A fome nao doi mais quando nao tem nada na bariga, mas quando sabe que nao tem nada para por nela!
Vozes do passado
Quando se tornam presente
Perigam o futuro!
Teus olhos sao uma flor,
A cor da flor do amor tem nome:
Rosa!
Viver associado,
nesta triste comuna
e' so pra alimentar o outro!
As palavras explicam
apenas as coisas,
mas nao as fazem!
Num mundo atribulado,
gritos de socorros
sao acolhidos com gargalhadas!
Viver e' responder tudo,
o que os verbos infinitam
na sua existencia finita!
Perdao,
palavra desnecessaria
que e' aqui que se assiste
o repetir-se do crime que existe!
Morte,
palavra dura
nao quer dizer corte,
mas o aluir da perdura!
Entre a vida e a sida
nao ha' meio termo,
pois um e' a vinda e o outro a ida
de e para o ermo!
Nos hoje, queremos o hoje
que o amanha fica longe!
Seguir as raizes e' uma vergonha,
melhor e' viver de cegonha!
Em prol do progresso,
tudo se recomenda...!
O passado e' lesto
Mesmo que se recorde
O dente que morde
E' em vao e sem presto...
O mangal,
sustem a correnteza do mar,
assim a paciencia aos perigos do mal!
Nem os que se sabem
deter a sabedoria,
sabem.
Que toda mentira fundada e' sabia!
Ha' os que marcham mundos
com o metro na mao,
mas tambem os que se sentam unidos
com as contas no chao!
A ciencia endureceu o coracao social.
"As igrejas caem as ruinas- faltam crentes!"
Os poucos crentes que creem nao creem com fe'!
Nesta colmeia, a obreira virou zangao
que de tano lutar, ate' falta o pao!
Cada boca sua espessura,
cada olho sua grandeza,
cada lingua sua rasura,
cada rosto sua beleza...
(cada boca solta seu ideal,
cada ouvido tire seu potencial!)
Nesta estrada de ameixa,
nao caminha meu camiao
que o atrito nao deixa
fazer talhao!
A lagrima e' a oracao do pobre
e para a angustia o canto.
A noite quando o cao ladra
e' porque o ladrao
que nao e' o cao, mas o homem
ronda a porta!
Labios secos e rasgados,
afastados e incisivos caidos.
E os restantes enferrujados.
Olhos soltos do seu interior,
pele enrugada e casposa:
este e' o retrato do pobre feliz!