Victoria Bark

Encontrados 7 pensamentos de Victoria Bark

Imoral

Espere ele voltar
Não vai aparecer na minha janela cantando serenata
Então deixa ele vazar
Vou correr atrás se não seria ingrata
Então deixa ele pinar
Existem mil formas de definir isso casualmente
Tomar algumas miligramas de moral para reforçar
Distúrbio de deixar partir me faz doente

Crônico

Estou com dor de cabeça porque a alma grita
A mente chora
A macaca xita
Porque está sempre frio
Porque a genética é boa
Porque quero pular no rio
Porque não moro em lisboa

As vezes da vontade de pegar uma canoa
E sumir em meio de um mar azul diurno
Sumir em uma extremidade inalcançável onde meu berro ecoa
Ouvir apenas a mim mesma, conhecer meu próprio contorno
Me julgo indomável, amável, inconsolável
Consolar a mim mesma minha própria e bendita existência, jamais
Graças a plenitude
Revejo meus conceitos banais

Mas ainda estou com dor de cabeça
E quero fugir pra algum lugar
Qualquer um onde desapareça
Pena que na lua não tem ar

Ouvido Seletivo

Aquele tal ouvido que só ouve o que quer
Que funciona 50% e não acolhe nada
Faz de cada palavra xofair
Quando quer da uma escutada

Escuta sem ouvir
Vida boa de madrugada
Não liga de ir e vir
Que a morte venha preparada

Coitado dele que meio sentia
Por driblar palavras sábias não sabia
Por traz de careta e empatia
Nada havia em viver de miopia

"No fundo gostaria de ser surdo"
Mas na verdade ele gostaria que seu nariz funcionasse tanto quanto sua boca
E meu ouvido

Caro incapaz

Vamos usar drogas e fazer sexo sem compromisso
Quero cobrir o vazio desalento no peito do meu amor que partiu
Mas lhe deixo um aviso
Que meu coração já não comporta muito
vinil

Como um homem amando uma mulher a deixa partir e se torna tão arrisco
Partir simplesmente para se forçar a esquecer
Conhece cada traço meu, cada risco
Disse que juntos a paz não ia prevalecer

O amor não vive de paz
Amor também odeia
Mas sempre tem aquela fase, prova, que só quem ama é capaz
Que teu eu de verdade vagueia

Fidelidade e confiança faz parte no começo
Como sempre dizia
Já que pouco te amo, te esqueço
Isso cresce quem diria

Meu amor
era só o começo...

Primeiro amor

Primeiro amor a gente sempre tem certeza
Porque na verdade não é só amor
É o primeiro prato da mesa
Primeira vez colorindo céu sem cor
Primeiro amor é incerteza
É sexo ou cavalheirismo
Primeira vista ou sobremesa
Entrega ou egoísmo

Que me fez tremer as pernas
Dilatar a pupila
Honrar poucas misérias
Esperar na fila
Primeiro amor é guerra
É explosão de sentimento
Expansão de terra
Extinto de descobrimento

Primeiro amor é série, filme e novela
Tomar cerveja na praça
Jogar pedrinha na janela
Ensinar que só vale a pena se for de graça

Pela graça que é amar

Trair

Te conheço e já sei tudo que vai pensar
Mas não queria saber todo esse tanto
Nenhum milagre de amar
Salva as besteiras que fiz, contudo, por encanto

Perdão é divino mas não é norma
Não sou ingrata sou realista
Perdão não para ninguém quando é prometido dogma
Nem desfaz tua hipocrisia

Mentira tem perna curta
E não a perdão que te livre da consciência
Aquela vozinha chata, inconsequente e fajuta
Te transformando em tua própria consequência

Desalinhada

Sempre quis ter um caderno arrumado
Uma mente organizada
Mas são sempre bagunçados, estropiados e desordenados
Desfeita de macumba mal amada

Gosto da forma que agiu em minha vida
Desse antro de criatividade sem porque
Essas idéias bem vividas
Com cheirinho de saquê

Perfume francês, cigarro e café
Tal moço reparou um dia
Concordei com sua palavra de fé
E gosto de minha anomalia

Do meu cheiro e manias
Cada uma desenvolvida pro meu nascer
Cantiga dos aristogatos das gatas vadias
Ter tanto prazer em analisar meu próprio ser

Principalmente antes de dormir