Thiago Lopes
Pra ser sincero, não acho que ela seja louca. O resto do mundo acha. Mas eu não. Ela tem um jeito doce de falar, tão doce que eu morreria da minha diabetes se eu sofresse disso. Mas não é o jeito doce, o caminhar despreocupado ou o cabelo bagunçado que a deixa cheia de charme. Na verdade, o charme dela é passar essa impressão de loucura, que no fundo, é só felicidade por ser quem ela é.
"Eu sei como é tudo isso. Eu sei como é se segurar e deixar para chorar só quando chegar em casa, debaixo do chuveiro pra ninguém perceber. Eu sei como é refletir sobre a vida antes de dormir e se certificar de que ninguém está te ouvindo, para começar a soluçar. Eu sei o quanto é cansativo, correr atrás de alguém que sequer se importa com você. Eu sei o quanto é doloroso fingir que vai ao banheiro só pra lavar o rosto e se recompor. Eu sei como é ter os olhos úmidos e aquele medo de não conseguir ser forte o suficiente para segurar as lágrimas em público. Eu sei como é sentir aquele nó enorme na garganta, que sufoca, que asfixia, que não tem como não desabar. Eu sei como é sentar na cama, pegar o travesseiro e chorar horas, por motivos que já deveriam ser esquecidos. Eu sei o quanto é difícil sorrir quando a maior vontade é chorar. Acredite, eu realmente sei como é tudo isso. E confesso, não é nada fácil."