Tânia Souza

Lídia Baís ao espelho

Não te perderás, mulher
Em teus olhos de luar
Cores de resistência

pro-cura

e nos cacos do espelho
em tristes *meixelas
já não me vejo
cílios, rastros
quebradiços retratos,
de pejos, desejos
labirinto de outrora
eu sou

Da desigualdade

Mãos semeadoras
Nem sempre colhem.
Amargo fruto

Noite de silêncio
uma moça na janela
contempla a neblina

tarde de outono
o cãozinho esparrama
folhas na varanda

tatuagem

uma orquídea azul
me embriaga
sua pele em pétalas

Miau!

No meio do caminho
pretinho felino
Uau! Que sorte!