Tiago Sirillo
Ela é despida de preconceitos, orgulho e maldade, por isso vive o que ama tão intensamente que não lhe sobra tempo pra cuidar do que não é seu.
Ela não quer o perfeito. Que tenha defeito, mas que seja puro, verdadeiro, e que não tente fazer do seu coração, picadeiro.
Longe de toda vaidade de buscar só beleza, ela é do tipo que prefere o simples, o que tem pureza...
Dos amores que já viveu, de nenhum ela se arrependeu, pois com todos ela aprendeu, sorrindo ou chorando, continuou amando, vivendo e doando o melhor de si... No fim das contas, guardou o melhor de todos: dos bons, lindas memórias, dos ruins, algumas histórias.
São pequenos momentos, fragmentos guardados de cada amor já vivido, sonhado e partido, que se juntam, se colam e fazem dela esse emaranhado de amor, de loucura, liberdade, calor e doçura.
Ela só quer mergulhar num amor que não seja raso, que não tenha prazo nem hora pra terminar, que a faça dormir com as estrelas e acordar olhando pro mar.
Porque ela é intensa... tudo é profundo, e basta um segundo de amor, de carinho, pra ela se sentir em casa, se sentir amada, e sentir que encontrou seu ninho.
Ela adora poemas coloridos, sussurrados ao pé do ouvido, que cantam o amor, curam sua dor e amolecem sua alma... Porque um belo poema, lhe dá paz extrema, alegria suprema e acalma.
Ah, menina, esse eu fiz pra você, então lê e acolhe no teu coração... Se preocupe não, seja o que for tua dor, só tem uma coisa que cura: o amor!
Aquela flor no cabelo, o sorriso espontâneo em frente ao espelho e o batom vermelho... Tudo denunciava: seu coração estava aberto de novo, e nele agora alguém habitava.
Demorou, mas ela juntou seus pedaços, venceu o cansaço e voltou a amar, sorriu novamente, e agora contente, se deixou levar.
Hoje ela põe uma flor no cabelo, se olha no espelho, se veste com todo amor que ainda tem, e sai... não pra se perder, mas pra se encontrar nos braços de alguém que lhe devolva o prazer de amar.
Ela tem uma queda por tudo que a faz sorrir, por isso ela deixa fluir, afinal, se faz bem, que mal tem deixar entrar, invadir sua alma e a fazer sonhar?
Aprendeu a aceitar a vida como ela é, apenas vivendo, sem perder a fé... Aliás, fé, é a única coisa que jamais lhe faltou, pois seguiu sorrindo, mesmo quando tropeçou...
Hoje, de pé, se orgulha de tudo, de ser o que é, porque é bela, e seu coração é lindo, e todo aquele que também é, que seja bem vindo!
Deixou de correr e ter pressa... Hoje ela para, respira e não pira ao primeiro sinal de problema. É que ela aprendeu que o simples não estressa, e agora ela foca no que realmente interessa, no que lhe satisfaz, lhe acalma e lhe enche de paz.
Hoje ela vê com clareza a beleza de tudo, e só arma seu escudo quando lhe convém, e quando sente a maldade exalando de alguém...
Não é que ela tenha perdido a paixão, é que agora ela só se dedica ao que faz bem ao seu coração... E porque tudo que lhe custa um minuto sequer de sua paz, pra ela já é caro demais...
Lá vai ela, navegando com seu barquinho chamado vida por esse marzão que se chama tempo, remando contra a maré, sempre à procura de um vento, mas nunca sem perder a fé. Segue firme, peito aberto, seu foco é seu talismã, pois desse barquinho chamado vida, ela é e sempre será capitã.
O dia hoje amanheceu mais doce, antes fosse todo dia, com mais cor, menos dor, só amor... E quem dera ela fosse vista livre na pista e mesmo assim respeitada, benquista, admirada. Quem dera ela acordasse amanhã e tudo ainda fosse cor, e que lhe dessem o que é seu por direito: valor e respeito!
Ah, menina, será mais belo ainda o dia em que o mundo acordar e enxergar tua beleza e a leveza que há em você e no seu coração... Seria perfeito não ter que lutar pelo que é seu de direito... Só escrevo pra ti com carinho e alegria, porque sei que tu curte, que te causa euforia... E se te faz tão bem, então que mal tem? Afinal, escrevo sem apologia, e tenho tanto à escrever, à te descrever, que escrevo à você todo dia.
Ela adoraria parar o tempo, cortá-lo em pequenos fragmentos e levar consigo apenas os seus bons momentos. É que ela odeia lembrar do que a faz sofrer, do que não fez sentido, e de tudo que um dia a deixou de coração partido.
Ah, menina... o tempo não para, mas ele cura, e tudo que é dor, sara, leva embora qualquer amargura...