Apito de fábrica A poluição é o tempero da marmita fria.
Névoa úmida. Olhos turvos da viúva frente à sepultura.
Cartões de Natal coloridos, tão iguais! Mas este, ah... o amor...
Sobe a piracema... A continuidade da vida na contramão.
Toque de alvorada: Periquitos já discutem Cardápio do dia.
Era verde ou azul? Sumiu num piscar de olhos veloz colibri.
Como versos livres - ao toque dos tico-ticos - as flores que caem...
Carro de bombeiros Sirene e cor rasgando Névoa matinal.
Insetos que cantam parecem adivinhar minha solidão...
Insetos que cantam... Parece que as sombras se amam nos cantos escuros.
Boneca se aquece com o meu chapéu de lã. Eu visto saudades.
Nas bodas de prata retornando à terra natal - flor de laranjeira!
Na velha pedreira o vibrar de britadeiras - zunir de cigarras.
Gaiola no muro. Filhote de gato ensaia primeira caçada.
Que importa o nome da primeira namorada? Nuvens de primavera...
Ajude-nos a manter vivo este espaço de descoberta e reflexão, onde palavras tocam corações e provocam mudanças reais.