Quero exprimir o que sinto,
Como um rádio a tocar,
Juro que não minto,
Mas pouco sei prosear.
O relógio não é a realidade,
É diferente em cada continente.
É igual para a humanidade,
Mas presente em cada mente.
O amor devia ser a prioridade,
Mas os cães não param de ladrar.
Com tanta adversidade,
Já pensei em viajar.
Como será a minha caminhada?
Vazia, cheia? Seguirei a fantasia
Ou encararei a realidade?
Quem sabe? Nem mesmo eu
A pulga viaja com a águia sem a mesma saber.
É pouco fácil ser bom juiz,
Além do saber, é preciso vivência.
Como um passarinho,
Eu sigo pequenino e gentil.
Até a sirene do peixeiro faz os cães ladrar.
As vespas escolheram o pinheiro mais alto para fazer o "ninho".
Estendi a capa negra, e apareceram as moscas de tão mal que cheira.
A capa não revela o livro por completo.
Parece que a fogueira, o lago e as luzes de natal estão para ficar.
Vejo teias em cada lugar aonde vou.
As videiras são seguras por pilares e arame, enquanto as uvas são guardadas com redes.
Pedras e teias em tudo o que é tempo e lugar.
Teias nas caleiras, corda nas beiras.
Linhas a arrastar, pássaros a cantar acusações no ar.
Galos a cantar e cães a chorar.