Thaís Maranhão
Como só os amantes entendem o amor,
Só os poetas entendem a poesia.
Tem o sentido que o coração impor
E expressa a mais real fantasia.
É só um olho que chora,
Um choro tão simples
Que em nada se demora
A cessar o olho que chora.
Um choro fininho
Que inundou o olhar
E fez um caminho
Descendo a face do carinho.
E com soluços baixos,
Que mal se deixam ouvir,
Esqueço um pouco e faço
O choro do olho dormir.
Como liberar esse sentimento?
Talvez colocá-lo em uma de minhas almas.
Aproveitar a euforia do meu contento
Ou guardá-lo na plena calma?
Com quem estará meu carinho?
Faces e fases têm o meu amor.
Foi desperdiçado pelo caminho
Ou virou a mais duída dor?
Cada passo é outro caminho
Pequenas mudanças na primavera.
Cada qual vive sozinho
Aguardando na triste espera.
Sonhar o sonho antigo
E viver outro primeiro amor.
Realizar detalhes tão precisos,
Detalhes que aliviem a dor.