Thiago Socio

Encontrados 8 pensamentos de Thiago Socio

Prisão mascarada

Ruas postes, esquinas viradas.
Vejo cabeças, pés e mãos.
O que vejo são vãos.
Mascarados de graças baratas.
E liberdades santificadas.

De olhos afobados apontados.
Para os doces pecados.
De viver como se fossem vigiados.
E isso aumenta a fome, a vontade.
A desordem se faz.
Por querer demonstrar um cartaz.

Quando obviamente.
“O que é?” não se responde por si.
Natural é ir, vir.
E ser no estado de estar.
Demonstrar, acorrentar.
Soletrar, balbuciar, dá no mesmo.

Infelizmente ainda é uma criança.
Chora sempre alto, com a esperança.
De um prêmio, seria um biscoito?
Seria por que tem dezoito?
Anda contando os passos para mostrar.
A liberdade que tem ao andar.

Pobres são os que são.
E aqueles que se esforçam para estar.
No ato de apontar, remoer.
Planejar o libertar.
Esvair-se á toda a liberdade.
E desta forma de dentro para fora.

Inserida por ThiagoSociodeSa

Sensibilidade:

Sempre com dois pesos;
Ao mesmo tempo que toca;
Por vezes na troca;
Recebe de outros;
o oposto.

Mas uma parte não tornar se há insensível;
Pois sabe o quão bom é sentir;
Não deve ser impossível, nem facilmente substituível;
Senão apenas será interesse, apenas mentir;
Apenas o oposto.

Por vezes o mundo precisa apenas ficar sozinho;
Compreendendo por que seguir neste caminho;
Nem sempre o sensível compreende a brutalidade;
Nem sempre o sensível aceita sua incapacidade;
Necessita do oposto.

Talvez uma parte tenha que insensibilizar;
Talvez o insensível possa amar;
Uma parte que não sente, não sente tristeza;
Olhando para o outro, o mundo, não sente a frieza,;
Assim como, uma parte oposta a si mesma.

Mesmo assim, continua tocando no que se pode tocar;
E fitando tudo o que se estende no imaginar;
Não falha no sentir e no fazer ;
Porém deve se esforçar no compreender;
O que, por vezes o mundo precisa.

Inserida por ThiagoSociodeSa

Quem tu és?

Tu que és dona sem ser má;
Que de cuidar, ressabiar;
Mostra beleza no amar;
E leveza ao voar.

Sente o peso da leveza;
E da pureza no sentir;
Sentindo com beleza;
O peso que é o partir.

Mas sabendo o presente;
Que é o lembrar e amar;
E amar mesmo que ausente;
Não há o que falar.

De pedra só a morte;
A vida é vela, é chama;
Ilumina, com sorte;
Orando ao lado da cama.

Desgasta o que é vil;
Desgasta o que é de frio;
Desgasta como vinil;
Que vira por um fio.

Chegando por onde começa;
Aquela linda e próspera promessa;
Jogando jogos, com uma peça;
Como uma, resta só a pressa.

Não hei de me abalar;
Estou limpo, todos estão;
É só isso que quero falar:
Eu te amo, então...

As vezes...

Para ser fortes devemos ser fracos;
A quietude guarda demais;
A paz guarda medos, fantasmas;
Dividimos e subtraímos para parecer menor;
Muito sentimos, mas pouco demonstramos;
Realmente, existe o que é real e o que mente;
A mente se esquece de esquecer;
Apenas relembramos o que convém;
Não observamos a amplidão e beleza externa;
Apenas nos atemos ao que difere;
O que fere é nosso ego para não se ferir;
O ego se revela insegurança;
A insegurança abala a confiança;
Temos medo de confiar;
Nos afastamos de sermos decepcionados;
Nos afastamos de sermos surpreendidos;
Nos afastamos de sermos amados.

O tempo.

O que ele é?
De onde ele vem?
Para onde ele vai?
Todo mundo se pergunta, reflete, entrete, se lembra e pensa... Pelo tempo que se foi... pelo tempo que está por vir. Por vezes o medo de perdê-lo nos atrasa, por vezes, o medo nos arrasa, tornando- nos capazes de carregar tanto...
O tempo é figura de linguagem... por vezes é azul, se torna obscuro, por vezes frio, nublado e cinzento. Por vezes está estrelado, porém sentimos que alguma coisa falta... ah, é mesmo, o tempo....
Será que vai chover?
Hoje está calor demais!
E mais tempo para o tempo... para o tempo..... Ainda assim... diz coisa alguma... Pois se dissesse, isso seria espetacular! Mas tempo não fala, tempo apenas cala e acomoda.
Depois disso tudo o que eu disse?
Coisa alguma, afinal tempo está... e está diferente agora.... e mais agora... Porém, em meio a o que eu não sei... e talvez nunca possa conseguir saber... o meu tempo está .... Todo tempo é tempo! e enquanto há tempo, vivamos. Se ouro é ouro, chamo-o de ouro, se é prata, chamo de prata e se cobre... provavelmente é só um fio desencapado, cubro também para não levar choque!
Nosso tempo.... somos nós, portanto não ato, não desato... Mas se algum tempo tiver tempo, ah!
o meu tempo será mais lento.

Inserida por ThiagoSociodeSa

Pássaro Dócil.

O pássaro, enquanto voava, calava;
E quando encantado, assobiava;
Subia, voava livre como gostava;
De longe, sempre sussurrava;

Falava sobre felicidade, amplidão;
Desprovido de malícia, sobre justiça;
Por ser provido de asas, sobre tubarão;
E pela liberdade, em árvores, sobre preguiça;

E se aproximava sempre... para perto;
Para ver a mais bela proeza;
Beleza do certo e do incerto;
E se em, cantava com a natureza;

Mal sabiá ele, que seria levado;
Com força, desprezo e angústia;
De suas penas foram tomadas um bocado;
Penas que escrevem com harmonia;

Em uma gaiola foi enfiado;
Levado também foi o carrasco;
Que com um assobiar debochado;
Entre dentes amarelados mostrou se rouco;

O pássaro bateu suas asas fracas;
Com uma confusão de sentimentos e agitação;
Porém a prisão com farpas;
Tornou gaiola, libertação.

Inserida por ThiagoSociodeSa

Quando o absurdo torna-se aceitável, ele passa a não ter limites.

MAIS UMA

Eu não gosto de poesia;
Não gosto das suas rimas;
Remete a negação do dia- a- dia;
Dos sonhos acordados das vidas.

Me lembra que palavras;
Ditas com certa simetria;
Refletidas das almas;
De tudo que ia.

Me canso de reclamações;
Sonhos em tinta e papel;
Palavras, adequações em canções;
Sentimentos em papel, vidas ao bel.

Estamos cansados;
De precisar rimar, para que;
Palavras não se percam em sarcasmos;
E o sol, na solidão, não solidifique.

Para que sentimentos e atos;
Desatem nós, nos outros;
Para que “os” sejam a nós mesmos;
Porém, ninguém gosta de poesia obrigado.

Infelizmente digo;
De nada valem os sonhos;
Daqueles frios papéis e de caneta pousada;
Sonhos de realidade, são pesadelos.

Gostaria que poemas fossem;
Fingidores abstratos, pseudônimos;
Mas são apenas adequações, que torcem;
E retorcem paz momentânea para almas.

Sonhos com frio;
E calor impossibilitado;
Poemas adequados por um fio;
E lustra fato, dado.

Mascara o fardo;
Acalma o tato;
Finge de culpado;
E lembra que de fato.

No fim, não existe adequação que esteja sob controle.

Inserida por ThiagoSociodeSa