V. Rikelmy

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⁠Senhor do Desespero

Os monstros do passado estão a solta - perseguindo minha vida
Destinam-se a mim todas as mazelas da humanidade
Em tremendo sofrimento, vejo meu futuro sendo roubado
Agora sou apenas uma pessoa sofrida
O Regimento das Lágrimas atribuiu a mim sua mais alta patente
Pela noite, sob as estrelas, ao cair da solidão
Ajoelhado e de mãos atadas aceito meu destino
Estou sendo julgado pelos crimes contra o amor (que nunca cometi)
Pois me torno hoje o Senhor do Desespero
Envolto em mágoas, procuro num pântano lamacento a última terra seca onde possa cavar com as mãos nuas até vê-las pôr sangue para enterrar minha alegria
E deste chão de agonia crescerá a última esperança do mundo
Ai bela flor, cresça logo (por favor).

⁠Beleza em Profundo Desespero
Quão alva a sutileza da mentira que tivera surge a noitinha; semblante oculto pela luz nacarada do luar.
Angústia pustulenta.
Alma em pranto eterno que derrama oceano em demasiado sofrimento.
Dona Angústia - que me governa - é minha sina; me domina, me cobre, me veste, me usa.
Ao som da lástima - que ressona num infinito gemido de dor, tristeza e solidão - questiona meus instintos.
Meus mais profundos desejos soterrados sob arbustos de espinhentas palavras que proferiu.
Nobre rosa branca que em labirinto de plantas venenosas se protege; quão latente é teu desejo?
A serpente; profano monstro que salvaguarda o labirinto, tem em veneno corrosivo gotas das lágrimas que um dia derramei.
Veneno pestilento, que jorra, que vaza das artérias e corrompe a beleza da alma em jatos de desespero que pintam, mancham e sujam a branca rosa.