Twiggy

O Começo

Tua afeição era de anseio
das novas escolhas e um futuro diretriz
crescer entre leões, se adaptar ao meio
medos de uma genuína aprendiz

Saberá o certo? Conhecerá o errado?
dúvidas cruéis que invadiam sua mente
ficar no presente? olhar para o futuro? voltar ao passado?
precisava de uma sabedoria eloquente

Ela tem o lápis para grafar tua estrada
tem também uma borracha para apagar as decepções
o segredo é entender a página virada
como um caminho livre para as diversas opções

Pequena na forma, mas grande na arte de sonhar
fantasiosos, inocentes, belos ou efêmeros
bastava ser a diferença e fantasiar
com o melhor simples, sem exageros

Aos poucos
um passo de cada vez
escorregando, aprendendo, ensinando, vencendo!

Pela janela do quarto pude ver
a felicidade exibida e estampada
invejei aqueles sem nem ao menos conhecer
mas estava meio amarga, meio mal amada

Eu te Amo de uma noite só
amores se desfazendo como cacos
casais maduros desfazendo os nós
e inexperientes formando laços

Andam depressa para algum lugar
perdem o sentido, pisando como touros
querem o topo, custe o que custar
rejeitam a ajuda, preferem ouros

Talvez minha visão esteja nublada
com raios perigosos de insatisfação
mas não quero ser uma isolada
pedindo algumas esmolas de atenção

Sou humana movida a sentimentos
não azede minha doce alma
não é uma ordem, nenhum tipo de mandamento
apenas peço calma

Tentei mudar sem me comprometer
Tinha vontade, mas logo me cansava
o único jeito foi então perceber
que a vida é bem melhor do que eu imaginava

Tentando não me preocupar á toa
nem reclamar sem motivo
nem tampouco julgar á primeira vista

Pois o tempo, ele voa
é impaciente e relativo
é uma aventura e conquista

Num cubículo grande
que virava a esquina
se sentia pequena, claustrofóbica
novamente... sozinha

Se esforçava para entender o problema
ainda era ingênua, com tantos porquês
apontando para sí, errava a direção
passar em branco, não iria resolver

Quem sabe permitindo-se sentir
um novo começo cruzaria finalmente
algumas experiências, outras escolhas
ter atitudes condizentes

Quer tentar mudar
mas não sai da cômoda escuridão
o agora está aí, e ela se assusta
o tempo passa, as horas se vão

Cerca-se de estranhos
porque cansou de ser única
sente o peso de uma decisão
não admite ser mais uma miúda

Saindo das sombras
tão serena e firme
todos os olhos conversam entre eles
Não a julge, não a subestime!

Borbulhando em gotas de raiva
prestes á uma nociva explosão
está enojada de tamanha confusão
quer encontrar uma solução

Eles a deixaram surda
não escuta tua própria voz há um tempo
chegou a esse ponto, insano momento
de colocar um final naquele tormento

Se tortura com mutilamento
é como um portal de escape
não se importando mais com algo que a maltrate
é uma guerreira sangrando em combate

Mas ninguém precisa saber
o certo é continuar fingindo
na frente deles, falsamente sorrindo
controlando aquilo que está ferindo

Segue, lutando
temendo, sua força
que é suficiente ...
nem demasiada, nem tão pouca