Vanderlei Ramos
O Achado Arqueológico
Há pouco mais de um ano, este periódico publicou a descoberta que abalou os sistemas planetários. Assim dizia o resultado da pesquisa:
Descobriu-se na tumba de um homem que viveu no século vinte e um, um chip muito rudimentar, ocasião em que especialistas da área de mecatrônica e desenvolvimento cibernéticos, após restaurarem um leitor ciclelétrico ionizante, conseguiram decifrar o conteúdo do objeto.
Devido ao desgaste sofrido pelo tempo e as condições eletromagnéticas-atmosféficas-turvóticas, pouca coisa pôde ser salva.
Os cientistas estão otimistas, pois conseguiram restaurar parte de um arquivo magnético e alguns códigos sem sentido. Tal arquivo, que após decifrados os códigos binários, foi possível transcrevê-lo da forma seguinte:
“Uma praga social assola a humanidade. A sociedade científica não consegue descobrir um remédio. Tal praga é mais daninha que a lagarta da maçã, o purgão, o capim arroz e a curiola.
Parte da comunidade mundial(pessoas poderosas) tem conhecimento da causa, profilaxia e dos efeitos da doença, mas há notícias de que pelo fato de interesses que a praga se prolifere, quem deveria combatê-la, guarda o remédio a “sete chaves”.
A incomensurável praga ataca a comida das crianças nas escolas, os salários dos trabalhadores, a moradia das pessoas de baixo poder aquisitivo, o meio ambiente, entre outros vários valores financeiros e morais. Dentre várias outras dotações, corroe a verba da educação, da saúde e da segurança.
Montamos uma comissão composta por membros de todos os países, sob a orientação da Organização das Nações Unidas para descobrir a cura de tal enfermidade, pois as causas e efeitos já foram descobertos.
Várias medidas foram tomadas por todos os países, mas têm sido apenas paliativas.
Todos os defensivos conhecidos já foram usados, mas tal praga tornou-se resistente. Os venenos são inofensivos para ela. Chega até ao absurdo, tal praga, de debochar dos venenos.
O mais grave de tal corrosão, é o fato de contaminar pessoas.
Os cientistas estão estarrecidos pelo fato de as pessoas contaminadas perderem o senso da razão e, conseqüentemente perdem a voz, a moral e a decência.
O que mais aterroriza os pesquisadores é o fato de tal praga exalar uma névoa invisível e imperceptível que paralisa e cala a sociedade que ainda não foi contaminada.”
O mais interessante é que após um ano de exploração tecnológica ultrapassada, os mesmos cientistas conseguiram decifrar os códigos, que há época eram indecifráveis e, chegaram a conclusão que as causas da praga que assolava a humanidade, naquele período, era um ser mitológico.
Descobriram os eméritos cientistas que a sociedade daquela época, era de fácil manipulação e acreditavam em deuses dogmáticos.
Comprovaram, os doutos, que as causas da sobrevivência da praga eram pessoas inescrupulosas que incutiam nas pessoas fracas, ambiciosas e domináveis (maioria da população há época), a existência de uma deusa, com o propósito de manipular a sociedade. Mas realmente, tais pessoas, não acreditavam nem seguiam os mandamentos do fabuloso ser mitológico.
O que chegou até ser motivos de risos por parte dos cientistas, é que tal divindade era apenas um modo de viver socialmente, como se vive hoje e, que aquela sociedade pré-histórica chamava tal divindade de DEMOCRACIA.
Vanderlei Ramos