.
É quando a plateia esta só, quando os aplausos são poucos, sorrindo ou chorando, que descubro o tamanho do palco.
Eu estarei todo arrumado, inventando novos cómodos, novos roteiros. Serei todos os dias uma estreia, nesta “ficção de mim”.
Baseado em fatos reais ou imaginários, sem titulo. Mas com muito significado.
A Minha Vida.
Enquanto isso...
fico imaginando surpresas, e improvisos.
Imagino sorrisos, a liberdade de ser, de sentir.
Fico imaginando a minha vida sem escolta, sem perguntas, sem por quês.
Imaginando um dia- sem sentir medo.
Enquanto isso...
aposto na delicadeza, no aqui e agora.
Sinto-me como um pássaro colorido fingindo que voo. Carrego desejos que eventualmente doem.
Mas, mesmo assim, sou puro desejo e intenções.
Eu sei que existe um céu, e ele é azul. Eu sou feito de som, de palavras e sabores. É isso, eu sou os diversos tons desse azul.
Enquanto isso...
respeito a lágrima- a estrada, mesmo que sinuosa.
Enquanto isso...
escapo por algum lugar, ora pelos poros, ou escorrendo pelos olhos- num abraço atrapalhado, ansioso, tímido.
As vezes sou grito, outras vezes, silencio.
Enquanto isso...
faço as pazes com o Deus que vive em mim, que brinca- e segura a minha mão.
Vou experimentando o mundo, mostrando minha poesia, recitando versos rabiscados nos muros.
Enquanto isso...
procuro o lirismo intrínseco, tornando suportáveis os meus dias, principalmente os nublados.
Enquanto isso...
sou caos, e sou bonança.
Todos nós somos movidos pela a aparência, se você é feio, possui grandes chances de acabar se isolando dos demais, assim como eu.
Quando tento se sentar perto de alguém, as pessoas se sentem desconfortáveis, posso ver isso nos olhos. Algumas se sentam comigo porque acabam ficando sem par para algum trabalho escolar, e outras acabam nem sentando. Algumas vão embora quando eu me aproximo. E eu me pergunto o motivo de fazerem isso, simplesmente porque tenho uma péssima aparência? Não enche, mano. Os humanos são tão desprezíveis, sinto nojo da maioria das pessoas, obcecadas por status e visibilidade dos demais.