V.gibaldi
A morte caminha ao seu lado, desde do primeiro suspiro de vida
Inevitável uma existência confusa, quando se tem tanto a aprender e pouco a oferecer
Além dos colossos de pedra, além das chamas da amargura....
O sino dourado misericordioso, abre o festival com seu badalar...
Onde os anjos não dormem, e os demônios são torturados
Esse é o paraíso caótico, essa é a grande invenção, nada além... nada muito perto.
vagar nas horas e saciar os desejos
embebedar-se e com nada mais expressar preocupações
roubar o tempo de vida contemplando o vazio de porções
abandonar e na edificação do momento acompanhar as variações..
Na calçada o sol penador apedrejava a cabeça do novo sonhador
Nas esquinadas tão novas e esperançosas, ali sempre ali
Com a garrafa de revolucionar as idéias, gritava a canção dos anjos
Berrando e nunca devoto , berrando uma metamorfose de aberrações
Bem próximo ao bueiro, lendo e revendo o ontem nos jornais velhos
Surpreso por si mesmo abandonado, no ventre tão amado
Na imensidão de profundas experiências o pouco nunca é muito
a metamorfose soterrante, rasteja sobre o corpo sem dor
na sensação de permanecer, apenas permanecer
sentado afogado com a prata de uma velha senhora
cuspindo sobre livros e inconscientemente improprio
vivendo numa cidade aonde a poesia é cantada nas esquinas
morrendo na bolha de consciência, sobrevivendo a infinidade de tormentos
a musica se faz em cada guimba jogada ao relento
palácios e casebres dividindo o mesmo espaço físico, dividindo a mesma calçada
navegantes de mares calmos, navegantes de aqueronte
iluminados pelo laranja, vivem perante ao vermelho de seus olhos, de seu corpo
soterrados e escavando, na desesperada procura por um céu estrelado, contemplam o frio do chão.
esse vazio que nunca é preenchido, esse vazio é destruidor
arcádia é a morada perfeita até você chegar nela
de encontro ao céu azul, o sol cega seus olhos
então hélio que tudo vê e que tudo ilumina, não turve minha visão enquanto eu tento ofender os deuses.
aprecio a noite, como o fogo está para o inferno
Percorrendo as estradas cansadas da consciência, embriagando-me e saciando minha curiosidade em cada oferenda ao desconhecido me rendo ao cálice sagrado da dose diária de morte. Ouvindo e observando e cantando a vida, um sinal sem senha, uma luz sem interruptor...
anseio por motivos novos e cada dia mais adormecer sobre camadas e camadas de melancolia planejada, arquitetada...
Duvido ser interessante sorrindo, duvido que me interesse por alguem chorando, paradoxo social de nunca estar feliz o suficiente, mas nunca querer tristeza em doses cavalares
O blues toca e rendo-me a necessidade de um trago daquele encorpado cigarro, o blues toca e caio a vontade de tudo um pouco mais de tudo um pouco menos
Escrevo não como um poeta, porque me falta habilidade para tamanha ousadia, escrevo como um louco solitário, com um ventilador barulhento, e pessoas que nunca vi, talvez não torne vê amanhã, ou nunca dirija a palavra, o mundo tão cheio de pessoas que nunca vou ver, que até bate uma sensação de fraqueza.
Sonny Boy willianson esta convocando todos os anjos e demonios ao seu funeral, sonny boy, esta profetizando o meu funeral.
Rendo-me a morte como jesus fez, lhe espero de braços bem abertos...Não clamo o pai nem espero a mãe chorando aos meus pés, a morte de um homem se da num campo de batalha, seja ele mental ou físico.
Lampadas e lampejos
a alma errante que erra durante o caminho
estradas sem sinalizações banalizam nossa percepção
frequência estamos todos em frequência
arte antes caos, antes borrão, agora fortifica a existência do artista
lamentos nas cidades, choram as crianças atingidas pela peste
choram os homens de boa fé, choram esperando a salvação
O concreto não e real, o real não é concreto
A cabeça da traição é mastigada pelo diabo
amedrontados mergulham no chão gelado
figuras secas decoram paredes molhadas
badala o sino da meia noite em coro com a suplica do bêbado
viva ao velho césar, viva ao velho césar
O concreto não e real, o real não é concreto
A alma se perdeu, caminha pela praia solitária, o corpo vazio se rende ao culto pagão, que Pã não se ofenda e baco sorria, noites e dias se propagam além de duas voltas no relógio, o tempo referencial nada mais importa.
Adormecer sobre o manto de apolo e viver como um louco ao raiar da dama de prata....
As vezes o dia é tão entediante, o céu tão vasto e vazio.
Mil grilos lhe despertam e te expulsam da penumbra do céu branco, enfim sol, enfim vida...adeus morte, errado, prazer pecado.
eu tenho uma corda de canhamo
um teto reforçado, uma porta quebrada
um quintal escuro, habitado por fantasma de um passado quase perfeito
antes com melodia, hoje escuro, a chuva faz a musica
aqui dentro meu coração aperta por saudade, dói como nunca
me falta calor, ar, sopro, me falta cor
difícil de acreditar em como é deixa para trás a morte, como é abandonar.
Morrer de 403 maneiras em denver já não é mais brilhante, não é mais a estrela vermelha do norte
venta forte, bóreas, arrasta a paisagem, refaz o poeta... eu sempre sei a verdade escondida debaixo da pedra.
Cai no mundo, sem dó nem piedade, como hefesto manco e deformado me fundi no ferro.
Forte me torno, na montanha quase incerta, busco a paz, sem fogo, sem gelo, sem morte.
No orvalho depois das noites a rainha das belas ondas vem lapidar a pedra bruta.
Na clareira no meio da floresta a luz da lua chega mais intensa.
De filhos em filhos, cultos em cultos a luz sempre chega.
O topo das arvores cobertos por folhas densas, que conhecem os segredos dos céus
a floresta fala, quando o silêncio sensorial impera, o céu chora quando o coração padece, o rio corre, ao longe mais rápido que o sangue corre perto, o corpo maior não mais do que o menor, se completam, sem hierarquia e sim com harmonia.
Na selva não existe Rei, a lei da selva é o respeito além da vida... A construção do divino.
Absorvo o mundo,como ele parece ser
Transpiro raiva, enquanto salivo de amor.
Desejo todo dia desejar mais um pouco.
A realidade me engole e gira, sinto um furacão de construções
vida segue o som, latente como o pingo da torneira.
Torturo o prazer de ser, esperando o sumo de existir.
Bebo da fonte o que não é da fonte.
Comendo o que não tem forma, nem nome, nem sentindo
comendo o comer por prazer de comer, engulo o verbo
cuspo sentindo, sem ter serena capacidade de explicar.
caminha bravo o jovem e seu chápeu
caminha bravo com um guarda-chuva
Guardando mais idéias do que chuva.
Pena, ser penoso
Selvagem, vem e vai no tic tac
Coberto de luzes, como o sangue que jorra da madeira.
Arvore, simbolo do pecado, a arvore sempre presente
no fruto, na morte, na salvação.Arcaico seria, não pensar
todos tentaram um dia subir na arvore, e observar do alto.
a visão que contempla deus no instante
Furtivo é o tempo, mas de que de importa o tempo, se tenho o instante
Muito Europeu, para não ser romântico
Muito Africano, para não ser guerreiro
Muito indígena, para não ser espiritual
Meu sangue é um rio de ancestrais
O fado que toca no meu peito tem batuque na lua cheia
O vinho do copo, desce pela garganta ( que canta)
com ervas mais antigas, que os nomes.
vivo demais para ser mentira
Muito humano, para não ser muitos.
Contorno torto, vive o morto
Longe de tudo, por puro desgosto
Cai ao chão, fel de salvação
Imperativa é a pura ilusão
Morrer nunca foi questão de solidão
Volta a cova sem esperança
Aquele que na morte procurou abundância
Inverno livre do verão, de amarguras as canções
De poesia morre o poeta imortal
Que com tamanha fome de viver, morreu no seu quintal
Se com gosto produz desgosto
Refaça a dança dos prodígios
Caminha aberta tua força em alerta
Com quem flerta a sorte grande
De majestades a imigrantes, produz o grito sorrateiro
Do gato desordeiro, que na noite canta no telhado
Tirando o sossego de quem nunca está molhado
Sereno e denso, rogo ao intenso.
Vem o cheiro contando mais historia que a pele
Batucando meu peito explode
Na crisália da consciência, dorme o empenho
Prazer na forma, entorta, a alma
Corre juventude, corre nas mãos do poeta
Batucando meu peito explode
Na palma da vida rodopio, expio, sento
Lento para tu, rápido para ti, organizo o infinito
Presente consciente, futuro consequente
No passado eu passo, com passos miúdos
batucando meu peito explode
De outono em outono fortaleço
no inverno envelheço, na primavera agradeço
AAH o verão!
Ver nunca é vão, Ver na expressão do outro, com o coração
Calma! Cante com a alma, a lagoa é escura mas a areia é branca.
Estava pensando...
O que é uma referência sem um referencial? O que eu sou sem o eu? Apenas sou projeções além da minha compreensão? Talvez meu corpo nem seja sólido e minha alma não seja fluida. Talvez energia não seja energia e vibrações sejam abraços.
Amar, não é simplesmente amar. Amar modula, refaz, conserta o torto, ou entorta em padrões belos.
Cara eu estava pensando...
Porque pensar tanto? O que é o pensamento? Um guia incerto na incerteza cotidiana, baseado em lembranças e em ideologias datilografadas?
A felicidade é um momento de plenitude, de equilíbrio, dentro dos choques moleculares dos micro milagres, que preenchem teu campo de visão, além do perceptível.
Cara eu estava pensando...
Não tenho nada pra falar, nada pra dizer, muito a conhecer e pouca ganância no viver.
Teu espaço em tela
Tê la em espaço teu
Complementa eu dela
Dela complementa eu
Em espaço teu tê la
Como confunde ser eu
No espaço teu
Fundo eu fungo meu espaço seu
Adeus meu eu
Em espaço tê la
Ela se perdeu
Primaveras sempre voltam
Confusas entre os passos seus...
O tempo passou em volta da pedra
A pedra imóvel modificou o tempo
com tanta força que explodiu-se o vento
lamentações nas paredes se ouve de longe
fica perto,incerto, incorreto
desculpa falar tão raso,tão breve
compreenda, pouco a pouco ti torna-te a mim
Influências,delicadeza construtiva
Adeus! Adios! Há deus
Pai que tristeza te fez imagem e semelhança,tédio ou solidão?
Amém
prefiro a morte a redimir-me
pensamento arcaico corre pelas veias
filho de vários tempos, meus avós estam vivos,revoltados e feridos
nunca fui a guerra e me lembro dela como um sonho
despreocupado, desorientado
Um homem cheio de barreiras
um homem cheio de barreiras?
um ser intransponível
um ser intransponível ?
Tem fel nesse mel
casas são como um papel
onde está todo meu sentido
aos cacos, nos descombros dos muros caídos
aaaah perdição, faz de mim um ser tão cruel e sem noção
a todos que me olham sou vitoria ou enganação
observo que limito o seu limite de percepção
quando é furiosa sua ação
Nenhum lugar é meu
Nada que condiz está escrito eu
paredes lamentosas, majestão o ambiente
aqui eu sou um pegajoso sobrevivente
Ontem nas esquinas
eu vi um rato praticando esquivas
na luta pela sobrevivência várias vitímas
e as mentiras minhas se fazem intimas
Uno invariável
pertencente ao verbo,negociar !
Imagem precisamos de imagem, alegria
aqui o que se faz sem sinergia
imprestável