Tabata Costa
"Mas lá no fundo, bem lá no fundo, nós sabemos da verdade. Só que por algum motivo, acreditar na mentira que criamos parece mais conveniente, talvez a saída mais emergente, para fugir de tudo aquilo que não era para ser."
"Quando você aprender a conviver com o sentimento e dominá-lo, perceberá que o sofrimento é escolha. A questão está em ser dominante e não dominado."
"Bonito mesmo é aquilo que está dentro da gente.
A essência que ninguém rouba, o pensamento que ninguém ouve, a atitude que ninguém vê.
Ter nas profundezas a mesma aparência da superfície.
Ser leve para si.
Olhar no espelho e enxergar a beleza eterna, ainda que tudo comece a se transformar com o passar dos anos.
Quem se ama por dentro será bonito para o resto da vida."
Alguns dias não há como evitar que a cabeça amanheça cheia de questões.
Em uma certa manhã uma única questão tirava-me do foco. A paz! O que é e onde eu encontro a tal da paz?
Está em algum sentimento? Alguma rua? Naquela casa com a luz acesa? Nos homens? Na crença? Nos filhos? Na familia?
Onde devo buscar? Eu ouvi dizer que essa tal de paz é muito boa. É! Muito boa!
E eu a encontrei, sabe onde? Em tudo! Acredite, eu descobri que ela está em todos os lugares onde eu vou, e não é coincidência.
Eu encontrei a paz quando me encontrei!
Quando passei a olhar a vida com os olhos de uma criança, e enxergar o lado positivo até das coisas ruins. Percebi que desde então a paz não me abandona.
Desde que me encontrei não há um só dia que eu acorde e ela não esteja olhando para mim com um grande sorriso, me dando bom dia, me dando vida.
Então chega um ponto da vida que é necessário aquela tal pesagem. O equilibrio entre as coisas que valem a pena, ou não.
Quando essa hora chega, muitas questões são postas a mesa.
Tipo um pêndulo, ali de um lado para outro. Vão e voltam algumas dúvidas e certezas. É difícil equilibrar em linha tênue com um bom senso. Porque certas coisas não valem a minha dor, mas em algumas horas me fazem sorrir. Certas coisas me fazem feliz, mas eu sei que o caminho não é por aí.
Para não enlouquecer, passei a viver um dia de cada vez.
A balança pode até pender para o lado da razão, mas se é a emoção que me faz feliz, então eu vou viver.
Não me esquecendo, é claro, que a tal pesagem é diária, tudo é passageiro e a minha balança possuí dois pratos.
Que não nos falte coragem e fé.
Quando a ponta de melancolia invandir o seu dia, abra a janela, deixe o sol entrar.
Que não nos falte a sabedoria de lidar.
Quando a ponta de desistência invadir suas forças, abra a janela, veja o sol apenas querendo respirar.
Que não nos falte vontade de seguir em frente e amar.
Quando a ponta de tristeza invadir seu coração, abra a janela, descubra na vida novos valores.
Que não nos falte silêncio
Que não nos sobre palavras.
Tudo conforme a medida exata.
E quando amanhece assim? Colorido, calmo, fresco, brilhando igual a tudo dentro de mim?
O que dizer desse céu que mais parece meu coração.
Reflexo de pensamentos e sentimento, hoje sem quase confusão.
Aproveitar a manhã, a tarde, a noite, o dia, o mês, o ano, a vida. Aproveitar sem preocupar, esquecer que a hora no relógio avisa que está quase na hora de voltar.
Talvez eu arrisque uns dias a mais para ver o céu me refletir mais uma vez e sonhar um pouco mais.
Como já dizia a canção: "Vamos VIVER os nossos sonhos, temos tão pouco tempo".
Por um instante sentiu aquele nó na garganta sufoca-lá, a ponto de encharcar seus olhos. Sorriu disfarçadamente como quem dissesse: "Vai passar".Levou a mão até o rosto para limpar as lágrimas no canto dos olhos, controlando-se imensamente.
Acreditando a cada minuto: "Vai passar, vai passar"
Separei em minha estante um espaço para minha coleção de sorrisos. Sempre chegam novos, cada um de uma cor, formando um elo de cores.
Decorando meu quarto, colorindo minha vida.
Deus coloca a pessoa certa, na hora certa, no lugar certo, com as palavras certas. E então a vida começa a florir.
Vai ver felicidade é isso: Um fim de tarde deitado na grama, sorrisos brotando, timbres distintos, talentos musicados, um violão.
Vai ver amar é isso: É querer bem, estar de bem com o corpo, alma e o coração.
É a simplicidade do sorriso que nasce com o desprender de um balão, que em formato de estrela foi tomar o seu lugar.
É ter os pés descalços na grama ainda molhada do sereno, absorvendo a energia da terra.
Plantando jardim de flores, cata- ventos, sorrisos, olhares, cravos e amores.
Sentir a brisa no rosto como o sopro de uma fada, sem lágrimas, sem nada. Apenas gotas das bolhas de sabão.
É como se o corpo pairasse no ar, bailasse com o embalo do vento e com pincéis na mão, colorisse aleatoriamente o céu com todas as cores, formando um elo. Azul em plano de fundo, verde, branco e amarelo.
É fazer parte de um conto em meio a uma selva de pedras. Criar uma redoma de vidro ao redor do momento, tendo como única regra da porta pra dentro: Cativar.
Lugar onde todo mal e abrangentes não têm permissão para entrar.
E assim segue a canção como tema da tarde ou da vida, por onde quer que você vá: Cative! E se deixe cativar.
"...Pra viver e pra ver não é preciso muito. Atenção a lição está em cada gesto. Está no mar, está no ar, no brilho dos NOSSOS OLHOS..."
Vai ver felicidade e amor não fazem parte do verbo ter.
A questão é ser.
Vai ver eu já era e não sabia.
Juro, eu tentei fugir, desviar, esquivar e até mentir.
Mantinha os pés na porta e a frase pronta na ponta da língua, uma decisão firmada, até seu olhar me desmontar, até seu beijo me recuperar.
Aí seu jeito manso de dizer que me ama, com sua voz de veludo a me cantar, seus lindos e grandes olhos negros a me fotografar.
Você pediu com um jeito doce, e eu voltei por não saber mais te negar.
E o relógio tic-tac. Pensamento vai. Saudade bate e fica.
Justifica para a razão, explica a emoção.
E o tempo? Ah! ele não tem ajudado. A medida que ele passa, fica mais difícil manter o pensamento na mesma proporção de distância que nossos corpos.
- Daqui de cima tudo é tão pequeno! Nossa, pareço estar deitada em algodão.
Tudo é tão azul e tão imenso quanto ao coração.
Percebeu que os sorrisos andam de mãos dadas e entrelaçam com a canção?
Perguntava a moça enquanto abria os olhos, sentada na grama ainda respingada de orvalho.
- É Percebi! Como é bom viajar! Sabe Moça, a maior viagem é sem passagem, bagagem ou qualquer intenção.
É a arte do (re)encontro. De "si" encontrar.
Como dizia o poeta: "Chegamos de muito longe, de alma aberta e coração cantando"
Respondia ele enquanto pegava impulso para levantar, com resquícios de galhos secos grudados em sua camiseta.
Chegava então o fim da tarde, era hora de voltar!
Devagar, devagarzinho tenho me reaproximado de tudo aquilo que sempre foi meu: a minha paz de espírito, a minha tranquilidade, a minha áurea LIMPA, leve e brilhante. Tão reluzente que reflete no meu sorriso, esse puro e sincero que você tem me arrancado todos dos dias.
Me lavei no rio, descarreguei a carga negativa, joguei fora o mal.
Descansei, esperei o tempo falar por mim. E posso falar? Nada melhor como deixar o tempo passar.
Acordei de bem comigo, me amando, me fazendo feliz. Estou azul da cor do mar.
Eu jurei a mim mesmo que não mais doeria, mas novamente choveu dentro do trem. Choveu dentro de mim.
Chuva que insiste e permanece, chuva que ainda mora em mim.
E seguindo a deixa do mais e menos eu peço: Mais sorriso largos e menos passado triste, porque se o PASSADO me interessasse eu ainda viveria lá.
A vida segue!
Nada funcional essa história de fechar a porta para não ver, e espiar pelo buraco da fechadura.
É como ver um filme de terror com a mão no rosto olhando pela fresta dos dedos, com a idéia ilusória que não irá se amedrontar.
É como escrever duas histórias de contextos diferentes na mesma página.
Tão pouco apropriada ainda é essa história de mentir, mas TALVEZ funcione, se for para SI. É uma maneira de não cutucar a ferida, de estancar, de deixar o tempo cicatrizar.
Sabe essa história de deixar ir? Então ela também não é funcional. Deixar ir é estagnar, sempre na ilusão de que um dia poderá voltar. E o tempo é tão precioso para se perder assim.
O segredo é ir, é andar, é se compromissar.
Namore com a felicidade, noive com o prazer, case-se com a paz, ande de mãos dadas com o bem-querer.
Viva menina, viva!
Olha, terei que lhe agradecer. É, muito obrigada.
Agradeço pelas inúmeras que você recebeu e não respondeu, pelas vezes que você recusou as ligações, pela sua ausência interminável, por todas as vezes que lhe escrevi e você fingiu que não leu. É! foi bom.
E moço, não pense que é uma audácia a beira de uma dissimulação de minha parte, vir despejar essa gratulação aos seus pés.
Sabe, com essas atitudes seu moço, você ainda me fortaleceu. Petrifiquei, AMADURECI. Aprendi a dizer não e a bater a porta quando sua conveniência sente a minha falta.
É! Agora eu acho engraçado, e meu riso ainda que sarcástico é aliviado, é leve. Porque enquanto você fingia não ver, eu te esqueci. E você que fingiu o tempo todo? Agora o que sente? Diz pra mim ...
Será que a gente sofre mesmo tanto assim? Ou a gente se acostuma com a dor, fazendo com que ela pareça maior do que realmente é?
E que os sorrisos cheguem, entrem, se acomodem, façam moradia.
Eu quero todos os dias a troca do sorriso terno. Aquele como o de uma criança: Puro e carregado de sinceridade.
Minha mãe sempre dizia: "Mas menina, você é oito ou é oitenta." É mãe, depois que eu cresci eu entendi e aceitei, sou mesmo assim!
Sorrindo ou chorando, certa ou errada, gritando ou calada. Eu vou ou fico. Eu nunca fui meio termo. Ou é tudo, ou é nada.
Você já viu um copo quebrado, meio colado ter cem por cento de utilidade? É ... acho que eu também não.