Muitos ventos sopram. Dentro e fora de mim uivam lobos que não sou.
Balidos na noite durmo quente envolto a lãs de ovelhas peladas.
Cresci com gorjeios sobre a jabuticabeira entre os sabiás.
Cavalos de escamas, em meio às algas marinhas, escondem segredos.
O casulo feito bicho dentro dele dorme vestido de seda.
Os trigais maduros marcaram de cor dourada minha pobre infância.
Lanternas quebradas pirilampos precavidos não vagam na noite.
No extremo vazio do mais oco, sopro sons: flauta de bambu.
Os meus sentimentos como origami no arame sempre em movimento
Venha colibri: dentro do meu coração já é primavera.
Ajude-nos a manter vivo este espaço de descoberta e reflexão, onde palavras tocam corações e provocam mudanças reais.