Verônica Miyake
O mal do ser humano é atribuir a felicidade a um desejo/sonho específico, exemplo: sucesso no amor, um bom emprego, uma casa, um carro e/ou realização profissional.
A felicidade não está nestas coisas, mas na capacidade espiritual de saber viver sem elas!
(...)Só sei que amor a gente não implora
Amor é certeza, não existe um “talvez”
Não se coloca um coração em penhora.
Para este amor eu farei um funeral
Se foi mesmo amor, doeu de uma vez
Não creio em amor unilateral.
Quem é que viaja sem ter um destino?
Ou se perde ou no caminho desiste,
Mas não se sustenta tal desatino.
Quis ficar longe, tão distante e só,
Como a águia no céu, que voa sozinha
Bem sei que no fim retornarei ao pó,
Não verei o verão, e nenhuma andorinha.
Suporto a dor como me ensinou Jó
Perde-se tão somente, o que se tinha,
Pobre de quem de si mesmo tem dó
Se faz tão inútil quanto erva daninha.
Então fico a sós com o céu e a lua
Diante de tanta beleza me calo;
Brilha a lua que é minha, que é tua...
Eu ficarei aqui, até que cante o galo.
O rico compra a casa, ou mesmo a rua
Mas o céu, ninguém poderá comprá-lo.
Que me traga coisas boas este vento
Viajante pelas florestas e mares,
Que leve para longe este tormento
E disperse meus medos pelos ares.
Pois só com este toque me contento
Já que os desalentos são milhares
Enquanto mundos novos eu invento
Procuro neste mundo outros lugares.
Sou árvore secando sobre a neve
Que sopre as estruturas, me balance
E folhas novas nascerão em breve.
Mas se não resistir nosso romance
Eu peço que este vento, então, me leve
Para onde a tristeza não me alcance.
Do velho ao novo, a noite é a ponte,
No amanhecer que se faz recomeço
Novas águas jorram da mesma fonte.
(...)
As palavras que tu agora manténs
São tão passíveis de arrependimentos
Que para ter-me, as fizeste reféns.
(...)
Enquanto o que é bom já envelhece,
O novo se torna irracional,
Pois hoje, tecnologia emburrece.
Queres ser feliz? Ouça o conselho:
Cuida-te, não caias nas próprias teias
Pois a tua vida é de ti, o espelho.
(...)
Ah, se não fosse a divina promessa
De uma nova terra, uma nova vida
Perfeita, justa e diferente dessa…
Porque se não fosse esta segurança,
Certamente valeria mais a partida
Do que esta vil, cruel e penosa lida!
Quão triste é este fim de tarde,
Pessoas cansadas, pelas calçadas,
Perderam o sol, ganharam o dia...
O pôr-do-sol não há quem retarde
E nem voltam as horas passadas,
Trocadas por pão e moradia...
Nem o álcool e nem a nicotina
Mata mais gente do que a rotina.
QUANDO VOCÊ ME TRAIU...
Saiu uma lágrima só destes olhos,
Rolou, caiu e secou no meu chão.
E foi a última que lhe pertenceu.
Lindo cãozinho de raça
Quase um vegetariano
Não necessita de caça
Nem para a vida faz plano.
Toma muitos banhos no ano
Também não conhece ameaça.
Lindo cãozinho de raça
Quase um vegetariano
Um homem dorme na praça
Coberto num sujo pano
Só sua fome é de graça…
Feliz por não ser humano,
Lindo cãozinho de raça!
P’ra saudade não foi feita a cura
Nem se cura dor a toda hora
Mas a dor pra sempre não perdura
Mas dorme quando surge a aurora
Há sol atrás da nuvem escura
O arrependimento é o mais duro sentimento,
Já que muitas coisas podem ser contornadas,
Algumas até podem ser consertadas, talvez…
Mas jamais o feito poderá ser desfeito.
O que esperar de um ser humano?
É ele capaz de trair seu Criador,
E seguir só em seu próprio engano...
Oh, morte, em mistério és temida,
Te chamam de viagem, sono e descanso
Mas já te chamaram de solução.
Desconheces justiça, és bandida,
Deixas o violento e levas o manso
Não vês nem dinheiro e nem coração.
É doce o sabor da vingança
Da traição, o direito de herança
Vou juntar ódio à brandura,
Controlando a minha loucura
Te farei dançar minha dança.
Medo atrasa, faz o dia mais azedo,
Coloca a vida diante de um juiz
Pra ser julgada, por nada, e tão cedo...
Sombras projetadas ao fim do dia
(Pelo sol que novamente se vai)
Devoram as luzes com covardia,
Aos poucos, e enquanto a noite cai.
No fim não há sombra... Ou tudo é sombra.
Solidão não é a falta de alguém, mas um sofrimento que da tristeza vai além... É ter um buraco sem fundo no coração, é estar em um deserto no meio da multidão.
Que me importa as coisas já perdidas?
Eu tenho todo um mundo à frente,
Eu tenho marcas, e tantas feridas,
Que para mim, me são o suficiente.