Uellinson Santos
"O Oitavo Pecado"
Eis que surge mais um vício capital...
Quando criança, me via aflito
E aquela que eu mais amara vivia aos prantos.
Foram raros os momentos que me lembro de vê-la sorrindo.
Me perguntava se por dentro ela estava chorando.
Aquela que eu mais amava se afastou de mim.
E eu queria rever seu rosto, até então normal...?
Então me diz qual filho exitaria, em visitar sua mãe no hospital ?!
E de repente...
Disseram-me que você se foi...
E até agora eu tô sem reação,
Dos cincos estágios do luto, desde que te perdi, nada mais vi, parei na negação.
Os seus antigos sonhos, atualmente passaram a ser o meus, pequei por amar demais, e o meu maior pecado foi negar a Deus.
Jamais me conformarei com o fato de que "Ele" a levou, pois se rezar não foi suficiente, creio que "Ele" nos abandonou.
Pequei por amar demais, queria tanto ainda tê-la ao meu lado, pois sinto dor
A sua partida me deixou sequelas, pois represento o mais novo pecado... "O Amor".
"Última Poesia"
Certa vez, eu à amei... Embora o sentimento tenha durado enquanto tolo eu era, fui feliz.
O tanto que chorei... É justificável por um rio que outrora seria um poço, mas ampliar-se com as lágrimas escorridas de meu rosto.
Aquela tão boa garota não passava de ilusão, desejava que ela fosse perfeita, como a havia criado em minha imaginação... O erro foi feito; desculpar-me talvez deveria, mas não há tempo, lamento, será esta a minha Última Poesia.
"Devaneios"
Temo o que me tornei, eu próprio me odeio...
De boas intenções, o inferno se vê cheio...
Do muito que eu fiz, é pouco o que anseio...
Mas vejo-me aqui, perdido em devaneios...
À tudo e todos cabe um propósito...
Então, todos têm um objetivo.
O Mundo existe para corrompê-lo, cabe à você decidir se quer ser corrompido.
Não estou bem
As pétalas vão-se com o vento
O vento muda ao passar do tempo
O tempo constante vê-me sofrer
Tu foi-se em silêncio, de igual com o vento, em prantos lamento, não poder te ver
O céu à noite insiste em contar-me um segredo: dentre todas as estrelas presente, tu és a que mais brilha; e observo seu brilho partilhado com o vasto infinito
Eu peço perdão por não ter me despedido, o medo dominou o meu estado; tu não habita mais este Estado, e agora tenho estado, bem mais que sozinho...
Perdão...
E Eu não estou bem...
De Tempos em Tempos
Para um futuro distante
Meu eu' foi embora
Relembrei do passado
Do meu eu' de agora
Voltando um pouco mais
Lembro-me do que ela me diz:
Que o presente, é provavelmente,
O tempo mais feliz...
Meus erros tomam peso
Minha casa desaba
Me afundei em pecados
E perdi minha amada
Retornei ao passado
E quis presenteá-la
Trouxe-lhe um jardim de versos
E um lindo conto de fadas
As lembranças presentes
Odiaram as passadas
As futuras, ausentes
Pois o tempo as afaga
Jurei ser resilente
Do passado ao presente
Não recordo de nada
Mas sinto que a amei
E que ela me amava...
"Tempo"
Ouvi do Tempo
Que eu deveria me apressar.
Que o passado já passou faz tempo,
E que vagarosamente estou a andar.
Mas no momento estou sem tempo.
E esquecê-la, eu não aguento
Pois há muito tempo estou à amar.
Ouvi também
Que os meus demônios estão à frente... E eventualmente, irão me dominar; e a solução? Perguntei-lhe
Disse-me então, que em meio ao tempo, deveria me apressar.
Ei, Sr.Tempo, há quanto tempo está a me observar? Se sabes tanto de mim... Lembre-me das promessas que há tempos deixei de honrar!
Em pouco tempo percebi que o próprio Tempo, sem qualquer ressentimento, me abandonou... E por pensar demais no tempo, nesse exato momento, percebi que muito tempo se passou.
Ondas de Aflições
Eu mergulhei em águas rasas
De profunda melancolia
Eu me afoguei em desespero
Nas ondas que o mar trazia
Por tormentas de devaneios
A tristeza me corrompia
Mas resolvi negar a morte
Não em função da sorte
Sempre mantive o preceito
De que nunca a temeria
E nessas ondas de aflições
Erros furavam o meu barco
Mas sempre me encontrei ilhado
Em areias de Utopia
Nunca olharam o meu lado
E no meu atual estado
Eles nunca me entenderiam
Minha mente em confusões...