Tasselo Brelaz
Não busco os aplausos dos homens. Este acontecem naturalmente.Pelo contrário, busco a misericórdia de Deus para que um dia eu possa ter meus pecados perdoados.
Pensei em como retribuir ao amor que tenho recebido das pessoas que me amam. No entanto, cheguei a conclusão de que não tenho como, pois, a gratuidade do amor não permite retribuição.
A caminhada pela 'estrada da vida' torna-se menos desafiadora quando o caminhante resiste às paradas desnecessárias ou as propostas atraentes dos atalhos.
Pensar a vida é despertar a subjetividade, a qual cochila para não enfrentar as adversidades da existência humana.
Não existe pretensão de mais ou de menos para um poeta que, é capaz de alcançar a imensidão em seus sonhos e que luta a cada instante para torná-los realidades.
Deus só fez o ser humano após o diabo te-lo traído. De modo que ao concluir o ser humano não o lançou direto na existência. Mas o deixou em seu jardim e o quis testa-lo. Colocou lhe três atributos e quis ver como ele ia se sair diante do maligno: deu-lhe, liberdade, responsabilidade e inteligência; e como o fez a sua imagem e semelhança, deu-lhe um quarto atributo: A fidelidade. O homem então fez uso da liberdade sem a responsabilidade. De modo que sua inteligência foi prejudicada e este foi incapaz de ser fiel.
Talvez uma vida não seja o suficiente para conter todos os bons sentimentos que um ser humano é capaz de desenvolver para com um outro. Talvez o outro não seja capaz de conter todo o amor de uma outra pessoa. Talvez uma vida não basta para se compreender uma vida, se quer duas vidas distintas. Paciência! No fluxo da existência é assim mesmo. Entre encontro e desencontros, saídas e despedida, a saudade dos bons e agradáveis momentos é que fica e que realmente importa.
Na quaresma existencial, nem tudo é penitência. Existem também as alegrias da conversão, ao sermos perdoados pela misericórdia daquEle que nos amou por primeiro.
Eu gosto da natureza, de tudo o que a envolve... Respirar natureza é maravilhar-se com o belo que se manifesta de forma espontânea diante de nós... O estético não trabalhado pelo humano, mas por si mesmo...
"O Outro me percebe, me descreve. Mas não experimenta minha existência na concretude. O Outro me ver, porém,não me sente. Assim, para o Outro, serei sempre um mistério encontrado, Mas não revelado."
Acordar cedo em uma segunda-feira de chuva é como andar em uma corda bamba. Não é fácil! Seguir em frente é a opção mais sensata.
A felicidade é conquistada nos raros momentos de distração. Os amigos que nos possibilitam tal experiência, estes são conquistados no cotidiano da vida. E quando verdadeiros, são pra vida toda.
Através do espelho
Se ocupar em falar da vida dos outros é fácil e pode parecer divertido. Difícil é cuidar da própria vida. Pois essa é uma atividade que exige autoanálise e reconhecimento pessoal, através do espelho da própria existência.
Deus é o conceito de uma transcendência Divina, dificilmente explicável. Contudo, possível de ser experimentado. De tal modo, é na experiência de Deus que percebemos sua existência.
“Alguns sonhos só são possíveis de se tornar real porque após o despertar continuamos a sonhar com eles.”
Prefiro o espetáculo das nuvens que são efêmeros e verdadeiros ao teatro da realidade humana que muitas vezes são ilusórios e pretensioso.
A aventura como manifestação da vida
Se aventurar é ir em busca de algo que não se sabe o que é, mas que se tem a necessidade de procurar. Por ser a aventura um desejo por algo que se falta, muitas vezes o aventureiro é tido como uma pessoa perdida, sem objetivos na vida. Entretanto, o aventureiro é alguém para quem a realidade não lhe basta. Ele sempre quer mais. Não que seja um egoísta ou ingrato diante do que já possui. Pelo contrário, quer mais para compartilhar mais. O aventureiro é um desbravador das belezas e contrastes do mundo, afim de apresentar aqueles que não possuem a pré-disposição para desbrava-la. De tal modo, o aventureiro trilha caminhos antigos e novos, em busca de apresentar as pessoas, para que estas também possam experimentar as novidades e grandiosidades desse planeta.
Das coisas que aprendi no Monte Roraima
Aprendi que a vontade de alcançar um objetivo é maior que a distância e mais forte que a fraqueza.
Aprendi que a natureza é mais antiga que o tempo e que a ela precisamos pedir permissão para adentrar.
Aprendi que a nossa visão e audição as vezes nos traem. O perto nem sempre é tão próximo.
Aprendi que os romances são tão efêmeros quanto as nuvens e que o tempo é menos importante que as ações que fazemos.
Aprendi que confiar, significa estar à beira do abismo e segurar sem receios, a mão de alguém desconhecido.
Aprendi que não importa o ritmo que os outros caminham. O destino é sempre o mesmo, pra frente, no alto.
Aprendi que o Monte Roraima é a morada dos deuses e que a Gran Sabana é a morada dos humanos.
Apreendi que nossos amigos são aqueles que vibram com nosso sucesso, nos consolam em nossas tristezas e também nos suportam em nossos momentos mais opróbrios.
Aprendi que não importa quão intensas foram as experiências antes vividas, o Monte Roraima sempre encontrará uma maneira surreal de nos surpreender.
Eu sou daqui! Dessa gigante Amazônia, onde o verde reflete beleza e os rios com suas riquezas me causam admiração. Eu sou daqui! Sou caboclo aventureiro. Sou mestiço brasileiro, sou gene desse lugar. Eu sou daqui! Desse imenso rincão, onde a terra é de todos mas exige preservação. Eu sou daqui! Sou amazônida verdadeiro e amo por inteiro, cada canto desse verde-mar. Eu sou daqui. Já estive em muitos lugares, mas sempre sinto saudades e volto para o meu lar. Eu sou daqui. Eu sou Amazônia!
Janela da alma
Quando olho pela janela e não vejo mais as crianças brincando lá fora. Pergunto-me, o que aconteceu?
O que aconteceu com a espécie humana que estava aqui, na bolha artificial do mundo?
Um vírus! Um vírus, meu Deus, está acabando com os seres humanos.
Mas, espera! Veja! Alguns humanos ainda sobrevivem e usam máscaras.
Máscaras, não da vergonha que são alheia, mas da proteção. Pessoas morreram, crianças nasceram. Uma nova sociedade está surgindo com o nascer do Sol desta manhã. Lá fora, pela janela da alma, já não vejo, no silêncio das grandes cidades, a ansiedade humana. Nem a luxúria do consumismo. Apenas vejo o horizonte e, no silêncio, distante de mim, o inconformismo da ignorância alheia. E eles usam máscaras, parecem humanos, mas ainda resistentes. Ainda resistentes, meu Deus, a luz do novo mundo que vai surgir!
Na trilha
Na trilha da vida, sigo os passos dos estranhos, dos conhecidos e também as vezes dos familiares e amigos. Sigo em busca do explorado não explicado. Busco a surpresa do novo e do antigo. Na trilha observo as paisagens, os lugares, o jeito de ser das pessoas que passam por mim.
E assim sigo, sigo junto, sigo sozinho, sigo a minha própria trilha. Nela converso com meus instintos, minhas crenças, minhas razões incertas, meus desejos diversos, minhas vontades e teimosias.
As vezes me canso, e então paro.
Paro para descansar o corpo e a mente. Paro para pensar e desconstruir pensamentos. Revejo minha caminhada e reorganizo minha mochila. Dela retiro o que não é mais necessário e a preencho com aquilo que é importante. E então sigo, sigo com meus medos e minha coragem, com minha fé e minha esperança. Sigo para chegar lá! Lá onde poucos chegaram e muitos se perderam no caminho. Lá onde não sei como é ou como será. Mas sei que poderá ser incrível para mim se assim me permitir. Por isso sigo, sigo a trilha da vida.