V. Rikelmy
Beleza em Profundo Desespero
Quão alva a sutileza da mentira que tivera surge a noitinha; semblante oculto pela luz nacarada do luar.
Angústia pustulenta.
Alma em pranto eterno que derrama oceano em demasiado sofrimento.
Dona Angústia - que me governa - é minha sina; me domina, me cobre, me veste, me usa.
Ao som da lástima - que ressona num infinito gemido de dor, tristeza e solidão - questiona meus instintos.
Meus mais profundos desejos soterrados sob arbustos de espinhentas palavras que proferiu.
Nobre rosa branca que em labirinto de plantas venenosas se protege; quão latente é teu desejo?
A serpente; profano monstro que salvaguarda o labirinto, tem em veneno corrosivo gotas das lágrimas que um dia derramei.
Veneno pestilento, que jorra, que vaza das artérias e corrompe a beleza da alma em jatos de desespero que pintam, mancham e sujam a branca rosa.