Thiago França Bento
"O que é mesmo viver? Esqueci-me da calma. Ela é uma criança que chora. Um susto da existência do que fui. Uma claridade, a realidade, do que agora eu sou. Minha alma antagonista venceu o corpo. Corpo que nunca foi meu."
"Quando sinto saudade do mar, e meu peito evoca imperfeição, é que também tenho saudades do eu que se perdeu nessa trajetória desconcertante. Um caminho traçado de dores, e de perdas. Se há ou não uma relação positiva entre as águas do mar e o meu eu, deixo-me em questionamento para contornar as reações positivas vindas do meu coração."
"Tudo tão tolo. Vai-se o poeta ficam os versos. E eles comem e bebem encima do terror alheio. E nada nunca é feito."
"Eu, um admirador insatisfeito com os feitos de uma democracia bordada com uma covardia desassossegadora, desejo que os homens paguem pelos seus atos."
Tem é que ter vida. Só vida. Só vida emanando luz. Só vida emanando amor. O legal é ter vida. Poesia tem é que ter vida.
Escorre lágrimas em meu rosto. E eu, tremendo todo, meu sangue pulsando, pulsando mais. Outra vez o meu amor ressoou, as águas cantou. Não resisto, nunca resisti, cedi. Outra vez, e outra. Profundo peregrinar dentro desses suspiros. Mas meu amor é paciente. Muito tranquilo, assim eu reino descalço no silêncio.
Às vezes, o esforço imperfeito, o mesmo esforço de vida, da minha alma, carece de um pouco de paz. É que o amor surge, mas como um vício pensado, e eu nunca consigo amar o vício.
Eu escrevo a vida que passa, o ritmo do tempo, a fraqueza do meu mundo, o que eu sofro na solidão dos meus dias.
"Tudo se renova, e a cada período tudo mais sombrio. Emociono-me – na emoção fito o teto – fugindo da realidade."