Tatyane Diniz Viana
É por descrever os lençóis
de uma noite de amor
que o sangue rompe
nas maçãs do meu rosto.
A irmã mais velha
do meu corpo esquerdo
me pede com ar estúpido
que chega a vencer
todos os escapes do meu ego.
O negro preto de todos os tons
do meu perverso segredo
impedem-me de tocar as
algemas de sua tortura maior.
Estrelas caem como chuva
de uma bela tarde de jóias
caras de sucata
que foram usadas para adornar
a minha pequena perna amarela.
É noite e o som dos lobos me avisam
que vieram comer o azuldo céu que rompe
o fulgor de uma manhã
alavancada de pesos calmos
estampados de flores no meu
enroscar do dia que nasce.
Não sou a única que experimento um mundo tragado por cinza e rosa de um domingo de maio de um ano qualquer.
Há palavras que só podem ser escritas
em um minuto de esperança...
na palma da mão de uma confiança.
20-01-2011
Amar é mais que isso...
amo cada vez que ela se faz de bobo...
mas ele é tão esperto
que parece percorrer
todos os caminhos capilares
de uma chuva de enterro de esmeraldas
jogadas em meio a estante de livros
que julgamos serem importantes.
Guardanapo 1:
É tão conveniente descrever
a importância de um ato
hipócrita escrito
na parede de um banheiro de bar.
Piche, suje e
dê descarga em sua vida!
Guardanapo 2:
Passa a hora dos
ponteiros de um pássaro
e degusto a noite crua
no céu de minha boca ocre.
Guardanapo 3:
Tanto eu como o sujeito
que lê esse pedaço de fiapo
de paina merece caminhar
triste num deserto sem gelo.
Guardanapo 4:
Não adiante pedir
não adianta falar
a vida pede e fala
precisamos romper com
os tratados que sufocam
a nossa mente.
Guardanapo 5:
Descanse o seu sorriso
Despido sobre o meu corpo
frágil... Ele te necessita e
rompe os tratados dos anjos
incrédulos em uma tarde
de agonia infernal.
Guardanapo 7:
O branco do olho da menina
insiste em pousar sobre a delicadeza
de sua borboleta viril.
Guardanapo 8:
Sentada na pedra que DRUMMOND havia dito...
Essa pedra eu vou carregar comigo!
Uma pedra na calça
É só um nó na barriga
avisando que vem coisa
ruim pela frente.
Se eu não fizer o que o meu coração necessita para ser fiel companheiro de meu ser, é melhor nem ter casamento.
Tantos caminhos que pretendo seguir. Tantos buracos que vou afundar e quem sabe nem poder sair deles. Porque minhas ideias dão panelas de barro cheinhas de histórias. Panelas de barro, não sei porque escrevi: Panelas de barro!!!???
Aqui eu encontro o silêncio para minha solidão. A dor que extremece minha alma de menina. É madrugada, e por ser madrugada ela me faz se sentir tão íntima, tão segura de meus sonhos.
Fui durante 5 meses muito feliz no chão de minha sala de aula.O contrato de afeto e confiança que firmei com os meus alunos. Das horas em que parei minhas aulas para conversar sobre a vida. Para falar pra eles que ainda é possível sonhar com uma vida mais digna. Sim, foi um contrato de respeito à eles e com os outros, da sociedade que eles partilhavam naquela sala quadrada de círculos, da continuidade da vida e respeito às suas indiferenças.
Consigo ver o rosto de cada um deles vivos em meu coração. A mão dói e mesmo assim insisto para que as palavras caiam assim como as lágrimas que seguro em mim. Não sei descrevê-las - São como chuva no sertão. Esperadas.
O que me motiva escrever tudo isso é o não dito, o que eu queria dizer e não disse, o falar e calar ao mesmo tempo. Sentimentos apavoram o meu coração. Mas, como casulo ainda permaneço guardando tudo dele em mim!
Eu aprendi que a sala é um laboratório de Ciências e cabe a cada professor pesquisar cada cabecinha de suas crianças e começar uma investigação quase que policial. Assim, eu fiz mesmo sem saber o que eu fazia, mas a cada resposta positiva eu me enchia de vontade.