Tiago Iorc
Você passa a maior parte do tempo
Preocupado com o que irão dizer
sobre seus maneirismos bobos
E isso não é bobo, da mesma forma?
Passe mais tempo fluindo
Você passa a maior parte do tempo
Reclamando, blefando, odiando todos
o tempos
Sangrando
Ah, se a beleza mora no olhar, no meu você chegou e resolveu ficar pra fazer teu lar.
Pra começar, Cada coisa em seu lugar e nada como um dia após o outro, quem se soltar, da vida vai gostar e a vida vai gostar de volta em dobro, e se tropeçar do chão não vai passar
Quem sete vezes cai levanta oito.
Quando se viu pela primeira vez
Na tela escura de seu celular
Saiu de cena pra poder entrar
E aliviar a sua timidez
Vestiu um ego que não satisfez
Dramatizou o view da rotina
Como fosse dádiva divina
Se abriu os olhos de um celular
Aliviou a tela ao entrar, tirou de cena toda timidez
Alimentou as redes de nudez
Fantasiou o brio da rotina
Fez de sua pele sua sina
Se estilhaçou em cacos virtuais
Nas aparências todos tão iguais
Singularidades em ruínas
Vestiu o drama uma última vez
Se liquidou em sua liquidez
Viralizou no cio da ruína
Ela era só uma menina
Ninguém notou a sua depressão
Seguiu o bando a deslizar a mão
Para assegurar uma curtida
Não há
Chance de apagar
Deixa demorar
Lembrar você é bom demais
Vivemos tanta coisa
Lembra?
Tanto pra acertar
O tempo pra curar
A mágoa que ficou pra trás
Valeu minha vida inteira
Espero aqui
Pra ver o sol nascer
E redesenhar cada curva tua
Cada curva tua
Deitada nessa cama
E se nada mais faz sentido
Vamos fugir
Eu em você
Você em mim
Simples assim
E quando penso
Que eu não quero nunca mais te ver
Vem você me aparece
Cheia de querer
Chega e beija minha boca
Faz um fuzuê
Em câmera lenta
Acompanho o teu suor
De encontro ao meu
A gota da seiva do céu
Ninguém faz melhor
Que você e eu
Cada centímetro de chão
Pedaço da imensidão
Poeira interestelar
Quanta sorte
É poder chegar
Nessa vida
Com você
Todo suspiro é gratidão
De ver entrelaçar as mãos
Que juntas podem muito mais
Ter um norte
Pra poder sonhar
Ser a brisa
Vendaval pra transformar
Chegue um pouco mais
Deixe isso pra lá
Vem, desligue essa doideira
Quero te lembrar
Coisas triviais
Domingar a quarta feira
Posso te contar
Tudo o que sonhei um dia
Tudo só pra chegar aqui
Pra sentar
E conversar
Falar besteira
Ter alguém
Pra confiar
A vida inteira
Nessa paz eu vou
Munido de amor
Fique um pouco mais
Quero perguntar
De coisas que não cabem em respostas
Pra descomplicar
Dilemas ancestrais
Mais amor por tudo o que não gosta
Tu é coisa rara
E nem se compara
Nesse bando de alma rasa
Que insiste
Que profundo é razão
Como é gostoso te amar
E como tu me faz sentir
Teu rosto colado
E o beijo calado
Pronto para me despir a alma
Sei não
Algo me diz
Que eu não sei de nada
Vem aqui me ensinar
Vem aqui
Cola na minha alma