Thalita Marangon

Caio Fernando Abreu e tudo o que eu queria dizer numa tarde de quarta com um cigarro e nada de café, copo de água para matar a seca que invadiu o coração e libertar a amargura que na boca se sente, de um fígado indiretamente atacado pela emoção.

E por estes dias me encontrei sorrindo, quando imaginei a tua felicidade

Amor que fede
Amor que rasga
Amor que quebra
Amor que desamarra
Amor que estranha
Amor que esbarra
Amor que suja
Amor que desgraça
Amor de um
Amor de dois
Amor de mais
Ardor depois
Amor tristeza
Amor beleza
Amor delicadeza
Amor dilacerador
Amor...
Veneno contundente que sempre beberei e nunca me fará morrer.

Ainda sinto que está aqui e quando acordo percebo que não está e continua a doer...

As vezes a gente cansa de tentar...

Tão bom lembra-lo, me faz falta de uma maneira estranha...

Me dê uma imagem e eu a transformo em palavras equivalentes

É engraçado, o crescimento das minhas asas é descomunal e já, já não poderei ficar por terra...Mesmo assim você me alimenta, com toda essa confiança, safadeza e pureza de desejo comum.

E eu que sempre me perguntei quando reparariam no pingo d´agua que se instala entre meus olhos quando a bebo em um copo mais fundo,percebi que tem o toque mais macio e o afago mais completo que só poderia encontrar em alguém que me tem como parte...

Nós mesmos nos deixamos levar, nós mesmos não nos deixamos escapar, nós mesmos nos impomos a perfeição e reclamamos quando não está suficientemente bom porém quando está, valeu o sacrifício.

Tem coisas na vida que não se compreende, porém assim nos fazem muito mais sentindo e nos dão muito mais prazer. Quando não são completamente compreendidas, estamos vivendo o ápice de seu divertimento.

As madrugadas em que não dorme que a farão lembrar de que não há sono respeitoso para cabeça de escritor.

Tem romantismo de mais nisso tudo...
Se a vida fosse só fusão de dois estaria fora dela.
Há mais do que viver pelo outro, há de se viver com o outro. Seja la quantos outros for o mesmo.

Ela queria chorar
ouviu o som
Ela queria cantar
escreveu o som
Ela queria saber
ouviu o som
Ela queria continuar
parou o som

Acorda que chegou o tempo
alisa os cabelos
coloca a roupa primeira
e de andar e andar
fumar e beber
dorme de novo e não acorde mais, conceba outro sonho
envolva-me.

Entre o livro, o elástico, as moedas, o óculos, o maço de cigarro, o telefone, o telefone, o sutiã, a impressora, o mouse. O fazedor de letras ouve a música e o ouvido responde às notas numa corrente corpórea que a transforma em estímulos, riscos, códigos, versos. Entre linhas a escrita surge. Que suje o papel em branco, que muda a história, que vira esmola do "mendigo de sonhos".
Letras de um coração solitário.

está a rasgar meu estômago em duas partes,
Uma lá outra cá.
Quem dera esta tristeza não estivesse tão cá como recentemente está.

As coisas novas estão pelo chão, como se não tivessem algum valor após conquistadas.
As coisas antigas estão a mão, como se tivessem total valor após perdidas.

Percebi a minha pequenez quando vi meu erro e por poder mudar o ângulo e percebe-lo, descobri a minha grandeza....