Tamara Moureth
EU NÃO QUERO MAIS SER EU
É isso. Eu não quero mais ser eu. Cansei de viver na minha pele. Cansei de me sentir presa a esta minha vida.
Não que minha vida seja ruim. Ruim é vivê-la sendo eu. Difícil não é viver, sou eu vivendo. O problema não é de verbo, é de sujeito mesmo.
Conviver comigo mesmo é complicadíssimo. Aguentar todas as minhas idiossincrasias é dolorido. Suportar este turbilhão de sentimentos e emoções dentro de mim é sofrível. Ter sempre a minha companhia é cansativo!
Ninguém merece uma pessoa que quer carregar todo mundo no colo, que quer cuidar das dores de todos. Que absorve a tristeza do outro e se sente responsável por transformá-la em alegria.
'Oh, que boa alma!', você diz. Não! Oh, que alma pesada! Porque chega uma hora que ela não vai aguentar mais ninguém no colo, nem suportar todas as dores que escolheu cuidar, muito menos conseguirá transformar as tristezas em alegria. Então ela não sobreviverá mais, pois necessita sentir sua missão cumprida para dormir em paz.
Ter uma pessoa assim ao lado é bom por um tempo, por alguns momentos, mas por todo tempo, sufoca. Ninguém aguenta uma companhia assim.
Eu não estou aguentando mais a companhia de mim mesmo.
Eu não quero mais ser eu.
Mas também não sei quem quero ser.
Talvez uma pessoa qualquer, alguém que simplesmente é.
Tem gente que acha estranho essa minha mania de me empolgar com coisas simples. Uma amiga me disse uma vez que sou "uma festa acontecendo" rsrsrs. E sou mesmo. Me empolgo facilmente.
Me empolgo quando uma criança, que nunca me viu na vida, sorri lindamente pra mim na rua. Sim, me empolgo com sorrisos sinceros.
Me empolgo quando um amigo tem uma vitória, consegue algo que queria, fica feliz. Sim, eu me empolgo com a felicidade alheia.
Me empolgo quando uma amiga vai casar, quando tem filhos. Gente, tem algo mais animador do que ter uma família, ver crianças nascendo, crescendo? Ah, eu amo gente! Sim, me empolgo com pessoas!
Me empolgo com as nuvens no céu. Dias chuvosos me entristecem porque me atrapalham a andar olhando pra cima, admirando as nuvens. Sim, me empolgo com a criação de Deus!
E vou continuar me empolgando com sorrisos, abraços, palavras, mensagens, carinho... Porque a vida é feita dessas pequenas alegrias.
E quando eu acordar e não encontrar nada que me motive a continuar, vou me lembrar que estou viva! E me empolgarei com isso também!
OR{AÇÃO}
Você já percebeu que dentro de "oração" existe a palavra "AÇÃO"?
Isso é pra te lembrar que chega um momento em que você precisa agir!
Lembra de quando o povo de Israel estava em frente ao mar Vermelho, Deus já havia prometido que o livraria dos egípcios e mostraria Seu poder. Mas o povo se desesperou ao ver Faraó o seguindo e começou a reclamar com Moisés. Então, Deus disse a Moisés: "Por que você está clamando a mim? Diga aos israelitas que sigam avante." (Êxodo 14:15). Aquele não era mais o momento de clamar a Deus, era o momento de agir.
Eu sei que o mar Vermelho pode estar na sua frente, as infinitas águas podem estar paradas, nem ameaçando se mover e logo atrás está vindo o exército poderoso. Você está, aparentemente, sem saída. Mesmo assim, você precisa dar o primeiro passo em direção ao mar! Você precisar marchar, pela fé. Você já clamou ao Senhor, Ele já te ouviu e prometeu estar com você todos os dias (Mateus 28:20), agora está na hora de agir.
Lembrei-me de uma canção que diz: "Para atravessar o mar, coloque o pé na água. Pra chegar ao outro lado você precisa acreditar. Deus quer abrir o mar pra você. Mas antes, você precisa crer." (Laura Morena). É assim mesmo. Você precisa dar o primeiro passo. Está na hora de agir!
Permita-me encerrar com mais uma música: "Coloque um pé e o outro pé. E vai na fé. Olha pra Deus e sorria. Coloca o medo debaixo do braço e siga." (Marcela Taís).
Então, está esperando mais o quê? ;)
Na paz Daquele que abre o caminho,
Tamara Moureth
OFFLINE
Não se deixe enganar, há pessoas preocupadas somente com a sua utilidade. Elas te veem como um produto que, quando preciso, é retirado da prateleira, usado e depois esquecido novamente. Mas quando for a sua vez de depender dessas pessoas — seja para pedir um conselho, jogar conversa fora ou simplesmente aproveitar a companhia em silêncio — elas não estarão lá.
Então você entenderá que há um momento em que também é preciso ficar indisponível, ocupado, ausente.
Você sentirá a necessidade de aprender a ignorar, tirar da prioridade e a dizer "não". E isso não é por maldade ou vingança, mas por defesa, proteção.
Você cansou de viver na prateleira da vida, empoeirado. Doando tudo de si e não recebendo nada. Não que você busque recompensas ao ajudar sempre. Mas é que reciprocidade de cuidado é essencial.
TEIMOSIA INCURÁVEL
São comuns situações em que adultos reclamam de crianças pequenas dizendo que elas ainda não aprenderam o sentido do "não". Quantas vezes ouvimos algo do tipo "esse menino não sabe o que é 'não', a gente fala 'não mexa nisso!' e aí que ele mexe!"
Acho graça disso ao notar que eu, já com quase 23 anos, ainda não aprendi o sentido do "não". É que quando eu ouço um "você não pode fazer isso" aí que tenho uma vontade absurda de fazer! Nada me motiva mais do que um "não". Um "você não vai conseguir" ou "você não é capaz" me impulsiona muito mais do que um "vai nessa que você consegue". São os "nãos" que me dão energia. Não sei explicar mas eu gosto mesmo do impossíveis. Pode dizer que sou aquela que vence por teimosia, eu não ligo.
Por vezes, não recebemos as bênçãos de Deus por culpa nossa. Nossos pecados nos afastam do Senhor e, consequentemente, de suas bênçãos. Sabemos muito bem que o pecado nos separa de Deus, dessa forma, é impossível receber as mesmas bênçãos tendo o relacionamento quebrado. Nossa falta de fé também nos impede de sermos abençoados. Se nos lembrássemos do poder que nossa oração tem, nossa vida seria melhor, nosso mundo seria melhor. Não recebemos o que pedimos porque não sabemos pedir, a Bíblia mesmo nos diz isso (Tiago 4:3). Acredito, ainda, que nossa ingratidão também nos distancia das bênçãos. Ah, se fôssemos mais gratos... Já reparou nas músicas que fazem maior sucesso? Geralmente falam de vitórias, alegrias. Mas se eu te pedir para citar uma música que somente louva ao Senhor pelo que Ele é, você se lembraria de alguma? Será que foi a última que você entoou? Realmente é difícil adorar a Deus pelo que Ele é, sem pensar no que Ele faz ou nos dá, quando essa deveria ser a única motivação da nossa adoração. Nós fomos criados para isso: adorar a Deus por Ele ser Deus. Então, está disposto a seguir essas mudanças?
Na paz daquele que nos reconstrói diariamente,
Tamara Moureth
Nesta noite, estava me lembrando de quando Gideão foi chamado por Deus e de como ele ficou em dúvida (Juízes 6). Gideão pediu sinais. Gosto de pensar no teste do novelo de lã. Ele colocou o novelo no meio do campo e pediu a Deus para que molhasse de orvalho apenas o novelo e que tudo em volta permanecesse seco. E assim se fez. Não satisfeito, Gideão pediu mais um sinal, dessa vez para que acontecesse o contrário. E também foi feito, no dia seguinte estava tudo molhado e o novelo seco.
Fico pensando em quantas vezes nós agimos da mesma forma com Deus. Ele nos dá todos os sinais possíveis mas não queremos acreditar. Na verdade, nós não queremos saber a vontade de Deus, queremos que a vontade Dele seja igual a nossa. Deus dá todos os sinais, mas nós preferimos insistir na nossa vontade. No final, quebramos a cara, perdemos tempo com algo que não era o melhor, enfim, sofremos.
E o pior, às vezes ainda colocamos a culpa em Deus pelo nosso erro! "Ah, Senhor, por que não me livrou desse problema?!". Ou colocamos a culpa no diabo: "foi o inimigo que armou essa armadilha pra mim!". Querido, ele nem teve trabalho dessa vez, você mesmo que cavou esse buraco e se jogou nele. Assuma seus atos!
Então, o que fazer depois? Arrepender-se. Voltar-se pra Deus. Ele é paciente, vai te acolher, cuidar das suas feridas e te levantar. Não se esqueça de que Ele é justo também, você receberá as consequências do seu pecado. Mas receberá também o perdão e uma nova chance.
E aí, que tal obedecermos de primeira agora?
Na paz Daquele que cura nossas feridas,
Tamara Moureth