Tarcilo Pimentel
Acordo e ouço passos, ando pela casa escura onde só vejo o que estar em minha memória... Acendo as luzes e estou sozinho... sempre estive. Ela me chama, tão real, sempre chamou... e eu estava sozinho novamente em meus sonhos.
Minha Mãe, cinema da minha vida, em teu ombro descanso minha cabeça e esvazio minha mente, seu perfume me anestesia e durmo à encontrar minha felicidade.
Se um dia da vida fosse como estar presente em tudo aquilo com que já passou na sua memória. Chegou á hora de não pensar, só reagir como um reflexo por puro instinto e não se arrepender depois... Espero ter essa sensação um dia qualquer, pacato e monótono de uma vida rotineira e no final desse dia... te encontrar e ver aquele sorriso pelo qual me apaixonei.
Perco-me em meus pensamentos, em uma rotina continua de uma vida. Preso em um labirinto dos meus sentimentos por apenas sonhar. Posso torná-lo realidade... Mas sonha que vivo uma vida em meus sonhos e uma agonia de saber que a cada minuto percebo que isso não é real. Uma tortura que posso levar por toda a vida em busca da felicidade.
Olho e nem sempre vejo aquilo que deveria estar diante mim... Sonhos e sonhos que não deveriam ser sonhados, mas sim realizados... Me, consome como uma miragem e me angustia por não alcançá-lo e culpo-me sabendo que posso fazer.
Percebo-me meio que em uma sociedade sobe trilhos, onde seu destino alienado percorre em distâncias certas, mas me distancio rapidamente meio de um modo rejeitado, como se eu não fizesse parte daquele mundo.
Agora sozinho estou em uma escuridão de luz, logo anoitece e vários olhos brilhantes me observam lá do céu. Eu não entendo... São milhares...
Logo me acostumo da desgraça perdida em um sonho desesperado em não acreditar que a esperança estar se esvaindo, mas eu não penso dessa forma... Por que se posso saber o que já não sei mais, isso é ignorável, pois a vida de um certo ponto de vista está nos olhos de quem ver lá de cima.