Vanessa Roch
Eu tive que crescer, quer dizer, a vida me forçou a crescer… e me fez enchergar muito coisa que eu não conseguia ver sozinha… eu cresci sem mãe, a vida foi a unica mãe que eu tive, ela me ensinou tanto… uma vez ela me disse:
“Agora é sua vez de aprender a andar sozinha, se cair firme seus passos no chão e olhe pra frente… estou contigo, confie.” Depois ela olhou pra mim e me viu cair inúmeras vezes, eu ralava os joelhos, depois os cutuvelos e depois meu coração, foi onde doeu mais… pois ele ficou frágil e se quebrou, tive que juntar tudinho, e ficar mais forte… eu ganhei e perdi muitas coisas…. mais eu aprendi a ser forte, aprendi a ri das minhas desgraças, aprendi o certo e o errado, aprendi a me colocar sempre em primeiro lugar… Aprendi a não dar minhas mãos a todos que dizem que querem meu bem, por que uma vez alguém já me puxou pro buraco junto com ela… aprendi a curar meus machucados sozinha, aprendi a sorri sem ao menos não ter motivos pra isso… aprendi a ser forte, aprendi a amar com mais responsabilidade e maturidade… aprendi o que é a vida, pois cansei de chorar por quem não chora por mim. Aprendi a valorizar mais meu coração, meus sentimentos, minha vida e principalmente minha alma […]
Queria eu poder ser mais presente mesmo com toda essa distância, queria poder ti ligar e dizer que sinto sua falta, queria poder te fazer surpresas como ir na sua casa… sinto que você acha que eu não to me esforçando o bastante por nós. Creio que você não esteje tão segura quanto a isso como antes… creio que não confia tanto em mim quanto antes, creio que… deixa, não faria nenhum sentido se eu continuasse…
Eu queria mesmo é ter um meio de fugir de tudo. Me desconectar do resto do mundo. Esquecer da realidade, e afogar só em sonhos e pensamentos que me fazem bem.
Fiquei fria, evitei contato, me distanciei, me desapeguei. Foi apartir daí que eu vi quem realmente merece a minha atenção e o meu afeto.
De tanto ser julgada pela sociedade, aprendi a ver as coisas como elas realmente são... descobri quem são os verdadeiros, me distanciei de alguns, perdi contato, me isolei... me desapeguei de vez de tudo aquilo me me maltratava e sufocada. Fiquei fria, com medo de entregar meu coração, de me apegar, de falar coisas que só passavam na minha mente temendo a reação das pessoas. Agora cresci, fiquei sincera e abri o jogo ... mais mesmo assim isso me da raiva, me prendendo, me deixando sufocada. Queria dizer tudo, me assumir sem medo do que dizem, mais não é assim... A sociedade julga até coisas que não existe em você, isso machuca bastante, fazendo com que nos transformando em outros seres, algo surreal. Eu tenho varias personalidades, mais a que eu queria realmente mostrar ainda continua presa, adormecida, com medo de tudo o que viveu para não mais machucar-se.
Sabe aquela dor que da no coração, um aperto tão grande a ponto de explodir seu coração com apenas um suspiro? Pois é, esse aperto acaba com a vida e deixa a gente confusa, não sabendo o certo o que fazer com ela. Ás vezes da uma vontade louco de sair por ai, caçar um rumo para respirar, gritar e observar cada movimento da sua vida… e passando diante de seus olhos. Os teus problemas, porém, consumem sua mente deixando claramente que aquilo ás vezes tenha solução ou não.. Mas o que podemos fazer? Apenas ocupar nossas cabeças com coisas positivas, respirar fundo, erguer a cabeça e acreditar que aquilo não passa de mais um problema comum da vida e nunca perder a esperança de que um dia ela suma de vez dali, te deixando mais livre pra voltar a sonhar.
Perdi muito tempo tentando entender o mundo, a forma como as pessoas são egoistas, preconceituosas, orgulhosas e mesquinhas... qual seria o sentido disso tudo? Iria mudar em algo? Por que não aceitar o que é aceitável? A diferença é o que nos define. Eça de Queiroz tinha razão em dizer que "é o coração que faz o caráter", mais cadê o coração? Infelizmente vivemos em uma sociedade mediocre e rebelde, finge que não vê nada em sua frente, não faz nada para mudar e ainda exige nós o que eles mesmos não tem, hipocrisia demais é o que há, não há como entender.
Queria me arriscar um pouco, sentir adrenalina na veia, queria morrer de tanto rir por coisas fúteis, queria encontrar pessoas capazes de serem sinceras comigo e de estarem comigo quando eu menos precisar dela, pois é nessa hora que eu mais preciso. Preciso de pessoas capazes de seguir minhas loucuras sem reclamar, de se arriscar um bocado, sei lá, essa vida monótoma ta ficando cada vez sem graça.
Não desejei parar de sorrir ou voltar a chorar, desejei apenas algo que me fizesse sentir bem, e talvez feliz por mais que o tempo fosse pouco, algo que pudesse aproveitar de forma que jamais esqueceria, que mais tarde lembraria para sorrir novamente, algo que não me arrependesse depois, algo que me desse prazer de lembrar e me orgulhar por ter feito.
Veja bem, meu bem, um amor só funciona à dois. Me embriaguei e não percebi que só eu o fiz. Acampei em um coração que já era habitado. Veja bem, tu despertou em mim algo que eu não consegui te fazer sentir. Ofereci demais, doei demais. Doeu demais. Veja bem, o sol continua a nascer todas as manhãs, e se pôr todas as tardes. O mundo continua a girar, só eu que parei. Parei no teu ‘precisamos conversar’. Os dias tem sido difíceis, diferentes, estranhos. Veja bem, nenhum eu te amo que ouvi foi sincero, mas todos que eu disse foram. Fechei os olhos para o que estava nítido. Veja bem, não sinta culpa, pena ou tristeza. Pois eu fui feliz, fui feliz a cada momento, a cada risada, a cada discussão até. Veja bem, meu bem, amei sozinha, mas amei o suficiente por nós dois.
Desculpa pela bagunça, é que sou meia assim, meio sei lá, quase nunca sou certeza. Na maioria das vezes eu sou talvez. Ou sempre.
Então acordou um dia e percebeu que apenas sonhar não ia mudar as coisas, levantou da cama e ao pôr os pés no chão, sentiu um frio que nunca mais ia silenciar suas noites. Lembrou que aquela pessoa, aquela, também tinha defeitos, e por um momento, começou a pensar neles como coisas ruins. Tinha acordado diferente, talvez tivesse tido uma epifania durante o sono, porque via agora todas as respostas pras perguntas que o faziam dormir pensando na mesma pessoa todas as noites. Não era algo mágico e lindo, era só uma história. Uma história sobre amor, mas não uma história de amor. Muitas pessoas te dizem como é o amor, antes de você amar alguém. Você tem aquela ideologia de que tudo vai ser bom, que tudo vai dar certo e que a outra pessoa vai ser perfeita. Mas não é assim, meu caro. O amor talvez te dê uma dor tão insuportável, que você vai preferir morrer. O amor talvez seja tão ilusionista e fascinante, que vai te deixar sem dormir por dias e ainda assim, você vai continuar sorrindo, achando que é uma coisa boa. O amor não vai te fazer sorrir sempre, mas pode ter certeza que você vai chorar, uma hora ou outra. As pessoas dizem pra ter mais amor, mas elas não lembram que pra ter amor, é preciso muitas outras coisas. Amor é só a faísca que é necessária pra acender um coração, mas o que mantém o fogo aceso, não é só o amor. Podia sentir naquela manhã que tudo estava claro, finalmente. Sentia que desacreditara daquelas fantasias de ser feliz com tal pessoa. Começava a se apegar a coisas mais palpáveis e mais reais. Aprendia ali, que pra ser feliz hoje, talvez tenha que deixar no passado o que é do passado. Amar os momentos, mais do que as lembranças. Acordava naquele dia com um sorriso no rosto, que mais ninguém podia tirar.
Essa saudade que fica, que machuca, que destrói. Essa vontade que atiça, que agoniza, que tira o sono. Esse amor que permaneceu, que não vai embora, que não acaba. “Por que sentir tanta falta de alguém que te deixou?” - Talvez não tenha aceitado bem o fim, talvez nem tenha sido um fim. Só peço que repense, que veja que só nós podemos viver a nossa história, por favor, suplico que entenda que meu coração só bate e todas as coisas que fizeram morada em mim, são suas. Não me deixe ir ainda, não agora, não assim. Lembre-se de quando me disse que seria pra sempre.
Pudera eu ver de fora meu próprio sorriso, para entender finalmente como posso ser tão convincente que vez ou outra engano até a mim mesma.
Mudanças são inevitáveis consequências. Existe um fluxo invisível que não nos permite seguir sempre o mesmo caminho. Nada permanece intacto. Nem as nossas convicções, as nossas idéias, por mais que queiramos que permaneçam. Por mais que o passado pareça reconfortar, a vida não se resume somente a isso. É por isso que existe o Sol. Você acordará de manhã, e ele estará lá, pra te lembrar de que não há nada insuperável. Os dias prosseguem. E como já dizia Nietzsche, aquilo que não me destrói, fortalece-me. Tudo é aprendizado, basta você querer enxergar isso.