Tallis Gomes
Sou contra essa glamourização do empreendedorismo. Sempre teve gente vendendo cachorro quente na rua, picolé, mate na praia. Esses caras são empreendedores. Viram a necessidade deles e a oportunidade. É que agora ficou mais na moda falar que é empreendedor. Antigamente as pessoas tinham vergonha. Quando eu era moleque e falava que trabalhava as pessoas olhavam e não era bem legal, não. "O cara é meio estranho". Hoje em dia é super bonito falar que você incentiva os seus filhos a empreender, o que acho certo, mas aconteceu uma valorização.
Na Namíbia, os líderes tribais não eram os mais fortes, os mais rápidos, ou os que caçavam melhor. Eram os mais inteligentes. E o que eles consideram inteligente na tribo é o que sabe direcionar as peças, ou seja, colocar o melhor caçador no lugar que tem mais caça, etc. Ele era meio que o maestro. Tinha uma inteligência emocional diferente, lidava melhor com as pessoas da tribo. Tinha o respeito delas. Essa é uma característica do líder.
Tenho um conceito na vida que é estar 1% melhor todos os dias. A cada 100 dias você está duas vezes melhor.
Meu maior aprendizado é que as pessoas que você traz para tocarem o negócio é que, basicamente, vão definir o futuro da companhia. Às vezes, você tem que abrir mão de algo e ficar com 20% de uma companhia que vale alguns milhões. É melhor do que 100% de uma que não vale nada.
Se falhar, precisa fazer o trabalho básico, olhar pra dentro, o que fiz de errado, o que posso melhorar. Acabei fazendo isso. Errei no timing. De fato, melhorei com a falha, mas a maioria das pessoas insiste no erro. A culpa não foi minha, foi do mercado, do funcionário. Mas no fim do dia a culpa é sempre sua.
Gente ruim não executa, só consegue pensar coisas legais. Gente boa geralmente executa, faz o negócio acontecer.
Colocar em xeque a minha capacidade de executar um sonho grande é o combustível principal da minha motivação.