vania simoura
Fechei meus olhos castanhos
Essas palavras que meu desespero faz-me esboçar nessa pequena folha em branco é uma forma de me proteger contra o medo e o frio da solidão que bate à minha porta.
Na confusão em que se encontra meu coração acho que eu sozinha não posso salvá-lo.
Você era um verso divertido que achei perdido nas páginas em branco da minha vida.
Hoje você é apenas poesia obsoleta, triste e falida.
Dentro de mim agora há apenas as linhas que tento apagar.
Essas escritas que ainda restam gravadas na folha viva do meu coração e mente se resumem em gritos e dores. E se cruzam com minhas memórias e juntas tiram meu fôlego.
Na ferida aberta vou plantar uma semente em carne viva e nela florescerá uma rosa negra, que me fará lembrar que o amor dói, que ele fere, nos mata e depois se vai, sem ao menos olhar para traz.
Apenas uma rosa preta e com espinhos enormes para que ninguém a admire e queira cultivá-la.
Pois nesse coração não há mais espaços para cores.
Sua indecisão me mata a cada dia. Eu, teimosa ainda sobrevivo; mais pareço eu um morto vivo.
Meus olhos castanhos hoje fecho para você.
Caminhos em preto e branco sozinha agora terei que percorrer.
Solta agora
Se você estiver decidido a seguir comigo
Eu contínuo segurando a sua mão.
Mas se você quer retornar
Terá que ir só
Assim não posso continuar
Segurando a sua mão, ah não dá.
Estou soltando ela agora
Para te fazer feliz
Segure a mão do que você realmente quer
E solta a do que você não quer.
De volta ao recomeço...